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26 DE AGOSTO DE 2016

Reflexão: Produção x Resolução

Por: Da Redação

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Remunerar por produção e não por resolução. Talvez assim caminhemos para um caos. Ou revertemos e vamos prestigiar quem resolve ou continuamos como as operadoras de saúde, cooperativas e seguradoras que remuneram a consulta, a cirurgia, o exame, o procedimento e ninguém se responsabiliza pelo resultado.

Desta forma, mais e mais consultas, exames e cirurgias e o sistema não vai mais se sustentar. Não tem sustentabilidade. Para que tal, uma ideia seria a de remunerar pelos resultados, onde os bons profissionais teriam seu trabalho reconhecido pela resolutividade e, talvez, utopicamente, chegar a tal ponto que a melhor remuneração iria para aquele médico que atendesse menos, de alguma forma denotando que seus pacientes estariam mais bem controlados e saudáveis, por consequência, dependendo menos de exames e internações.

Parece que no Reino Unido, na Inglaterra, isto já acontece há tempos. Há quem não acredite que possamos mudar, pois mudança requer coragem e ousadia, lógico, respeitando a ética do exercício profissional. Michael Porter, famoso administrador de empresas e estrategista, socorrista internacional de empresas pré-falimentares, professor da Harvard Business School, em seu livro, Repensando a Saúde, faz algumas reflexões sobre os sistemas de saúde e seus modelos econômico-administrativos percebendo a ausência da valorização pelos bons resultados e resolutividade.

Os planos de saúde remuneram todos por igual valor, independentemente do tempo de formado, da experiência, dos títulos conquistados e, principalmente, dos resultados auferidos. Segundo Porter, esse modus operandi talvez seja o maior estímulo ao desestímulo pela melhoria contínua, busca incessante em todos os outros segmentos do mercado. Entendo quão difícil para todos nós, médicos, será repensar a saúde e sua prática junto aos conselhos e instituições médicas sem, em momento algum, perder a essência de nossa missão que é curar sempre que possível, mas, ajudar em todas as circunstâncias. Coragem no primeiro momento e, depois, coletivamente, talvez aí sim, ousadia para reverter a insustentabilidade que se aproxima.

Vejam as notícias que nos chegam com planos de saúde fechando as portas e cooperativas médicas que devem mais de R$ 1 bilhão ao Governo Federal. Ou mudamos ou morremos. Remunerar por resolutividade talvez seja o medicamento que pode salvar nosso sistema de saúde que está doente.
Agora é com você. Transforme o conhecimento em comportamento.

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