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Quem cuida, recolhe

12 DE SETEMBRO DE 2014

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A partir de outubro, quem não recolher as fezes do cachorro será multado

Multa será de R$150 tanto para quem não recolher como para quem descartar em lugar inadequado. Fiscalização começa no dia 13 de outubro

Por: Da Redação

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Que os santistas são apaixonados por animais é algo que pode ser percebido pela quantidade de mascotes como cachorros e gatos nas residências. O que está faltando, porém, é uma postura consciente em relação ao descarte correto dos dejetos deles. O tema foi inclusive tema de manchete no Boqnews há exatamente um ano e volta em destaque por conta da Campanha Quem Cuida, Recolhe, lançada pela Prefeitura de Santos.

Assim como os dejetos humanos, o local adequado – ainda pouco utilizado neste caso – é o próprio vaso sanitário. Com esta atitude, as fezes passariam pelo tratamento da Sabesp e depois seriam despejados no oceano pelo Emissário Submarino. “Entendemos, porém, que tal atitude pode ser mais complicada. Neste caso, a segunda opção é recolher o dejeto e jogá-lo no lixo comum. É melhor do que deixar no chão. Mesmo não sendo o ideal, o aterro sanitário está preparado para receber este tipo de material sem poluir o solo”, ressalta o secretário de Meio Ambiente de Santos, Luciano Cascione.

O impacto da falta deste hábito – além do indesejado ato de pisar nas fezes espalhadas pelas calçadas – é a poluição, principalmente, das praias santistas. As fezes dos animais não recolhidas fazem parte da chamada poluição difusa. Nos dias de chuvas mais fortes, toda a sujeira das ruas acaba no canal. As comportas se abrem e o destino é o mar. Esta poluição é uma das causas das bandeiras vermelhas constantes nas praias. Não sabe-se a porcentagem do quanto as fezes impactam, mas é algo que realmente deve ser levado em consideração.

De acordo com estudos do Centro de Pesquisa Hidrodinâmica da Universidade Santa Cecília, a poluição está presente nas praias por diversos fatores, mas um dos principais com influência direta é a poluição difusa, agravada nos dias de chuva. A questão do saneamento, tanto por áreas que não possuem rede – nas comunidades carentes, localizadas principalmente ao longo do estuário e margens dos rios – como por ligações irregulares – também influenciam diretamente na balneabilidade das praias.

“Nosso principal objetivo é conseguir diminuir a poluição das praias. Se conseguirmos resultados com a campanha as próprias pessoas vão se conscientizar de maneira mais rápida”, ressalta Cascione. “Costumo dizer que a Prefeitura deveria ficar uma semana sem limpar a praia para que o munícipe pudesse ver a quantidade de lixo descartado de maneira inapropriada. São materiais que não nascem do meio ambiente e que precisam do descarte correto”, diz.

Cascione alerta também que os dejetos dos cachorros, por exemplo, possuem sete vezes mais coliformes fecais que os dos seres humanos, se tornando ainda mais poluentes ambientalmente, além da transmissão de doenças aos humanos.

Campanha
Neste sábado (13), de acordo com Leila Abreu, coordenadora da Codevida, será lançada a campanha Quem Cuida Recolhe, na Praça dos Cães, em frente ao Sesc. No local, a partir das 10 horas, serão distribuídos kits para o recolhimento das fezes. A medida integra a campanha Cidade Sem Lixo. “Será uma mudança cultural muito grande, que é difícil acontecer rapidamente, mas que precisa começar”, acredita Leila.
A campanha de conscientização continuará até o dia 13 de outubro, quando começará a fiscalização com multa. “A ação de conscientização continuará mesmo depois da fiscalização. Mas é importante lembrar que após esta data todos poderão ser multados em R$ 150”, explica o secretário.

A atual legislação prevê multa de R$ 50. “Mudaremos o valor para R$150. Como advogado acredito que daria para usar a mesma lei da Cidade Sem Lixo, mas como existem as duas leis, deixaremos assim, igualando apenas o valor da multa”, acrescenta. A multa será tanto para os casos de flagrantes de não recolhimento das fezes, como para o descarte irregular, em um cantinho da rua dentro do saco. “Acredito que com o início das multas, as pessoas não vão querer passar pelo constrangimento”, diz Cascione.

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