O último verão em Santos será lembrado pelas altas temperaturas e o calor extremo. Com a proximidade da estação mais quente do ano, que tem início no próximo dia 21 de dezembro, a pergunta é: será que o quadro de calor intenso e poucas chuvas vai se repetir?
O meteorologista da Defesa Civil (DC), João Paulo Nardin Tavares, explica que o verão passado apresentou chuvas 24% abaixo da média, que é de um total de 1184 mm (litros/m²), durante os meses de dezembro a março. Neste verão de 2015, não está ocorrendo o fenômeno El Niño no Oceano Pacífico. Se o Atlântico Sul continuar ligeiramente aquecido, “possivelmente teremos chuvas dentro da média ou até ligeiramente acima”.
Quanto às temperaturas, os modelos meteorológicos apontam que continuarão elevadas, em torno de 31°C. Em razão disso, há grande possiblidade de formação de chuvas intensas, seguidas de descargas elétricas, os populares raios.
A população deve se precaver e tomar os cuidados necessários para evitar acidentes. “São fenômenos meteorológicos rápidos, com duração de poucas horas, característicos da estação. Mas podem causar vítimas fatais”.
Monitoramento
O responsável pela DC em Santos, Daniel Onias Nossa, conta que durante o verão o trabalho dos técnicos é redobrado e o monitoramento é constante. Desde o dia 1º de dezembro está em vigor o Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC), que atua nas áreas de risco nos morros. Em Santos, cerca de 2200 moradias estão nas encostas.
Este ano, o órgão vai alertar os moradores dessas áreas por mensagens SMS, em caso de tempestades fora do normal. Equipes já estão percorrendo os locais mais críticos para prestar orientação de como agir em casos extremos. “Na abordagem pedimos o número do telefone e cadastramos. Em caso de previsão de chuvas fortes, enviaremos torpedos informando”.
Como a incidência de raios é grande no verão, o coordenador recomenda que turistas, banhistas e moradores saiam imediatamente da praia quando o tempo fechar. Ficar em lugar aberto ou embaixo de uma árvore também é perigoso. “O melhor é procurar um local fechado, isolado, amparado por paredes de concreto”.
Emergência
– Ligue 199
“Durante a vigência do plano, que tem o objetivo de prevenir acidentes e redobrar a atenção em áreas de risco, principalmente nos morros, equipes atendem no telefone 199 (ligação gratuita) a solicitações e prestam informações sobre situações de risco.”
Incidência de raios
Em Santos, a média é de cerca de nove raios por Km²/ano. Como o município tem uma área de aproximadamente 282 km², chega a receber uma média de 2500 por ano. Cerca de 130 pessoas morrem atingidas por raio no Brasil por ano. O prejuízo é quase R$ 1 milhão.
Fonte: ELAT/INPE
Cuidados durante tempestades
– Fique longe de árvores, postes ou linhas de energia elétrica
– Mantenha-se longe de estruturas metálicas, como varais ou trilhos e não segure objetos pontiagudos ou de metal.
– Dentro de casa evite a proximidade com tomadas, canos, janelas e portas metálicas.
– Para-raios não protegem aparelhos eletrônicos. Desligue as tomadas durante as fortes tempestades e nunca utilize o telefone ou outros aparelhos que estejam ligados à rede elétrica. – Nunca permaneça na água do mar, lagoas, represas, piscinas, locais altos, campos abertos ou quadras.
– Procure abrigo em edificações, prédios e carros totalmente fechados ou em alguma instalação subterrânea.
– Exija que a administração do seu prédio instale e faça boa manutenção do sistema de para-raios. Esses equipamentos são obrigatórios para todos os edifícios com mais de 30 m de altura e terrenos com mais de 1500 m².