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04 DE DEZEMBRO DE 2020

800,801… 806

Por: Da Redação

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Lembrando Ricupero

“O que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.

A frase do então ministro da Fazenda do presidente Fernando Henrique Cardoso, embaixador Rubens Ricupero, captada por antenas parabólicas durante uma entrevista, nunca foi tão atual.

 

Pelo plano, que foi postergado em 16 de novembro, logo após o primeiro turno, a Baixada Santista já estaria na fase amarela. Foto: Divulgação

Desde 16 de novembro

Afinal, o Plano São Paulo divulgado na última segunda (30), que colocou todo o estado de São Paulo na fase amarela, tinha uma informação relevante.

Desde o dia 16 de novembro – quando seria anunciada a nova etapa do Plano SP, mas que foi cancelada pelo governo paulista alegando falhas nos dados do Ministério da Saúde, a Baixada já estava na fase amarela em decorrência do crescimento de internações e óbitos pela Covid-19.

 

Ciência ou política?

O colunista tentou obter informações para saber as razões pelas quais a região já não foi classificada desta forma na ocasião, pois, se as restrições fossem antecipadas, o número de infectados e mortes poderia ser menor que na atualidade.

Afinal, se é a Ciência que deve prevalecer, nada mais correto do que se antecipar aos fatos e evidências com a alta de infectados, internações e mortes, algo crescente desde a segunda quinzena de outubro, conforme reportagens já publicadas pelo Boqnews.

 

Para depois

Analistas políticos enfatizam que a decisão de não passar a Baixada Santista para a fase amarela logo após o primeiro turno devia-se, em especial, ao fato do PSDB ainda disputar duas cidades na região.

Em São Vicente, com Solange Freitas, e Praia Grande, com Raquel Chini, que se elegeu.

Gosto especial

Aliás, uma eventual vitória do PSDB em São Vicente teria um gosto especial ao governador João Doria, pois seu partido venceria no território do seu maior adversário no estado, o ex-governador Márcio França (PSB).

Vale lembrar que França é santista, mas nasceu politicamente na cidade vizinha.

 

 

Na quinta (3), 800. Nesta sexta, outros seis óbitos. Ritmo preocupante.

 

800

Na quinta (3), Santos atingiu a triste marca de 800 santistas vítimas da Covid-19, registro ocorrido em apenas oito meses e por uma única doença.

(Obs.: Nesta sexta (4), o número já subiu para 806).

Se o mantra do prefeito Paulo Barbosa é ‘salvar vidas’, na prática não é isso o que está ocorrendo.

 

Triste liderança

Afinal, basta acompanhar o ranking de mortalidade desenvolvido pelo médico Carlos Eid, da Abramet – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

Com mais de 180 vítimas/100 mil habitantes, a cidade lidera este triste ranking entre os municípios paulistas com mais de 50 mil moradores. Trata-se do dobro da média estadual.

 

Foto: Marcello Casal JR/ABr

Erros e mais erros

Ausência de padronização de protocolos, investimentos em testes rápidos de eficiência zero e demora nas internações, especialmente entre pacientes do grupo de risco (com comorbidades) e idosos, são apontadas por médicos como fatores determinantes para chegarmos a esta situação.

Só não vê quem não quer – ou prefere esconder como o ex-ministro.

Triste.

 

Hora de agir I

A culpa não é exclusiva do Poder Público, que deveria, porém, tomar à frente para realizar uma ação conjunta com hospitais, planos de saúde e universidades de forma a entender as razões desta situação e padronizar o atendimento na linha de frente tanto no serviço público como no privado, o que não ocorre.

 

Hora de agir II

Afinal, 61% das mortes de pacientes pela Covid ocorrem em UTIs particulares/planos de saúde, contrariando a média nacional, de 28,3%, conforme o projeto UTIs Brasileiras, desenvolvido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

 

Perguntar não ofende…

Será que..
a Prefeitura de Santos manterá a polêmica proposta de terceirizar o serviço nas escolas às crianças autistas e com deficiência?

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