Baixada registra falta de combustíveis e ausência de produtos nos mercados | Boqnews
Foto: Nando Santos

Greve

24 DE MAIO DE 2018

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Baixada registra falta de combustíveis e ausência de produtos nos mercados

Sistema de balsas chegou a ser interrompido entre 15h30 e 16h30 em razão de manifestação de barcos pesqueiros. A quase totalidade dos postos já não tem mais combustíveis. Produtos já começam a faltar nos supermercados.

Por: Da Redação

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No quarto dia de paralisação da greve dos caminhoneiros, os efeitos são cada vez mais sentidos pela sociedade.

E tendem a piorar.

Começam a faltar alimentos – especialmente frutas e verduras.

Mas supermercados também registram a falta de outros produtos, como pães de forma e outros alimentos industrializados.

Nas feiras-livres, o quilo da batata foi  vendido a R$ 5,00 na da Vila Belmiro, em Santos.

Na quarta e hoje, uma corrida de veículos aos postos de combustíveis fez com que enormes filas fossem feitas pelos motoristas, especialmente entre aqueles que dependem de gasolina e álcool para trabalhar.

É o caso do taxista Elso dos Santos, 63 anos e há 35 anos no setor.

“Regredimos”, lamenta, enquanto aguardava no início da tarde para abastecer seu táxi em um dos poucos postos que ainda tinham combustível em Santos, no litoral paulista.

Seu veículo trabalha 24 horas/dia.

Assim, ele calcula que o tanque cheio que pretendia abastecer só daria até esta sexta (25).

“Se não tiver no sábado, eu paro”, destaca.

Em Santos, posto na Rua Rodrigues Alves era um dos raros que ainda tinha combustível nesta quinta. Foto: Nando Santos

Filas quilométricas

O Auto Posto Novo Milênio, com bandeira Shell, era um dos poucos que continuava operando nesta quinta (24).

Na segunda (21), os seis tanques com capacidade para 30 mil litros foram preenchidos.

Assim, filas quilométricas se formaram percorrendo vários quarteirões, inclusive a Avenida Afonso Pena, congestionando o trânsito na região.

Filas para carros e motos foram formadas em parte do posto (junto aos tanques que ainda dispunham de combustível).

O tempo médio de espera chegava a 2 horas (situação por volta das 13 horas).

Conforme o gerente do posto, Welton Carvalho, até às 13 horas os tanques tinham 16 mil litros de etanol, 13 mil de gasolina aditivada (a comum já havia acabado) e 5 mil de diesel.

Aliás, este último ainda pode ser encontrado em postos de bairros de zonas residenciais.

“Acredito que o estoque acabe até o início da noite”, declarou Carvalho.

Ontem, o posto comercializou 25 mil litros de combustíveis.

Uma viatura da CET ficou no local para evitar interrupção do fluxo de carros que entravam na Rua Campos Mello, assim como o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos.

Em Praia Grande, o Procon atuou quatro postos de combustíveis.

“Encontramos estabelecimentos comercializando gasolina a mais de R$ 5,00. O mais alto preço que encontramos foi no Bairro Canto do Forte: R$ 6,99, por 1 litro de gasolina”, disse a coordenadora do Procon local, Vera Benício.

Imensas filas se formaram de motoristas que precisavam abastecer iniciando na Rua Campos Mello, seguindo pela Avenida Afonso Pena, entrando na Rua Silva Jardim e findando na Rodrigues Alves. Foto: Nando Santos

 

Situação oposta

A maioria dos demais postos, no entanto, amanheceu sem combustível.

Pela manhã um posto na Avenida Pinheiro Machado, em frente à sede da Receita Federal em Santos, um frentista apenas varria o chão.

A última gota de gasolina abasteceu um carro por volta das 20 horas da quarta-feira.

E não há previsão de quando o estoque será reposto.

Já a Bomba Campo Grande, no cruzamento da Avenida Bernardino de Campos com Carvalho de Mendonça, havia, por volta das 7 horas de hoje, 1.200 litros de estoque.

Uma hora depois e após uma imensa fila de carros abastecendo, restavam 400 litros.

E só álcool a R$ 3,398 o litro.

A previsão é que a última gota de combustível acabasse antes das 9 horas.

Também não há previsão de abastecimento em razão da paralisação dos caminhoneiros em estradas, impedindo o tráfego de veículos para encher os tanques dos postos.

Estradas e balsas

Pela manhã, o Sistema Anchieta-Imigrantes enfrentava manifestações, segundo a Ecovias.

O mesmo ocorreu no período da tarde.

A Imigrantes, sentido litoral, está congestionada entre os kms 23 e 24 no final da tarde desta quinta (24).

E no sentido oposto, há lentidão entre os kms 18 e 20, em razão de manifestações.

As balsas chegaram a parar entre 15h30 e 16h30.

Isso ocorreu após embarcações de pesca atracarem junto ao tráfego entre Santos-Guarujá no canal do estuário.

A ação interrompeu os serviços que já estão prejudicados em razão de ausência de embarcações em decorrência do acidente provocado por um navio que atingiu balsas que estavam atracadas em Guarujá no início do mês.

 

Imagem tirada às 8h30 de hoje da Rodovia dos Imigrantes. Foto: Ecovias

Supermercados

As redes de supermercados já registram faltas de produtos em razão da greve dos caminhoneiros.

Assim,  supermercado Dia, no Embaré, está com problemas de grandes filas e falta de alimentos.

Do mesmo modo ocorre com a Rede Carrefour, que já divulgou a limitação na compra de produtos pelos consumidores.

 

Greve dos caminhoneiros começa a prejudicar supermercados da região, como o Dia da Senador Dantas, no Embaré.

 

Verduras e legumes começam a faltar nas prateleiras do supermercado. Fotos: Lucas Freire

Transporte

A EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos informa que as empresas de ônibus metropolitanos já enfrentam dificuldades no abastecimento.

A Baixada Santista é atendida por cerca de 70 linhas metropolitanas, com frota de 500 veículos.

São, em média, 200 mil passageiros transportados diariamente.

Já a Translitoral, que atua em Guarujá, informa que o abastecimento dos ônibus não está ocorrendo.

Assim, foi adotado esquema especial de viagens e horários, com redução da frota das 6 às 20 horas.

Já das 20 às 6 horas, o esquema será o mesmo da madrugada, com quatro linhas funcionando (26, 33, 38 e 55).

Confira as mudanças neste link.

 

Coleta de lixo chegou a ser interrompida desde o início da noite de segunda, mas foi retomada. Desafio agora é o abastecimento de combustível para os caminhões que fazem a coleta. Foto: Nando Santos/Arquivo

Prefeitura de Santos

A coleta de resíduos sólidos em Santos voltou à normalidade.

Desde que teve início a greve dos caminhoneiros autônomos, no início da semana, que bloquearam o acesso ao bairro da Alemoa e região portuária, foi a primeira vez em que o serviço foi realizado de forma integral.

Até ontem, caminhões da Terracom, empresa contratada pela Prefeitura de Santos para o recolhimento de lixo domiciliar, efetuavam os desembarques dos materiais na área de transbordo, na Alemoa, somente em comboio e com escolta da Polícia Militar.

Nesta quinta-feira (24), o acesso foi liberado, já sem a necessidade de viaturas da PM.

Ainda assim, não houve necessidade também de comboio e cada caminhão pôde descarregar de acordo com a demanda de trabalho.

Durante o dia, 18 caminhões saíram às ruas e, agora à noite, serão mais 15.

As cerca de 80 toneladas de lixo que haviam acumulado na cidade também já foram retiradas.

A expectativa é de que, mesmo ainda com manifestação dos caminhoneiros, o trabalho nesta sexta-feira (25) também seja realizado de forma integral.

Não há reflexos da manifestação em veículos da área da Saúde.

De qualquer forma, ambulâncias e veículos do SAMU circulam normalmente.

No entanto, a chegada de doses extras de vacinas contra gripe, programada para esta sexta-feira, será adiada.

No entanto, não há mais doses nas policlínicas da Alemoa, Martins Fontes, São Bento, Castelo e Vila Mathias.

Nas demais, o serviço segue sendo realizado.

Também será remarcada a vacinação para acamados, que seria no sábado (26).

Desta forma, não houve mudanças, até aqui, na frota de transporte público na cidade nem em veículos oficiais da CET.

Assim, a Prefeitura tem priorizado o uso de combustíveis para veículos em áreas de uso essencial, como Saúde e Educação.

 

Porto

Em razão da greve, navios estão saindo do Porto de Santos sem carregar a carga total em razão de muitos caminhoneiros não terem conseguido chegar ao cais.

A Codesp, operadora portuária, informa que a situação no cais santista permanece semelhante aos dias anteriores, sem incidentes e sem congestionamento nas vias portuárias, devido não chegarem caminhões ao complexo.

Os manifestantes continuam se concentrando nas duas margens do Porto (Santos e Guarujá), sem interdição ao tráfego de veículos leves.

Na margem de Santos, o movimento atua no acesso de entrada às instalações do complexo portuário, na rotatória da Alemoa, situada na Avenida Augusto Barata, conhecida como “retão da Alemoa”, na saída da Rua Cristiano Otoni, no Valongo e na chamada praça da fome.

Na margem de Guarujá, a manifestação acontece na Rua Idalino Piñez, conhecida como Rua do Adubo, com interdição do tráfego em virtude de carreta quebrada no local.

Assim, com o comprometimento do acesso de veículos rodoviários de carga às instalações portuárias, por conta da manifestação dos caminhoneiros, verifica-se redução nas operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais.

Afinal, as operações de carga e descarga de navios continuam a ser realizadas dentro da normalidade, informa a Codesp.

Mais informações

A Agência Brasil, portal público de notícias, está informando em tempo real a situação.

Para acompanhar detalhes, acesse este link.

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