Comportas abertas nos canais afetam balneabilidade das praias de Santos | Boqnews
Foto: Nando Santos

Meio Ambiente

21 DE FEVEREIRO DE 2020

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Comportas abertas nos canais afetam balneabilidade das praias de Santos

Ao longo deste mês, todas as praias de Santos estão impróprias para banho, conforme a Cetesb. Comportas abertas contribuem.

Por: Da Redação

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O Carnaval chegou e a Baixada deve receber até 550 mil veículos pelo Sistema Anchieta-Imigrantes, de acordo com a concessionária Ecovias.

Entretanto, quem optar por visitar Santos e quiser entrar no mar, deve ficar bem atento. O motivo é o índice de balneabilidade das praias, que apresenta indicadores impróprios para banho em toda a extensão, algo que ocorre desde o início do mês de fevereiro.

Semanalmente, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) emite boletins que classificam as praias como próprias ou impróprias, de acordo com a presença de enterococos – bactérias fecais – na água.

De acordo com levantamento da Cetesb, as praias de Santos estão impróprias para banho há três semanas consecutivas. E tal situação pode afetar também a saúde dos banhistas. Para acessar os boletins, o link é cetesb.sp.gov.br/praias, na aba classificação.

Segundo a companhia, as principais causas de impropriedade podem ser chuvas, lançamento de esgoto irregular, aumento da população flutuante, e poluição difusa, entendida como sujeira em geral.

 

Equipamento foi modernizado e automatizado. Foto: Nando Santos

 

Soluções

Em Santos, além destes motivos, comportas abertas nos canais podem contribuir para a contaminação da água, pois todos os detritos são lançados diretamente no mar.

Os dispositivos têm o objetivo de controlar a drenagem nos canais e minimizar enchentes, e em 2018 foi iniciado o projeto de modernização das comportas na Cidade, com conclusão prevista para este mês.

Em novembro, o Boqnews denunciou a situação com a presença de comportas abertas. Na ocasião, a Prefeitura assegurou que a automação do equipamento estava em fase de testes.

Previstas anteriormente para maio de 2019, as obras foram prorrogadas para 25 de janeiro deste ano e, posteriormente, para fevereiro.

Além de afetar a saúde dos banhistas em caso de ingestão da água, a poluição afeta também o meio ambiente.

Dessa forma, gerando diminuição no oxigênio na água e desequilíbrio na comunidade aquática, segundo o professor-doutor em Ecologia, Fábio Giordano.

Na última semana, a reportagem no Boqnews identificou dispositivos abertos nos canais 2 e 3, além de vazamentos nas comportas dos canais 4, 5, 6.

Somente a do Canal 1 estava com a comporta fechada e aparentemente vedada.

 

Com a abertura das comportas, rejeitos são lançados diretamente no mar. Foto: Nando Santos

Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Santos informou que todas as dez novas comportas estão automatizadas e funcionando conforme o novo sistema.

São seis comportas junto à faixa de areia (nos canais 1, 2, 3, 4, 5 e 6), além de quatro outras instaladas ao longo dos canais (Canal 1 com a rua Delfino Stockler de Lima; Canal 1 com a Avenida Francisco Manoel; Canal 4 com a Bacia do Macuco; Canal 5 com a Rua Aureliano Coutinho).

A Administração ressaltou também que problemas pontuais do mecanismo de abertura e fechamento nos canais 2 e 3 foram responsáveis pela situação observada pela Reportagem no Boqnews.

Dessa forma, garantiu que o problema foi solucionado pela FKB Válvulas e Comportas, empresa responsável pelo serviço e as comportas estão funcionando com acesso remoto.

O investimento previsto para as obras é de R$ 2,384 milhões, com recursos da Cidade e da Fehidro (Fundo de Recursos Hídricos do Estado). Segundo o portal da Prefeitura, a FKB já recebeu mais de R$ 2,147 milhões.

O Executivo salientou que as comportas são abertas em períodos de chuvas intensas, afetando momentaneamente a balneabilidade.

Além disso, destacou a responsabilidade da Sabesp sobre o saneamento dos esgotos, bem como a fiscalização de ligações clandestinas.

 

Sabesp

Assim, a Sabesp, por sua vez, afirmou que Santos está entre as cidades com melhores indicadores de coleta e tratamento de esgoto do País.

Mesmo assim, enfatizou que são diversos os fatores que contribuem para os índices de balneabilidade nas praias.

“Mas é importante destacar que são diversos fatores que determinam a qualidade das praias, entre eles a poluição difusa nas vias públicas, como o lixo, chorume e dejetos de animais descartados nas ruas”, explica em nota.

“Este material é carregado pela chuva ao sistema de drenagem urbana, até alcançar rios, córregos ou canais que deságuam no mar, problema que se agrava nessa época de grande volume de precipitações pluviométricas.

E ainda existem as áreas de moradias irregulares, onde a Sabesp é impedida por lei de prestar serviços de saneamento e se faz todo tipo de descarte nos corpos hídricos”, informa.

“Por este motivo, até mesmo a cidade de Santos, que tem o segundo melhor saneamento do país, apresenta bandeira vermelha em alguns períodos”.

Baixada Santista

Na região, Santos é a única cidade com todas as praias impróprias para banho, de acordo com o levantamento mais recente da Cetesb.

Bertioga; Itanhaém; Mongaguá; Praia Grande, assim como a praia fluvial Rio Perequê, em Cubatão, estão com qualidade própria em sua maioria.

Já Guarujá; Peruíbe e São Vicente apresentam praias com qualidades próprias e impróprias para banho. Assim, fazendo a alegria dos milhares de turistas e moradores.

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