Após três meses do início da liberação legal das discussões e debates eleitorais, incluindo os 45 dias dedicados ao horário eleitoral gratuito, finalmente chegou a hora do eleitor exercer o seu direito (ou dever, como diriam alguns) de escolher seus representantes para os próximos quatro anos.
De forma geral, esta foi uma eleição morna, sem grandes discussões de programas de governo e ideias, enfraquecidas ainda mais em razão do desserviço que emissoras de TVs, como Globo/Tribuna e Record Litoral, prestaram à população ao não realizarem seus debates, com alegações esdrúxulas. Esquecem que são concessões públicas e têm papel importante perante à sociedade.
De qualquer forma, pelas tendências das pesquisas eleitorais, apenas os moradores de Guarujá deverão retornar às urnas no próximo dia 28 para escolha do (a) mandatário (a). Maria Antonieta (PMDB) e Farid Madi (PDT) protagonizarão a disputa mais acirrada dos últimos tempos no município. Espera-se que sem violência.
Praia Grande e São Vicente deverão referendar a hegemonia das famílias Mourão e França. O primeiro (Alberto Mourão) conseguiu a proeza de ocupar o cargo máximo do município em 12 dos 20 anos desde que venceu a primeira eleição. E nos oito anos restantes elegeu seus sucessores para um mandato sem direito à reeleição dos mesmos, que apenas prepararam o terreno para garantir-lhe o retorno posteriormente.
Situação parecida ocorre com o deputado Márcio França. Prefeito de 1997 a 2004, fez seu sucessor, Tercio Garcia, reeleito em 2008, e agora tem no filho, Caio França, a chance de ampliar o poder da família no município calunga.
No entanto, a votação abaixo das expectativas obtida em 2010 como deputado federal, sua aproximação com o PSDB – apesar do PSB ser parceiro do PT de primeira hora na eleição de Dilma Rousseff – e o crescimento da candidatura de um adversário contra seu filho Caio – o vereador Bili (PP) – revelam sintomas de desgaste.
Apesar dos problemas da falta de recursos e um índice de rejeição desconfortável, Marcia Rosa (PT) deve repetir mais um mandato em Cubatão. Há, porém, espaço para o crescimento de uma oposição mais consistente de olho em 2016.
Santos, por sua vez, tende a referendar a vitória inédita de um candidato do PSDB, partido sempre bem votado para cargos como presidente e governador, mas nunca para prefeito.
Por méritos próprios, incompetência e rejeição do eleitorado aos adversários, falta de recursos dos mesmos , mas, em especial, por apresentar um discurso que agradou em especial a classe média, Paulo Alexandre Barbosa deverá ser o 20º prefeito eleito pelo voto a ocupar o Palácio José Bonifácio, a partir de 2013. Resta conferir se as tendências se confirmam ou não.
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