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18 DE MARÇO DE 2011

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Carlos Pinto garante que PMDB terá candidato próprio

Histórico quadro do PMDB de Santos e um dos braços direitos dos saudosos prefeitos Esmeraldo Tarquínio e Oswaldo Justo, o secretário de Cultura de Santos (Secult), jornalista Carlos Pinto, visitou a redação do Jornal Boqueirão e do site Boqnews, onde falou de política, samba e história. Confira a entrevista: Jornal Boqueirão- Como liderança histórica do […]

Por: Da Redação

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Histórico quadro do PMDB de Santos e um dos braços direitos dos saudosos prefeitos Esmeraldo Tarquínio e Oswaldo Justo, o secretário de Cultura de Santos (Secult), jornalista Carlos Pinto, visitou a redação do Jornal Boqueirão e do site Boqnews, onde falou de política, samba e história. Confira a entrevista:



Jornal Boqueirão- Como liderança histórica do PMDB de Santos, você sabe dizer se a legenda terá candidato a prefeito em 2012?
Carlos Pinto- Com toda a certeza o PMDB terá candidato a prefeito. Até porque é uma norma recente da direção nacional. E mesmo se não existisse essa orientação teríamos candidato. Não se justifica um partido que está no poder não ter um candidato a sucessão. Se vai ganhar ou perder é outra conversa. Quem vai ser também é outra conversa. O partido vai ter que ter um candidato que seja competitivo.








<b> <i> Carlos Pinto garante candidato do PMDB em 2012- Foto Nara Assunção </b></i>” vspace=5 align=alinhamento src=”https://www.boqnews.com/arquivos/id_4546_cp2.jpg”></TD></TR><br />
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<TD><FONT size=1 face=verdana><B><I>Carlos Pinto garante candidato do PMDB em 2012- Foto Nara Assunção </B></I></FONT></TD></TR></TBODY></TABLE></P><br />
<P align=left><B><FONT size=2 face=Verdana>JB- </FONT></B><I><FONT size=2 face=Verdana>Que nomes o senhor vê no PMDB com força para disputar a sucessão?<BR></FONT></I><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Nunca me preocupei com isso pelo momento. Mas na hora certa vai aparecer. Eu defendo que o partido faça uma chapa pura. Tenho essa visão hoje pelo quadro. Sabemos que o PSDB, o PT, o PP, o PR, o PTB, o PSB terão candidatos. Isso comprime o arco de alianças que poderia ser montado. Podemos partir para uma chapa pura, mas falta mais de um ano e ninguém pode prever o que vai acontecer, quem vai estar vivo ou não vai.</FONT></P><B><br />
<P align=left><FONT size=2 face=Verdana>JB- </FONT></B><I><FONT size=2 face=Verdana>Nos bastidores tem se falado que os nomes do PMDB são o vereador Marcus de Rosis e os secretários municipais Sérgio Aquino (Assuntos Portuários e Marítimos) e Márcio Lara (Assuntos Estratégicos). O senhor acha esses três nomes fortes candidatos?<BR></FONT></I><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Eu acho que é um pouco cedo para definir. Eu defendo que qualquer eleitor de Santos tem o direito de ser candidato a prefeito. Desde que esteja regularmente filiado ao partido e que tenha contribuído em alguma coisa para este partido. Senão fica sendo ave de arribação. O PMDB tem nomes históricos, que nunca foram lembrados para nada, mas que aguentaram os tempos da ditadura e a formação do MDB. Foi difícil montar um partido de oposição naquele contexto. Mas para mim, desde que o PMDB tenha candidato tá tudo certo.</FONT></P><B><br />
<P align=left><FONT size=2 face=Verdana>JB- </FONT></B><I><FONT size=2 face=Verdana>O senhor tinha uma ligação muito estreita com o ex-prefeito Oswaldo Justo e mantém essa mesma ligação com o prefeito Papa. Na sua visão qual o segredo do sucesso da aprovação das pesquisas da administração do Papa?<BR></FONT></I><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>O João Paulo foi um dos quadros formados dentro do PMDB. Tem mais de 25 anos de partido. Foi levado ao PMDB pelo Justo. Ele tem características que são coisas inerentes a sua própria família e da vida política que ele teve ao lado do Justo. É um cara decente, sério, honesto e que só olha para a Cidade. Ele quer Santos crescendo. E vem fazendo uma boa administração em virtude dessas características que o fazem ser um cara respeitado pela população e pelos seus próprios adversários. É uma pessoa preparada exatamente para chegar à Prefeitura.</FONT></P><B><br />
<P align=left><FONT size=2 face=Verdana>JB- </FONT></B><I><FONT size=2 face=Verdana>Porque o PMDB em Santos optou por não lançar nenhum candidato a deputado estadual e federal nas eleições de 2010?<BR></FONT></I><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>No começo tinha alguns, depois todos desistiram. Você tinha que perguntar para esses que era candidatos e desistiram. De uma certa forma, isso enfraqueceu o diretório. Você não pode ser candidato com a certeza de que já ganhou. Eleição é como um parto de antigamente. Só quando nascia que você sabia o que era, se era homem ou mulher. Hoje é diferente. Já se sabe o sexo antes.</FONT></P><B><br />
<P align=left><FONT size=2 face=Verdana>JB- </FONT></B><I><FONT size=2 face=Verdana>Qual balanço você faz de seus quase 11 anos à frente da Secretaria de Cultura, lembro que o senhor assumiu naquela saída conturbada do José Gondim da pasta na gestão do Beto Mansur?<BR></FONT></I><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>O meu primeiro ano foi muito conturbado. Inquérito no Ministério Público, inquérito administrativo, eu estava chegando e não fui lá para ser investigador de Polícia ou delegado. Minha função lá é outra. Fui com uma meta na cabeça e fui desenvolvendo. Eu não esperava ficar tanto tempo. E ainda não fiz tudo o que tinha que fazer. Quando o João Paulo foi eleito ele me perguntou se gostaria de continuar à frente da Secretaria de Cultura ou queria ir para outra pasta. E eu quis continuar, pois temos uma equipe formada. O segredo do sucesso da Secretaria de Cultura (Secult), e falo sucesso de boca cheia, é um segredo só. E não sou eu, mas sim a equipe de trabalho que a Secult tem. Ela é composta por funcionários que estavam lá há muito tempo e não eram valorizados. Agora estão sendo. E mais: 90% ou mais dos cargos de direção da Secult, os departamentos e coordenadorias, são todos preenchidos por funcionários de carreira. Fiquei um ano observando um por um e colocando eles em cada lugar. Vou dar um exemplo, o Wellington Lima. Um cara que fazia evento na rua ficava embaixo de sol e chuva. Até o dia que descobri que ele era formado em Jornalismo. Dei a primeira missão para ele: Você vai montar uma Assessoria de Imprensa aqui, você topa? Ele topou e desenvolveu bem. Foi subindo e hoje é chefe de departamento. Como ele, temos outros funcionários como a Heda Grati e outros. Enfim, o segredo é que montamos um time. Claro que tivemos que tirar gente de lá, porque às vezes meu santo não tá batendo. Quando ficou definido que eu iria para a Secult fiz uma radiografia de quem estava lá dentro, quem iria servir e quem não iria. </FONT></P><B><br />
<P align=left><FONT size=2 face=Verdana>JB- </FONT></B><I><FONT size=2 face=Verdana>E o processo de retomada do Carnaval de Santos que o senhor foi um dos artífices?<BR></FONT></I><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Foi um processo duro. Nessa semana tive uma reunião com a Liga das Escolas de Samba e analisamos que o Carnaval cresceu bem, chegou a uma estrutura boa de qualidade. As escolas cresceram em qualidade, com exceção de uma que prefere continuar fazendo porcaria, mas acho que vai findar a porcaria dela também. O sucesso se deve a organização que imprimimos no Carnaval e as próprias escolas que tem feito belos espetáculos.</FONT></P><br />
<P align=left><FONT size=2><FONT face=Verdana><B>JB- </B><I>O senhor pode dizer qual essa escola que na sua opinião está fazendo porcaria?<BR></I></FONT></FONT><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Não sei se pega bem, pois é uma decisão que a Liga das Escolas está tomando. Não me cabe intervir.</FONT></P><br />
<P align=left><FONT size=2><FONT face=Verdana><B>JB- </B><I>Como o senhor vê as reclamações do resultado final, principalmente pela Unidos dos Morros, que insinuam que a X-9 ganhou por causa de sua relação pessoal com a escola e com o Tanah Corrêa, homenageado no enredo?<BR></I></FONT></FONT><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Eles podem tirar o cavalinho da chuva. Já disse isso para eles. O fato de eu lá atrás, nos anos 80, ter desfilado na X-9, ter ala na escola e ter sido da diretoria da X-9 é outra coisa. Sai da escola porque não compactuava com algumas coisas que aconteceram naquela época. E comigo saíram o Julinho da Toca, saiu o Carlos Alberto Ferreira, que era o financeiro da escola, entre outros. Saímos ganhando três carnavais seguidos e fomos para casa. Mas tenho relação de amizade com todas as escolas. Já desfilei na União Imperial, na Unidos dos Morros, entre outras. Tá se queixando de que? Se você me pergunta como vi o resultado eu digo para você. Para mim foi uma surpresa. Eu tinha na cabeça de que daria outro resultado. Mas eu disse para eles: Eu vejo do chão e não de cima da gaiola lá. Eu vejo algumas coisas, os jurados outras. Um jurado lá tirou pontuação deles. Esse pelo menos teve peito de tirar ponto. Ruim são dois que deram 10 para todo mundo. Esses jurados não quero ver mais na minha frente. Que é isso pô! No calor das coisas, as pessoas falam, fazem. Enquanto tá falando, pra mim tá tudo bem. Mas não posso admitir que joguem cadeira, pedra, tentar agredir as pessoas que nem o pessoal da Sangue Jovem fez. Eu não sei que resultado vai dar isso. A Polícia abriu um Boletim de Ocorrência e requisitou as fitas de todas as emissoras. Tem outro inquérito aberto pela empresa que mantém a estrutura porque quebraram um monte de coisas deles e ele quer o prejuízo de volta. Além disso, há um terceiro BO feito pela Administração da Zona Noroeste, pois <I>arrepiaram</I> um carro deles. No que vai dar tudo isso, o problema não é meu.</FONT></P><br />
<P align=left><FONT size=2><FONT face=Verdana><B>JB- </B><I>Mas não são fatos que estragam a realização dos desfiles?<BR></I></FONT></FONT><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Estraga sim. Estou há muito tempo pedindo para as empresas portuárias que invistam em nosso Carnaval. Nesse ano consegui que eles pagassem empilhadeiras, guinchos, entre outras coisas. Eles já me mandaram um recado para não procurar mais eles no ano que vem em virtude do vandalismo que ocorreu na apuração. Então perderam. Não contribuíram com nada. Acho que torcida de futebol é uma coisa e escola de samba é outra.</FONT></P><br />
<P align=left><FONT size=2><FONT face=Verdana><B>JB- </B><I>Na Secult se discute o retorno do Banho da Dorotéia, uma tradicional comemoração pré-carnavalesca de Santos?<BR></I></FONT></FONT><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Não dá nem para pensar, pois está proibido judicialmente. A orla da praia toda está proibida para desfile. E existe uma proibição judicial exclusiva em cima do Banho da Dorotéia. Do mesmo jeito que há uma proibição em cima do uso da Concha Acústica. São ações populares que geram essas proibições. Na concha, eu queria na verdade é derrubar aquilo tudo, pois é a única concha acústica do mundo que está de costas para o mar. E eu cansei de dizer isso ao Paulo Barbosa na época de sua construção, mas ele não me ouviu. Ali, eu tenho um projeto para construir o Cine Arte todo em vidro. Mas esbarra na questão do arquiteto que tem direito sobre a obra. Isso é uma coisa que não entendo. Se fiz o projeto e você me pagou, a obra é sua e não mais minha, não é isso? Mas tem a questão cultural da arquitetura. Por isso tá parado. Aquilo ali é bom quando chove que enche de água e vira piscina. Dá para fazer ali um aquário e encher de peixinho vermelho. Não pode fazer nada com aquilo. O pior é que o local sofre vandalismo e eu tenho que colocar dinheiro para arrumar.</FONT></P><br />
<P align=left><FONT size=2><FONT face=Verdana><B>JB- </B><I>Como o senhor vê a atuação dos vereadores do PMDB, hoje a maior bancada do Legislativo santista?<BR></I></FONT></FONT><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>É boa. Essa maior bancada eles devem, evidentemente, a um trabalho da direção anterior do PMDB que bolou a campanha “Para vereador vote no 15”. Foi uma jogada minha, do Guilherme Cruz Costa e do Clóvis Farinelli. Observamos as pesquisas, que davam 60 a 70% de pessoas indecisas para vereador em 2008. Tínhamos um cálculo de fazer no máximo três. Ai surgiu à história do para vereador vote no 15. Tivemos mais de 15 mil votos na legenda. Em São Paulo, como exemplo, o PMDB teve na Capital apenas 16 mil votos na legenda. Isso mostra o sucesso da idéia. Na próxima eleição não sei se vai dar para repetir essa estratégia, pois os outros partidos já estão ligados. Em 2008, tínhamos a candidatura majoritária que estava folgada na frente. O que queríamos é fazer uma bancada grande. E bolamos o Vote no 15 e pegou. Uma semana antes colocamos na rua e ai foram 40 mil lambe-lambe do Vote no 15.</FONT></P><br />
<P align=left><FONT size=2><FONT face=Verdana><B>JB- </B><I>O senhor participa da vida política de Santos há muitos anos?<BR></I></FONT></FONT><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Desde os 14 anos quando fui em cana pela primeira vez e apanhei para cacete da Polícia do Exército (risos). </FONT></P><br />
<P align=left><FONT size=2><FONT face=Verdana><B>JB- </B><I>Com essa sua experiência, como você vê a política em Santos hoje?<BR></I></FONT></FONT><B><FONT size=2 face=Verdana>CP- </FONT></B><FONT size=2 face=Verdana>Ela não tem mais a paixão de antes. Não vejo hoje ideologicamente nenhum partido mais. Naquela época, você tinha o PMDB como um partido ideológico. Hoje a coisa está mais comercial. Tem muita gente ai que está na política para defender seus próprios interesses e não os do povo. Eu defendo uma reforma política até para comprimir essa quantidade absurda de partidos. Isso não leva a nada. Queria ver fazerem uma eleição como fizemos em 1984 para eleger o <I>Velho </I>Justo sem dinheiro e como franco atirador. Isso só Deus sabe como foi feito e com tanta paixão.</FONT></P><br />
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<P align=center><IMG border=1 hspace=15 alt= Carlos Pinto lembra da vitória de Justo sobre Rubens Lara- Foto Nara Assunção ” vspace=5 align=alinhamento src=”https://www.boqnews.com/arquivos/id_4545_cp1.jpg”>

Carlos Pinto lembra da vitória de Justo sobre Rubens Lara
Foto Nara Assunção


JB- Você pode contar algumas particularidades desta vitória do Justo. Afinal em 1984, todos diziam que o Rubens Lara seria eleito antes da eleição?
CP- Eu me lembro que gastamos naquela campanha 80 mil cruzeiros. E o Lara gastou dois milhões de cruzeiros. Apenas o Orestes Quércia e o Jânio Quadros ajudaram o Justo. Mas o Quércia foi fundamental, pois lutávamos contra todo o partido que apoiava o Lara. Foi uma eleição atípica, pois foi o único pleito no Brasil na época. E tínhamos as sublegendas. O PMDB lançou o Lara, o Justo e o Eduardo Castilho Salvador. E teve muita malandragem. Vou contar algumas. Eu sabia que a campanha do Lara tinha montado um esquema de rádio frequência para coordenar os carros de campanha no dia da eleição para controlar a boca de urna. Nós montamos uma central de rádio no comitê do Justo no Boqueirão e ficamos toda a noite procurando a frequência que eles atuavam. Até que achamos. No dia da eleição, juntamos os carros dele todinho no Morro da Nova Cintra. A frota toda lá em cima sem saber o que estava fazendo. Tem outra. A gente botava uns sapos no comitê do Lara para buscar camiseta dele. No dia da eleição colocamos mais de 200 caras na rua com camisa do Lara pedindo voto pro Justo. Teve outra. Nós estávamos em carros com a camiseta do Lara, passávamos pelo pessoal dele nos locais de votação e dizíamos que eles tinham que ir pro comitê para receber a diária senão ia acaba o dinheiro. Tiramos todo mundo da rua e colocamos na porta do comitê para receber. E lembro que eles estavam pagando uns cinco reais e a gente dizia que era 10 e que eles tinham que ir correndo receber. Tiramos todo mundo da rua. Às 11h30 já sabia que o Justo tinha ganhado a eleição pelas nossas pesquisas de boca de urna. Imagina, tu vai tranquilão para votar encontra um cara com camisa do Lara te dizendo para votar no Justo, que ele é que era o bom. Era uma beleza.


JB- A composição da chapa com o Justo e o filho do Esmeraldo, lembrando a chapa eleita que foi cassada na década de 60 não colaborou também?
CP- Em princípio, a Alda (esposa de Esmeraldo Tarquínio) seria a vice do Justo. Mas houve uma troca de idéias entre eu, o Tanah Corrêa, e o Del Bosco, e nós entendemos que quem deveria ser o candidato a vice era o Esmeraldinho, para ele iniciar na política e seguir a carreira do pai. E essa tese acabou prevalecendo. Foi apenas uma homenagem que nós fizemos ao Esmeraldo. O velho era nosso amigo e queríamos fazer essa homenagem e conseguimos.


JB- Porque você acha que a carreira política do Esmeraldinho não teve o mesmo sucesso que a do pai?
CP- Cada um é cada um. O Esmeraldinho preferiu uma coisa mais administrativa, não gosta de se jogar em eleição, nem nada. Praticamente ele deixou de lado isso. Também as coisas que o Esmeraldo pai passou durante a revolução afetaram muito a família. Inclusive de forma financeira. E muita. Eu sei porque convivia diariamente com o Esmeraldo. Ele tava cassado e eu tinha sido expurgado da Petrobras. Mas a gente todo sábado à tarde ia para o meu apartamento, ficava tomando um whysquinho e planejando o que a gente iria fazer quando acabasse o temporal da ditadura. Quando o Esmeraldo se elegeu, ele tinha projetos fantásticos para a área de Cultura. Ele foi aos Estados Unidos quando se elegeu. Em Los Angeles, se reuniu com a indústria cinematográfica, pois ele queria que Santos virasse um pólo de cinema, até porque na época passávamos pela crise do café e os armazéns estavam todos abandonados e o Esmeraldo queria transformar eles em estúdios para gravações. O Esmeraldo foi um cara com quem eu aprendi muita coisa. Um cara reto, correto, honesto que até hoje eu não entendo porque o cassaram porque não tinha qualquer implicação. Não tinha motivo. No dia da cassação, eu estava esperando o Esmeraldo no Clube XV quando recebemos a notícia da cassação. Esperei ele descer do carro para avisar. Foi uma situação difícil.


JB- Voltando aos dias de hoje, como você vê essa tão anunciada intervenção do diretório estadual do PMDB no diretório municipal de Santos que nunca acontece?
CP- A minha opinião é a seguinte. Lá atrás fui cassado pela ditadura, quando tiraram meu emprego e não fui anistiado até hoje, coisa que não me interessa. Agora, sou cassado pelos democratas do diretório estadual. Eu acho que essa intervenção não vai existir e se existir, a única coisa que me resta é sair. Agora, que não havia necessidade do diretório nacional ter intervido no estadual é fato. A eleição seria agora em novembro. O presidente de fato e de direito seria o Jorge Caruso, não sei por que ele abriu mão disso.


JB- Você não acha que essa especulação de intervenção é fruto da forte ligação que o prefeito Papa mantém com o PSDB, com o ex-governador Serra e com o Alckmin?
CP- Se for por isso, tem que intervir também pela ligação que ele tem com o Aloysio Mercadante (ministro de Ciências e Tecnologia) do PT. E também por causa da ligação com o deputado Aldo Rebello (PCdoB) que é um elo forte pra caramba. O João Papa faz política em prol da população sem ver cores partidárias.


JB- Você pode dizer se o prefeito Papa lhe acompanha nessa sua possível saída do PMDB, em caso de intervenção?
CP- Eu não respondo por ele. Eu saio. Aliás, se ele tiver um pouquinho de bom senso sai. Posso te garantir que eu saio junto com todo mundo que eu coloquei lá dentro.


JB- O senhor não acha que as candidaturas que já estão sendo lançadas nos bastidores visando o pleito de 2012 podem sofrer as consequências do antigo jargão do ex-prefeito Oswaldo Justo que dizia que roupa muito tempo no varal desbota?
CP- Qualquer candidatura que sair hoje visando 2012 vai ficar que nem bacalhau em porta de venda. Ou que nem dizia o Justo, no varal ele desbota, tem a chuva e o sol. Qualquer um que colocar a cara de fora agora corre esse risco.

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