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Opiniões

17 DE JUNHO DE 2016

Em banho-maria

Por: Fernando De Maria

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O processo eleitoral soa distante para a população. Afinal, diante de tantas denúncias envolvendo políticos (os caciques do PMDB são a bola da vez) que transbordam nos meios de comunicação, muita gente já abdicou de assistir ou ler sobre os escândalos de corrupção que mancham o País, reflexo da falta de uma reforma política que muitos tentaram e ninguém conseguiu. É inegável dizer que a overdose de escândalos realmente anestesia o eleitor.

Em razão da diminuição do tempo das campanhas eleitorais, de 90 para 45 dias, as eleições municipais, portanto, soam distantes (faltam mais de 100 dias). Efetivamente, somente a partir de 16 de agosto que elas chegarão às ruas e aos meios de comunicação. Nem haverá tempo para comemorar (ou não!) nossa performance olímpica.

Diante deste cenário, da falta de recursos em razão da crise econômica, mas também das mudanças nas novas regras eleitorais, com proibição de doações de empresas, as campanhas tendem a ser mais realistas e menos hollywoodianas.

Assim, a primeira pesquisa eleitoral Enfoque/Jornal Boqnews retrata bem o cenário político atual e inicia efetivamente o processo, que anda em banho-maria e sem sal. Afinal, em razão da tradição (são 20 anos de pesquisas, com elevado índice de acertos), total de entrevistados (1.200) e referência no meio político e no público formador de opinião, ela expõe com clareza o atual cenário político, hoje amplamente favorável à reeleição do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Hábil articulador, Barbosa conseguiu trazer para si eventuais nomes que poderiam dificultar sua reeleição. O ex-vereador, Fábio Nunes (PSB), sempre bem votado, está à frente da Secretaria de Cultura. O vereador Kenny, cujo nome encontra eco junto a parcela do eleitorado, poderia ser um empecilho, mas migrou do DEM para o PSDB, mesmo partido do prefeito.

Outro nome com potencial de voto é o ex-prefeito João Paulo Papa. Hoje no PSDB (ex-PMDB), o atual deputado estará distante desta disputa, apesar do seu nome ser lembrado nos levantamentos espontâneos.

Diante deste cenário, resta a oposição convencer o eleitor que não está animado com o governo atual. E esta insatisfação, ainda que lenta, é crescente, atingindo hoje cerca de 30% do eleitorado.

Mas quem fará este papel? O PT, que sempre polarizou as campanhas eleitorais na Cidade, hoje tem um elevado índice de rejeição, com mais da metade da população. Nem a ex-prefeita Telma de Souza, o nome mais lembrado do partido, decidiu se será ou não candidata ao Paço Municipal ou se tentará a Câmara, onde suas chances são mais concretas.

O cenário atual, portanto, é de tranquilidade para a reeleição do prefeito, exceto se eventuais escândalos surgirem no caminho. Porém, se a oposição quiser efetivamente deixar de ter um papel coadjuvante neste cenário político, deve se unir e deixar de lado as vaidades, pois a fragmentação de candidaturas só ajuda quem lidera, com reais chances da vitória governista já no primeiro turno.

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