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Opiniões

31 DE JULHO DE 2016

Muito a evoluir

Por: Fernando De Maria

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Há exatos 20 anos a Baixada Santista passou a ter o status de Região Metropolitana, a primeira no estado de São Paulo após a da Capital. Iniciativa do então governador Mário Covas, o objetivo central era criar condições para colocar projetos em prática que envolvam o caráter metropolitano de fato, algo já comum ao cidadão.

Obviamente que ocorreram avanços neste período, mas no balanço do tempo percebe-se que, em razão da sua importância econômica e sua localização estratégica, os moradores da Baixada Santista pagam mais que recebem.

Responsável por 4% das receitas no Estado e com o mesmo percentual de eleitores, a Baixada ainda engatinha para proporcionar ao morador a real sensação de viver em uma região única. As disparidades sociais e econômicas destoam por completo, afetando a qualidade de vida coletiva.

Um estudo disponível no site da Agem denominado Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico da Baixada Santista 2014-2030 lista uma série de medidas a serem tomadas nas mais diversas áreas, como Saúde, Habitação, Mobilidade até 2030 para que a região saia da letargia econômica reinante, com impedimentos legais e ambientais, falta de investimentos, desemprego crescente e desafios sociais, em razão das discrepâncias e do elevado índice de moradores que vivem em condições subumanas, sejam em palafitas e outras áreas de risco. Neste cenário, necessitam de mais saúde, educação, segurança, itens nem sempre correspondidos à altura.

Indicadores mostram as disparidades econômicas regionais. Infelizmente, passadas duas décadas, nossas autoridades pouco fizeram para reverter o cenário, beneficiando a todos. Afinal, está claro que se não houver uma ação realmente conjunta entre prefeitos, vereadores e Governo do Estado sempre estaremos colocando os problemas regionais para debaixo do tapete.

Não bastam discursos, mas atitudes práticas em benefício coletivo e isso não passa pelo VLT – Veículo Leve sobre Trilhos como modelo de integração, obra cujo traçado – especialmente na segunda fase – é de prioridade equivocada, a medida que a grande demanda de pessoas rumo a Santos são provenientes de São Vicente e Praia Grande. Exemplo do lobby é que até hoje não há um plano de transporte hidroviário, de grande valia em razão da nossa potencialidade hídrica.

De que adianta Santos ter um dos maiores PIBs do País se sua vizinha São Vicente viver em condições sociais precárias? O mesmo vale para Guarujá, Cubatão e até Praia Grande, fato que tem ampliado sua faixa de moradores em condições negativas.

E diante do cenário de pobreza, o poder paralelo ganha força e território. Não é à toa que, a despeito de miopia e falta de vontade da concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, além do desinteresse do Governo do Estado, viajar para a Capital e vice-versa virou uma aventura. O motorista precisa rezar para não ser surpreendido por marginais que nasceram e cresceram no entorno da miséria que cerca a ilha da fantasia chamada Santos.

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