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Opiniões

25 DE JANEIRO DE 2015

Custo da irresponsabilidade

Por: Humberto Challoub

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As recentes medidas anunciadas pela nova equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, revela a firme intenção do Governo Federal de repassar exclusivamente à sociedade brasileira a responsabilidade de cobrir o enorme déficit fiscal resultante da administração irresponsável conduzida pela presidente Dilma Rousseff nos primeiros quatro anos de seu governo. Corte abrupto dos subsídios nas tarifas de energia, aplicação de impostos sobre os combustíveis, veto à correção da tabela do imposto de renda na fonte pelo índice inflacionário e limitação às concessões de crédito foram algumas das iniciativas anunciadas para tentar equilibrar as contas de um governo gastão, que camuflou a realidade econômica brasileira com o propósito de garantir sua manutenção no poder, ludibriando assim os incautos eleitores com a construção de um cenário de desenvolvimento e prosperidade que, na prática, se revelou frágil e desprovido de bases reais.

A disposição imediatista do Governo em promover medidas de elevação da carga tributária e de corte de incentivos para o financiamento das atividades produtivas revela-se um paliativo diante das possibilidades que poderiam existir em um contexto mais amplo, que obrigatoriamente denota uma política tributária realmente comprometida com o desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Trabalhadores e pequenos empresários sempre pagaram mais por uma conta que não lhes cabem. No momento, ao Governo caberia o sacrifício maior para assegurar a continuidade do crescimento do País, por meio de corte de gastos supérfluos e redução do peso da máquina pública, hoje a serviço dos interesses e das benesses concedidas aos partidos que compõem a base de aliados que dão sustentação às políticas clientelistas. Não é cabível aceitar que a população continue a ser sacrificada enquanto são mantidas e ampliadas as vantagens de setores não prioritários para a população.

Um país com o potencial e capacidade produtiva instalada como o Brasil não pode ficar suscetível às irresponsabilidades das administrações públicas e ao não cumprimento de metas estabelecidas para balizar a economia nacional. Neste contexto, a propalada reforma tributária, se colocada efetivamente em curso, pode se tornar um importante instrumento de justiça social e de distribuição de renda, a partir da desoneração das famílias de menor poder aquisitivo e pela adoção de políticas de subsídio às cadeias produtivas responsáveis pelo comércio de alimentos e mercadorias de primeira necessidade. Já é mais do que hora de aliviar o peso dos impostos e encargos que recaem principalmente sobre os trabalhadores e as empresas, que acabam penalizados por um sistema arcaico que necessita ampliar a base de arrecadação para cobrar de muitos o que hoje é pago por poucos.

 

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