Nesta segunda-feira (5), o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente (IHGSV) completa 65 anos.
Portanto, quem conta melhor um pouco da história é o Presidente do IHGSV, Paulo Eduardo Costa.
História
“O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) que foi o fomentador dos IHGSV completa neste ano, 186 anos. O responsável por estimular sua fundação foi Dom Pedro II. Mas qual a finalidade? Quando falamos na parte do histórico significa temporal e geográfico significa localização, quando você junta história com tempo você acaba criando um fenômeno social que é contemporâneo. A função dos institutos é deles serem recipiendários da história, o que significa ser o anotador oficial, o mantenedor da história da cultura e do saber”.
Ele conta que no momento da criação do IHGB, todas capitais brasileiras tiveram uma espécie de filial do instituto brasileiro e São Vicente foi a primeira a ser agraciada, por ser “a célula mater da nacionalidade e a cidade monumento da história pátria”.
Contudo, no início do século 20 foi solicitado para que todos os institutos criassem uma personalidade jurídica própria. Desse modo, foi quando os historiadores Francisco Martins dos Santos e Odete Veiga Martins dos Santos decidiram fundar no dia 5 de fevereiro de 1959, o IHGSV.
Importância
Paulo Eduardo Costa aborda também sobre como enxerga o papel do Instituto na preservação e divulgação da história e geografia da região.
“Hoje temos um dos maiores e mais importantes planteis históricos e científicos técnicos e posso dizer sem dúvida, ter Museu Histórico e Geral da Cidade de São Vicente com peças que remontam há 12 mil anos atrás, onde nossa coleção começa, nos mostra também os períodos dos povos sambaquis, dos nossos indígenas que aqui existiam antes dos portugueses.
Com a chegada dos europeus, registros se preservaram desde sua fundação, então temos objetos históricos importantes e documentos históricos muito importantes, nesse contexto temos escultura em madeira policromada pequena feita por um discípulo de Alejadinho que tem 75 rubis em cada uma das chagas de Jesus Cristo”.
Ele também lembra do acervo bibliotecário, a biblitoteca tem 57 mil volumes, alguns raros, sobre a sua mesa há um livro de 1734, que passou por um processo de restauração. Segundo o presidente da entidade, é vital a existência da instituição para preservar a memória histórica e fomentar discussões históricas.
Chegada em São Vicente
“Se não fosse o fomento, jamais descobriríamos que os primeiros portugueses que chegaram em São Vicente foram por volta de 1492 e 1493. Em 1498 uma nova expedição veio para esta região com 8 navios capitaneados por Francisco de Almeida.
Em 1499, segundo o historiador Julio Moredo, para cá chegou o bacharel Cosme Fernandes, quando começou de fato a construção de um pequeno vilarejo entre os portugueses que aqui já estavam. O Brasil foi descoberto, de maneira oficial em 22 de abril de 1500. E em 22 de janeiro de 1502, já estavam aqui Gaspar de Lemos e Américo Vespucio para poder nominar esta ilha como ilha de São Vicente, reconhecendo que já existia uma pequena vila no local”.
Ele afirma que quando Martim Afonso chegou em São Vicente já existiam 17 casas na vila da Cidade e a população que trabalhava com produção agrícola e fornecimento de agua potável.
Sobre a escolha da cidade, o presidente conta que a razão é pela quantidade de água que São Vicente possui, com 15 rios e cinco córregos. Portanto, 20 fontes de agua potável.
Projetos
Paulo Eduardo Costa menciona que o Instituto está desenvolvendo diversos projetos para envolver a comunidade local na valorização da história e geografia de São Vicente. Todas as semanas existem eventos de natureza sócio cultural, na semana passada houve um encontro de negócios, para aproximar empresários e jovens no processo de modernização, inovação e renovação. Além de já terem promovido um desfile de moda de época, com manequins e modelos usando roupas no estilo do início do século 20.
Sendo assim, cada semana um novo evento e no próximo sábado, será comemorado os 65 anos da personalidade jurídica do IHGSV, com uma pequena palestra que Paulo Eduardo contará a história do Instituto e a história de São Vicente.
Futuro
Sobre as perspectivas para o futuro, ele está otimista e espera que sejam as melhores, pois ele informa que o Instituto tem agregado toda inteligência, escritores poetas, contistas, colunistas, historiadores, geógrafos, sociólogos, pscicólogos e pessoas ligadas a essência folclórica do país e da região.
“Tudo que possa imaginar em termos de ensino e pesquisa, a nossa gama de investimento é muito grande, nossa perspectiva é que esse universo cresça, precisamos ampliar esse universo, para que as pessoas tenham contato com ele e definitivamente passem a frequentar.
A instituição hoje, além de atividades culturais, mantém no andar térreo, inúmeros cursos, alguns gratuitos e outros com pagamentos bem pequenos, para ajudar pessoas na sua formação e não só cultural, mas técnica e também trabalhista. Por exemplo, temos aula de panificação, onde ajuda a formar pessoas para o mercado de trabalho, aula de teclado, de violão, piano, francês e quase 100 cursos que oferecemos a população. Nossa intenção nesse processo todo é estimular, fomentar e fazer com que as pessoas adquirem saber e cultura ao mesmo tempo”.
Além disso, confira a participação de Paulo Eduardo Costa, no programa Jornal Enfoque:
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