Dois maratonistas russos, Anastasia Krapivina, no feminino e Evgeny Drattsev, no masculino, iniciaram os treinos na piscina da Universidade Santa Cecília (Unisanta), na manhã desta segunda-feira (25). A delegação russa não deu entrevistas à imprensa, atendendo à orientação do governo.
Os dois receberam a placa da Unisanta em homenagem à sua delegação, em um ato informal realizado no Consistório da Universidade, onde os jornalistas tiveram oportunidade de fazer perguntas. Anastasia e Evgeny se retiraram do auditório logo que receberam a homenagem, antes da coletiva, e rumaram para a piscina.
Os dirigentes italianos receberam a placa e os atletas foram representados no ato por Piero Cudia, destaque nos 100m borboleta. O tema doping, devido à polêmica que envolve os atletas russos, principalmente do atletismo, foi um dos assuntos abordados na coletiva realizada na Unisanta. A pergunta foi endereçada ao head coach da Itália, Cesare Butini. A Itália está muito atenta ao problema, explicou o técnico italiano. Seus atletas principais, mais visados, tiveram nos últimos meses cerca de 30 controles e nunca tiveram problemas, explicou Butini. A Itália tem duas agências internas anti-doping, além de se reportar à Agência Mundial Antidoping (Wada).
O representante italiano considera corretas a rigidez quanto ao uso de substâncias proibidas e a decisão de se proibir a participação do atletismo da Rússia na Rio-2016. (O Comitê Olímpico Internacional -COI decidiu permitir a participação dos atletas “limpos” das modalidades, com exceção do atletismo, enquanto a Agência Mundial Antidoping sugeriu a exclusão de todos os inscritos,o que poderia afetar quase 400 representantes daquele País). Na Unisanta, a delegação italiana trouxe 88 pessoas de esportes aquáticos.
Problemas no Rio
Os problemas registrados na Vila Olímpica, no Rio, com os prédios inacabados, sem condições de receber os atletas, é uma questão que preocupa os italianos. Por esse motivo, é provável que a delegação que está na Unisanta atrase de um ou dois dias sua partida para o Rio de Janeiro. A princípio, eles pretendiam sair de Santos nos dias 2 e 3 de agosto, mas agora não deverá ser possível. Eles pensam em alugar apartamentos no Rio.
Sobre os atletas de natação brasileira, Cesare Butini reafirmou que os italianos consideram os brasileiros muito fortes e organizados. As “rivalidades” nas piscinas e nas maratonas é antiga, com as duas equipes vem se revezando entre as primeiras posições nos 4X100m livre, não apenas em Kazan.
Violência no Rio, zika e agora o terrorismo são questões que também preocupam os italianos. O terrorismo é um problema que afeta o mundo todo, mas Cesare Butini sustenta que todos devem prosseguir com suas atividades. “Não devemos deixar que nos roubem nossa liberdade”, afirmou o dirigente. A chegada ao Brasil, com escolta da polícia, e as medidas de segurança adotadas até agora estão satisfazendo os italianos.
O manager da seleção italiana, Stefano Rubaudo, reafirmou sua ótima impressão sobre Santos, onde já esteve várias vezes. A cidade é tranquila, nunca tive problemas. Santos é próxima do Rio, tem o clima parecido e a infraestrutura da Unisanta atende às exigências da Itália, disse.
Destaques italianos
Os destaques do masculino na natação italiana são Gregório Paltrinieri, ouro nos 1500 metros livre e Campeão Europeu em Londres (2016). Sua meta é conquistar a medalha de ouro e o recorde mundial na modalidade, na Rio 16; Federica Pellegrini, atual recordista mundial e campeão olímpica em Pequim/2008 nos 200 metros livre; Marco Orsi – prata nos 40 metros livre no último Mundial de Piscina Curta, está se recuperando de uma lesão.
A recepção aos atletas russos e italianos contou com as presenças da reitora da Unisanta, Sílvia Teixeira Penteado, da presidente da Unisanta, Lúcia Teixeira e do Pró-Reitor Marcelo Teixeira, que destacou a experiência da Universidade em organizar maratonas internacionais e de revelar talentos no esporte, aliando as atividades esportivas á educação.
Atletas russos
A seleção russa de Maratonas Aquáticas classificou dois atletas para as Olimpíadas Rio 2016, Anastasia Krapivina (feminino) e Evgeny Drattsev (masculino). Kapravina conquistou a vaga em 2015, no Mundial de Esportes Aquáticos em Kazan, onde chegou em 5º lugar, atrás de Ana Marcela Cunha (Unisanta), que ficou com a 3ª colocação.
Drattsev se qualificou para o Rio ao terminar em 4º lugar na seletiva olímpica de Setubal (Portugal), em junho deste ano, segunda chance de classificação para as Olimpíadas, a primeira foi em Kazan (Rússia). Drattsev se destacou em 2014 nos campeonatos europeus, quando foi nomeado pela Federação Russa de Natação entre os três melhores nadadores do País.