Da calmaria ao tornado
A semana começou tranquila para a política santista, mas acabou em ebulição.
Afinal, com a ida da comitiva do prefeito Rogério Santos, com o presidente da Câmara, Carlos Teixeira, e o líder do governo, Adilson Jr, entre outros convidados, ao exterior, nenhuma pauta polêmica estava no radar até o retorno deles na sexta (6).
O próprio presidente em exercício, Paulo Miyasiro, era só sorrisos.
Almoço coletivo
O clima era tão amistoso que na segunda (25) o prefeito almoçou com 19 vereadores para expor o programa Santos Mais, que prevê o pedido de empréstimo internacional de US$ 105 milhões (R$ 530 milhões), mais contrapartida de US$ 26 milhões (R$ 131,3 milhões) para obras de drenagem, pavimentação e instalação de câmeras de segurança, entre outros.
Fervura
Além do aceite à votação deste projeto, que enfrentava resistência e dúvidas, nos bastidores, porém, começaram a ‘ferver’ boatos que o Legislativo colocaria em pauta outros dois projetos polêmicos durante a ausência dos dois edis.
Como a proposta de aumento de cadeiras de 21 para 23 a partir da próxima legislatura, assim como a pautação, em segunda discussão, da votação do projeto que garante benefícios exclusivos aos servidores da Procuradoria.

Vereador Fábio Duarte, autor da proposta que prevê a entrega da medalha Braz Cubas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Votação dependerá de 2/3 dos edis. Foto: Carla Nascimento
Apoio coletivo
No entanto, tudo isso ficou em segundo plano quando o vereador Fábio Duarte (Podemos) obteve as assinaturas necessárias de seus pares para apresentar o projeto de entrega da medalha de honra Braz Cubas ao ex-presidente Jair Bolsonaro – a maior honraria da Casa – fato aprovado na sessão de quinta.
Ligeirinho
Ainda que o projeto tenha que ir à Procuradoria e passe pelas comissões, Duarte quer colocar em pauta pelo Artigo 24, ou seja, sem passar por esta etapa, agilizando a votação.
Como tanto o presidente da Câmara como o líder do governo só retornam após a realização das duas sessões do Legislativo, há uma possibilidade – ainda que remota – do assunto entrar em pauta nesta semana.
Até a publicação desta coluna, a Ordem do Dia desta terça ainda não fora divulgada.
Vez dos suplentes
Toda esta reviravolta ocorreu, pois a sessão de quinta estava esvaziada.
Alguns, como Lincoln Reis e João Nery, participaram diretamente de Brasília, onde acompanharam a solenidade comemorativa ao centenário da Diocese de Santos na Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).
Outros deram espaço para os suplentes, que contribuíram para a abertura do pedido da homenagem ao ex-presidente Bolsonaro.
Recorde
Afinal, a sessão da última quinta tinha cinco suplentes – equivalente a quase 20% da Casa, um recorde.
E poderia haver seis se Adilson Jr tivesse pedido licença do cargo.
O quinto suplente do PP, Eddie Gomes, assumiria.
Aliás, Jr não abriu mão de participar da sessão da última terça.
Falou por cerca de 2 minutos diretamente do aeroporto de Cumbica (Guarulhos).
Sinuca de bico
Ainda que siga o trâmite legal, os edis – especialmente os que não são de partidos de esquerda e nem assumem o bolsonarismo – enfrentarão um dilema.
Bolsonaro tem relação direta com a deputada Rosana Valle (PL), candidata à prefeitura (ainda que negue), e principal concorrente do prefeito Rogério Santos (PSDB).
Hamlet
Afinal, se forem favoráveis, enfrentarão pressões.
Se contrários, entrarão na lista de edis que vetaram a entrega da medalha ao ex-presidente, perdendo votos junto aos eleitores bolsonaristas.
A conferir
Quem responde?
Quantos atestados…
serão apresentados nas próximas sessões do Legislativo santista?
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