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Opiniões

05 DE NOVEMBRO DE 2018

Verdades e mentiras

Por: Fernando De Maria

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Passadas as eleições, o Brasil vive a expectativa do futuro governo Jair Bolsonaro (PSL), além de governadores, senadores e deputados eleitos. As eleições foram uma resposta à classe política pela população que barrou nomes da política tradicional em busca de personagens novos nesta história. Alguns, no entanto, nem entanto.

De qualquer forma, espera-se que os eleitos tenham o discernimento de encontrar soluções para apaziguar os ânimos exaltados que dividiram opiniões e impulsionaram o nível de intolerância.

Em âmbito federal, Bolsonaro segue à risca suas promessas de campanha ao anunciar nomes técnicos e não políticos como futuros ministros.

Sabe usar bem as redes sociais, que ganharam uma nova dimensão nesta eleição, e se tornaram um novo paradigma para os marqueteiros de plantão.

Em entrevistas à Imprensa, ele reforça seu objetivo de unir o País. Mas não será tarefa simples. A oposição promete não dar trégua. Mas suas falas preocupam.

A provável fusão do Ministério do Meio Ambiente ao de Agricultura, com prioridade para a segunda, revela a prevalência de um segmento econômico se sobrepondo à questão ambiental. Ainda mais que o indicado à pasta será ligado ao setor rural. Ambos atuam de forma antagônica: um luta pela produtividade, outro pela manutenção. Sinal amarelo.

Outro questão é a excessiva repetição de falas onde coloca qualquer informação contrária como falsa (fake news), tática bem empregada pelo seu colega americano, Donald Trump, a quem promete ser seu fiel parceiro.

Durante entrevista ao Jornal Nacional, Bolsonaro chegou a citar quatro vezes a palavra verdade e seis as expressões ‘mentira ou fake news’. Indagado pelo apresentador William Bonner, disse que não queria o fim do jornal Folha de S. Paulo, mas teceu severas críticas às ‘mentiras’ ditas contra ele.

Voltou a citar o kit gay, o caso da assessora Wal, a divulgação de mensagens pelo whatsapp como exemplos de mau jornalismo praticado pela Folha, que cumpriu seu papel de bem informar.

Nesta linha de pensamento, não é difícil acreditar que, após empossado, o presidente eleito comece a ampliar o leque de mídias que – a medida que publicarem reportagens contrárias ao seu governo – ele classificará como fake news e usará suas redes sociais – e, é claro, o whatsapp para questionar a apuração jornalística contrária ao governo, insuflando seus seguidores.

Uma imprensa livre é fundamental para a manutenção da democracia. Assim, espera-se que tentativas de censura – ou a negação dos fatos, ainda que reais – (algo, aliás, típico de todo o governante respaldado politicamente, independente da sigla partidária) sejam abolidas.

Afinal, já existem mecanismos legais para informações falsas serem rechaçadas e punidas.

Não se pode, porém, é provocar a auto-censura e amplificar o ódio contra a imprensa e, principalmente, aos jornalistas, trabalhadores como qualquer outro profissional que buscam a informação, gostem ou não os políticos. Nossa solidariedade aos profissionais da Imprensa que foram – e serão – vítimas dos intolerantes e ignorantes. Oremos.

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