Toda pesquisa provoca polêmica. Os resultados agradam alguns, desagradam outros. Mas é bom lembrar que os números apenas representam um retrato do momento. O importante é entendê-los e interpretá-los para antever os resultados futuros. Fatos novos podem ocorrer, mas o cenário atual já é nítido.
Na edição passada, o Boqnews divulgou dados de pesquisa com temas diversos comemorativos ao aniversário de Santos. Vou me ater à avaliação ao governo do prefeito Paulo Barbosa.
O levantamento realizado com mil santistas revelou que 44,4% dos entrevistados consideram seu governo ótimo e bom, fato que se reflete nos 45,1% que aprovam sua administração. Destaco que não necessariamente a diferença o desaprova (pelo resultado, 28,1% optaram por esta questão). Os demais 26,8% não se interessam pelo assunto ou não souberam opinar.
Os números registrados no levantamento não surpreendem. Afinal, Barbosa obteve em 2012 57,91% dos votos válidos – 144.827 santistas o escolheram. Pelo cenário apresentado, portanto, ele tem, de certa forma, mantida a aprovação entre os que o elegeram na ocasião.
Seu índice entre os que acham seu governo ruim ou péssimo chega a 10%. O fiel da balança, porém, está entre os que consideram sua administração regular – ou seja, 37,7%. É neste público que o prefeito deverá convencer o eleitor. Entre os que assinalaram esta opção, 42,4% desaprovam seu mandato e 28% aprovam. Indagados sobre a reeleição em 2016, 32,7% disseram que Barbosa não merece ser reeleito, enquanto 9,3% disseram o oposto.
Não podemos desconsiderar o trabalho silencioso que ele tem feito nos bastidores amarrando apoios de olho em 2016. Trouxe o PMDB para seu lado com a escolha de Marcus de Rosis para a presidência da Câmara deixando o candidato tucano, José Lascane, a ver navios, e abriu espaço para o PSB, atraindo um adversário em potencial, prof. Fabião, que obteve 20.221 votos em 2012.
Além disso, o prefeito está angariando apoio de praticamente todos os partidos representativos. Na ocasião, ele já foi eleito com o apoio de nove, além do PSDB (PRB, PTB, PSC, PR, PPS, DEM, PHS, PTC, PRP). Se PMDB e PSB ficarem de fora do páreo na disputa (em 2012, os candidatos dos dois partidos obtiveram 49.488 votos), Barbosa terá como concorrentes apenas o candidato do PT e outros à esquerda, como PSOL e PSTU.
Como o PT há tempos deixou de ser oposição vigorosa na Cidade, o mar de almirante do transatlântico PAB deverá cruzar com tranquilidade o mar do estuário santista. Conhecedor deste cenário, Barbosa pode negar, mas já deve mirar outra meta: se tornar o prefeito mais votado da história de Santos, ultrapassando a votação do seu antecessor, o atual deputado federal João Paulo Tavares Papa (PSDB, na época no PMDB), que em 2008 obteve 190.705 sufrágios (77,22% dos votos válidos). Ou seja, a eleição municipal parece tão distante, mas está bem perto aos políticos. A conferir.
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