O prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) entra no último ano do mandato mantendo a boa avaliação junto ao eleitorado santista, mas começa a sofrer, ainda que de forma lenta, o desgaste do cargo.
Em janeiro passado, conforme pesquisa Enfoque/Boqnews, 45,1% dos eleitores o aprovavam, ante 28,1% que reprovavam o chefe do Executivo. Agora, são 48,7% que o aprovam e 26,6% que não. O ligeiro crescimento é positivo, mas está dentro da margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou menos. Primeiro prefeito eleito em Santos já no primeiro turno, Paulo Alexandre obteve 57,91% dos votos válidos em 2012, atingindo 144.827 sufrágios.
No tocante ao conceito dado em relação ao seu governo, a diferença foge da margem de erro. Em janeiro, conforme pesquisa Enfoque/Boqnews, os itens ótimo e bom somavam 44,4%, e ruim e péssimo, 9,9%. Agora, eles chegam a 38,8% e 15,2%, respectivamente. O regular subiu de 37,7% para 40,2%, dentro da margem de erro.
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Perfil
Por sexo, o prefeito é melhor avaliado entre as mulheres: 39,8% citam seu governo como ótimo e bom, conceito dado por 37,5% dos homens. Por sua vez, 17,9% dos homens são críticos (itens ruim e péssimo) contra 12,9% entre as eleitoras.
Por faixa etária, o tópico regular prevalece em todos os grupos resultando na média de quatro eleitores a cada dez que classificaram este conceito. Entre os que citam de forma positiva (ótimo e bom) e negativa (ruim e péssimo), o prefeito encontra melhor avaliação junto às faixas etárias maiores. No grupo entre 16 a 24 anos, são 33,8%; de 25 a 34 anos, 33,4%; 35 a 44 anos, 41,3%; 45 a 59 anos, 40,6% e acima de 60 anos, 42,8%.
Por sua vez, são justamente os que estão acima de 60 anos os mais críticos: 17,6% deste grupo considera o governo ruim ou péssimo. A diferença é que o item regular é o mais baixo entre as faixas: 36,7%. O prefeito também é bem avaliado nas três zonas eleitorais, com destaque na 273ª (Boqueirão, Gonzaga, Pompeia, José Menino, Campo Grande, Vila Belmiro e Marapé), com 42,5% das citações positivas (ótimo e bom) e 13,5% das negativas. O menor índice ocorre na ZE 118ª (Zona Noroeste, Vila Mathias, região central, Encruzilhada e Morros), com 35,8% de ótimo e bom e 19,3% de ruim e péssimo.
Por grau de escolaridade, Paulo Alexandre tem seu governo considerado regular por 41,9% dos que têm nível superior completo ou não. Por sua vez, sua maior aprovação ocorre entre os eleitores que declararam o Ensino Fundamental completo ou incompleto, com 41,7% deste público.
Com estes números, é possível afirmar que Paulo Alexandre entrará no último ano do seu governo com cenário confortável, ainda mais se comparado a outros chefes do Executivo avaliados no levantamento, ocorrido entre os dias 30 de novembro e 7 de dezembro com 1000 eleitores santistas, acima de 16 anos, em todos os bairros da área insular da Cidade.
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Acidez
Os santistas são mais ácidos que o eleitorado brasileiro em relação aos governos federal e estadual. Em Santos, a presidente Dilma Rousseff (PT), que obteve 30,64% dos votos válidos no segundo turno no ano passado, tem hoje 75,5% de rejeição (soma de ruim e péssimo), e apenas 6,3% de aprovação (ótimo e bom). Ou seja, a presidente perdeu apoio mesmo entre parcela dos eleitores que votaram nela há um ano.
O percentual é semelhante à última pesquisa nacional encomendada pela CNT – Confederação Nacional do Transporte divulgada em outubro, quando Dilma tinha 70% de rejeição e 8,8% de aprovação.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que obteve 60% dos votos válidos em Santos no ano passado, também sente os efeitos negativos em sua popularidade. Hoje, 38,2% dos eleitores santistas consideram seu governo ruim ou péssimo ante 24,1% que o aprovam. Outros 33,2% o classificam como regular. O Datafolha divulgou em novembro que Alckmin tem uma avaliação negativa de 30% e positiva de 28% entre os paulistas.
>> Confira a Pesquisa Enfoque/Boqnews completa
Na média ponderada, nota 6
Na hora de quantificar a avaliação da Administração Paulo Alexandre, o maior volume de citações ocorre na nota 7, mas com a média ponderada (a soma dos resultados com todas as notas, eliminando-se os indecisos e dividindo-se pelo total de pesquisas) chega-se a 6, refletindo o conceito regular dado por 40,2% dos entrevistados.
Outro dado é o equilíbrio entre aqueles que votariam ou não em Paulo Alexandre caso ele seja candidato à reeleição em 2016. Pelo menos, 28,6% disseram não enquanto 25,6% afirmaram o oposto, índice dentro da margem de erro. Cerca de 20% falaram não ter certeza e 11,4% ressaltaram que poderão votar nele, caracterizando um possível sufrágio. Os demais se mostram indecisos ou que não votarão ou anularão.
Transporte e saúde
Transporte coletivo foi o setor mais elogiado pelos eleitores das três zonas eleitorais, com 17,7% das citações entre os residentes na 118ª; 19,2% na 272ª e 19,8% na 273ª.
A área da saúde foi o segundo tópico mais lembrado (e o primeiro entre os mais criticados), obtendo melhor resultado entre os moradores da 273ª, com 11,5% das citações contra 9,3% dos residentes na 118ª.
Por sua vez, entre as áreas consideradas negativas, saúde e segurança se destacam neste cenário. A primeira foi a mais comentada entre os residentes na 118ª (28,2% do total), seguida por 23,9% dos moradores da 272ª e 18,3% na ZE 273ª. Já o item segurança foi o mais lembrado pelos residentes na zona leste da Cidade: 20,4% entre os que residem na ZE 272ª (Embaré, Aparecida, Ponta da Praia, Macuco e Estuário) e 18,1% entre os da 273ª, enquanto na ZE 118ª o índice chegou a 14,9%.