Tranquilo e de poucas palavras, o atleta Lauro Chaman é veloz nas pedaladas em sua bicicleta. Coleciona orgulhoso medalhas de conquistas nacionais e internacionais no ciclismo. Atleta da equipe do Memorial-Santos/Fupes, Lauro está confirmado para representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e – se alcançar resultados como nos jogos de 2015 – será um dos orgulhos do País. Em Toronto, voltou com duas de ouro, uma de prata e um quinto lugar.
“Estou ansioso. Todo mundo fica. Mas estou treinando bastante e me cuidando muito. Se der certo temos tudo para conquistar esta medalha”. Ele agradece o apoio recebido. “Devo aos meus companheiros de equipe e seleção brasileira, além dos meus amigos. Tudo é válido”, ressalta.
Focado e contando os dias para chegar os jogos, Lauro viverá ainda grandes emoções até setembro. Ainda neste mês, por exemplo, o atleta competirá na Espanha a terceira etapa da Copa do Mundo de Paraciclismo e também fará os testes da pista no Rio. “Podemos sair com este título de campeão. Tomara que a gente consiga esta medalha”, explica. Na segunda etapa do mundial, que foi realizada na Bélgica no mês passado, Lauro conquistou a medalha de ouro nas duas provas válidas, assumindo a vice-liderança.
Superação
Ao conhecer Lauro é difícil descobrir o que o faz ser um atleta paralímpico, mas ele explica: “Nasci com o pé torto congênito, o pé esquerdo virado para dentro e passei por três cirurgias para corrigir o problema”. Os procedimentos, porém, o fizeram perder parte da movimentação do tornozelo e, como consequência, sofreu atrofia na panturrilha. “O movimento que não tenho é fundamental no ciclismo e por isso temos uma categoria específica, classe C5”. É a mais rápida das categorias, sendo quase como um atleta convencional, mas com uma certa desvantagem, pois a potência da perna esquerda no caso de Lauro é bem menor que a dos demais atletas sem qualquer tipo de deficiência.
Assim como muitas pessoas, Lauro – que é de Araraquara – começou a andar de bicicleta como meio de transporte, mas desde pequeno já demonstrava sua paixão ao apostar corridas na rua. Aos 12 anos, participava pela primeira vez de uma competição de mountain bike. Desde então não parou e com 15 anos a brincadeira ficou mais séria nos campeonatos Paulista e Brasileiro. Continuou competindo em provas tradicionais e apenas em 2008 ingressou na categoria do paraciclismo.
Há seis anos integrou a equipe do Memorial e como ele avalia, virou outro atleta. “Tenho a estrutura e acompanhamento necessário. Hoje me preocupo apenas em competir”, explica.00