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Redes sociais

Eleições 2018

21 DE OUTUBRO DE 2018

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Redes sociais podem divergir opiniões do eleitorado durante as eleições

Especialistas debatem o quanto as mídias digitais mexem com o pensamento do eleitorado em períodos conturbados

Por: Da Redação

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A uma semana do segundo turno das eleições, as redes sociais estão a todo vapor.

Vendo isso, o Tribunal Superior Eleitoral se reuniu com representantes dos candidatos para combater as notícias falsas (fake news).

No entanto, o quão influente essas redes podem se tornar? Quanto isso mexe na opinião do eleitorado?

Em entrevista concedida na última quarta-feira (17), a professora universitária e especialista em comunicação digital desde 2010, jornalista Amanda Guerra, relata que as mídias sociais foram preponderantes e serviram para mostrar à classe política, o quão poderosa a ferramenta se tornou atualmente.

“Acho que ficou claro que, pelo cenário que vem se desenhando, as mídias sociais foram importantes. Talvéz até decisivas para alavancar candidaturas”.

Mesmo se tornando peça fundamental neste jogo de xadrez durante as eleições, alguns políticos mais antigos preferiram optar pelo meio mais conservador.

Desta forma, depositaram todas as fichas no horário eleitoral gratuito do rádio e TV.

Como, por exemplo, no caso do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB).

Coincidentemente, após a entrevista, o Jornal Folha de S. Paulo divulgou reportagem sobre empresários que apoiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL) pagando por pacotes de dados usados em redes sociais com informações contrárias ao seu adversário, Fernando Haddad (PT).

Entretanto, Bolsonaro negou as acusações.

A reportagem ainda apurou que cada contrato feito beirava os R$ 12 milhões, o que é ilegal, pois não é permitido apoio financeiro de empresas nestas eleições.

Arte: Mala

TV x mídias sociais

Para o cientista político Fernando Chagas, a correta utilização das redes sociais por Jair Bolsonaro (PSL) mostrou que, mesmo tendo pouco tempo de TV, as mídias sociais foram de suma importância para a sua alavancada.

“Em resumo, esta eleição foi definida pelo WhatsApp”.

Contudo, para Amanda, outro fator também chama a atenção nestas eleições: o baixo número de jovens que assistem televisão nos dias atuais.

Desta forma, segundo a especialista, o consumo de informação se dá apenas via internet. Portanto, diminuindo a importância dos veículos televisivos nos dias atuais.

Outro ponto levantado pela profissional é que a equipe de Bolsonaro já deveria ter estruturado um trabalho via redes sociais há algum tempo.

Na visão dela, alguns partidos conseguiram se estruturar via internet e elegeram candidatos ‘apenas’ pela rede.

Como Chagas, Amanda também destaca que, mesmo com pouco tempo televisivo, o candidato do PSL – que lidera as pesquisas com folga – exerceu um papel fundamental com os seguidores, via mídias sociais.

“O trabalho dele vem sendo feito todo por lá. Porém é algo que vem sendo realizado há anos”, relembra.

Ela ainda salienta que outros grupos políticos surgiram por meio da rede social. E alguns viraram articulistas para os meios de comunicação.

A especialista ainda cita as eleições ocorridas nos EUA, com a vitória do republicano, Donald Trump, onde a empresa Cambridge Analytica explorou uma falha do Facebook.

Assim, conseguindo influenciar nas eleições de 2016.

Fornecimento eleitoral

Segundo o site do TSE, a plataforma de pagamentos Adyen Brasil foi a que mais lucrou com as eleições no primeiro turno. A empresa trabalha com pagamentos globais e auxilia no crescimento de outras companhias.

A Adyen lucrou cerca de R$ 29,1 milhões.

O Facebook ficou com a quinta colocação no ranking de fornecedores e lucrou cerca de R$ 9,6 milhões. J

á o Google obteve a 18º posição e faturou R$ 4,5 milhões.

Análise Política

Ainda na visão de Fernando Chagas, os candidatos deverão aprender a usufruir de forma correta das mídias online.

Portanto, adaptar-se ao uso da linguagem desses meios.

“Os políticos terão que conquistar o seu público nas redes sociais durante todo o tempo e não utilizá-las somente nas eleições”, afirmou.

Outrora, o engajamento político não era, de certa forma, explícito por todos os eleitores. Contudo, nos tempos mais modernos, a participação neste âmbito tornou-se perigosa.

Para ele, as redes sociais viraram um ringue de ofensas pessoais e brigas eleitorais, prejudicando sensivelmente o debate e a discussão de propostas.

“Esse acirramento dos ânimos nas redes sociais prejudica tanto o candidato quanto o eleitorado, que ficam nas agressões, em vez de falarem de projetos para o desenvolvimento do País”, disse.

Por outro lado, Chagas afirma que as redes sociais têm como principais benefícios a ampla divulgação das iniciativas eleitorais e o fácil acesso às informações pelo eleitorado.

Desta forma, auxilia os candidatos a expor suas opiniões sobre temas diversos.

PNL

No caso dos comportamentos dos candidatos, a programação neurolinguística, que funciona como uma forma de potencializar a comunicação, pode ser usada para saber as reais intenções dos mandatários.

Assim, pode-se observar as expressões corporais e os tons de vozes.

Para o neurocientista e professor da Unisanta, Ari Brito, a melhor forma de conhecer o candidato é pela expressão corporal. Segundo ele, quando uma pessoa começa a gesticular demais ou colocar as mãos nos óculos ou no rosto é porque está insegura, em geral, mentindo.

“Quando partem para agressividade é para se defender, então se o candidato começa a acusar os outros, é porque está tirando o foco de si”. esclareceu o professor.

Brito ainda explicou que ao realizar media training, a principal regra é não fugir. Portanto, é ideal participar dos treinamentos apontando fatos, o que, segundo ele, transmite credibilidade às pessoas.

“Mesmo o eleitor não sabendo de PNL, ele desconfia intuitivamente, então é melhor se preparar para os debates, senão fica muito vulnerável”, relatou.

Além do mais, o professor enalteceu que os recursos hoje para as produções de materiais de campanha estão mais refinados do que antes.

Portanto, segundo Brito, quando existem gravações de materiais com uma qualidade de vídeo inferior, sejam elas feitas por smartphones ou câmeras de computadores, elas foram realizadas de propósito.

Assim, aproximam o candidato da linguagem mais simples das redes.

Desta forma, o candidato utiliza-se da empatia para atrair os eleitores mais simples da população. Assim, acabam conquistando confiança e votos.

Por fim, o neurocientista lembra que as bolhas sociais também são um dos fatores desta enorme polarização nas atuais eleições do País.

“Quando uma informação de um candidato adversário entra nessa bolha acaba gerando um efeito oposto. Assim, aumentando a rejeição”, apontou o professor.

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