Modesto Roma Jr. quer a “santistidade” como marca de mandato | Boqnews
Foto: Rom Santa Rosa

Eleições Santos Futebol Clube

27 DE NOVEMBRO DE 2014

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Modesto Roma Jr. quer a “santistidade” como marca de mandato

Candidato da Santos Gigante (Chapa 4) destaca que a Vila pode ser reformada, para dar mais conforto ao torcedor; também comentou sobre a permanência do treinador e como fará para sanear as dívidas do clube

Por: Da Redação

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Como sanear as dívidas do clube e montar um time competitivo?

A nossa campanha tem cinco eixos. E o primeiro é o de sanear as dívidas do clube. Isso tem que ser feito com muita seriedade. O Santos tem uma dívida alta, embora a Diretoria não reconheça. De mais de R$ 400 milhões. E essa dívida tem que ser encarada. Não é uma dívida qualquer e não é para qualquer um. Vamos seguir com uma reestruturação do clube, pois ele precisa de um novo caminhar. E faremos isso com a experiência que temos. Nós conhecemos o Santos, o futebol, sabemos o que tem que ser feito. O que foi feito pela atual administração foi um engano, de pessoas que não conheciam o clube nem o futebol cometeram. Por exemplo, o comitê de gestão: como nove amadores conseguem comandar o clube que, segundo eles deve ser comandado por profissionais? Nós vamos corrigir isso, as distorções de inchaço do quadro funcional e dar importância à meritocracia. O terceiro eixo é administrar o clube com seriedade e transparência. É ela que vai nos ajudar a comandar o clube, cada negociação, cada atividade do Santos. Não podemos gastar mais que arrecadamos. Não podemos ter uma administração que caminhará apenas movida por paixões. Temos ali que ser a razão. Administrar o clube com a razão, transparência e responsabilidade que o Santos exige. E aí vamos para o quarto eixo: se queremos administrar sem gastar mais que arrecadamos, precisamos aumentar a arrecadação. Aí vem a nossa atividade de marketing, criativo e que vá desenvolver novos produtos para o Santos Futebol Clube. Produtos que vão desde atividades de turismo ações de planejamento da campanha time. Planejar onde e em qual momento a equipe jogará. O Santos tem que ter um marketing que tenha novas ideias e crie novos produtos. Aí vamos para o quinto eixo da campanha, que é o futebol. Queremos um futebol com a alma da torcida, que tenha o mesmo pensamento da torcida. Não o do técnico. O Santos sempre teve um futebol moleque, alegre pra frente, que vá ao encontro do que o torcedor quer. E é isso que também queremos. Com treinadores identificados como clube, que tenham a mesma alma que a torcida tem. Com toda equipe do futebol sendo do Santos, que possa sair às ruas e olhar de frente para o torcedor, que jogue com alma. Então nossos cinco eixos são: renegociação e saneamento da dívida; a reestruturação do clube, com experiência; a administração, com transparência; o marketing, com criatividade; e por último, mas como mais importante, o futebol com a alma da torcida alvinegra. Com estes pontos faremos o Santos grande como ele é e deve ser em todos os seus momentos e em toda a sua trajetória, em toda a sua glória.

A maioria dos torcedores prefere uma ampliação da Vila a construir um novo estádio. Como vê essa questão? Construir um novo estádio precisamos de dinheiro. E hoje nós não temos dinheiro, pois se tem dívida, não há dinheiro. Precisamos sanear a dívida e fazer caixa. Os outros clubes, quando construíram seus estádios, passaram anos e anos relegando o time ao segundo plano. Nós não podemos fazer isso, precisamos ter um time forte. E só com time forte teremos dinheiro. Precisamos ver o que é reformar a Vila. Nós temos um projeto feito pelo (arquiteto) Fernando Carol muito interessante. Agora, precisa ver como fazer isso. Não dá para reformar a Vila para ter mais que 25, 30 mil lugares. E reformar para ter isso não adianta. Precisa ver o entorno, acessibilidade, conforto. A Vila teve 32 mil pessoas num Santos e Corinthians. Dá para por? Lógico que não. Eram outros tempos com outra mentalidade. “(Tem gente que diz) Ah, mas nós queremos o alçapão”. Gente, alçapão a Vila é. Provou isso contra o Cruzeiro. É demagogia dizer que quer o torcedor cuspindo no adversário. Isso é bobagem, é retrocesso. A Vila tem que ter conforto, ambiente para a torcida, mas tem que ter ambiente para família, estádio de futebol não é campo de guerra, é campo de paz. Então, não adianta dizer que quer alambrado para voltar a cuspir no bandeirinha. Porra, que mentalidade é essa? Posso até desagradar alguns, mas não penso assim não. Respeito é bom e todos gostamos. Reformar a Vila, que é um templo  sagrado é legal, tem coisas para construir ali na (Rua) Tiradentes, refazer aquele espaço. Acho que tem alguns pontos cegos no estádio que temos que reavaliar, principalmente do lado da (Rua) José de Alencar, que foi construído acho que de uma forma um pouco rápido demais. Temos que melhorar a qualidade dos lugares no Santos. Temos que planejar e rever tudo isso. Construir uma nova arena é outra coisa, que depende do olhar do investidor. E nós perdemos a oportunidade com a Copa do Mundo. Nós conseguimos ser o único clube que não aproveitou em nada o Mundial. Nós recebemos duas seleções, México e Costa Rica, e não acrescentamos um tijolo no nosso patrimônio. Perdemos o bonde da história! Se passar o bonde novamente, estaremos atentos.  

 

Aprofundando a questão do mando dos jogos, o Santos tem torcida espalhada por todo o País. É possível levar jogos para outros locais como o Interior do Estado e o Norte do Paraná, além de outras capitais? A regra é: planejamento e marketing. Não dá para mudar e desmudar (sic) uma semana antes. Não dá para dizer que o jogo contra o Cruzeiro será em Brasília, depois vai ser em Santos, depois não sei onde… Vamos decidir e planejar. O Santos precisa arrecadar e o time tem que jogar onde for mlehor para o clube. Isso tem que ser planejado, não adianta querer fazer isso ouvindo o roupeiro, se vai ficar pesada a mala para levar no avião, se eu quero dormir em casa após o jogo. Eu acho que tem que fazer isso dentro de um planejamento de marketing. Mas, com toda a certeza, respeitando o sócio do Santos. Se for a Brasília, o sócio de lá ou que for para lá precisa ser respeitado. Todos os compromissos que temos da Vila Belmiro, o sócio que tem cadeira cativa, especial, camarote, tem que ter as mesmas condições que tem na Vila No Mané Garrincha, Arena Pantanal, no Pacaembu. Quantas vezes, no nosso tempo, nós não levamos as catracas, para que o sócio tivesse toda a comodidade que ele tem na Vila, que tivesse no Morumbi ou Pacaembu. Nós faremos isso em todos os estádios, aonde for faremos isso. É respeito sempre com o torcedor. E exigiremos este respeito em qualquer lugar. Agora, o Santos tem uma torcida imensa no norte do Paraná. Temos que jogar lá. Santos tem uma torcida imensa em Cuiabá, vamos jogar lá. Mas isso é uma estratégia de marketing, tem que ser planejado assim que sair a tabela. Assim teremos receitas, nós precisamos delas. Agora, o Santos vai jogar em casa e nossa casa é a Vila Belmiro. Mas a casa do Santos é onde dois ou mais santistas se reunirem em nome do Santos. Ali é a casa do Santos. Onde a torcida do Santos está é a casa do Santos. A casa da minha família é onde ela está. Respeitaremos sempre isso.

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“O Santos tem uma torcida imensa no norte do Paraná. Temos que jogar lá. Santos tem uma torcida imensa em Cuiabá, vamos jogar lá. Mas isso é uma estratégia de marketing, tem que ser planejado assim que sair a tabela” Foto: Rom Santa Rosa

Como o senhor vê o papel do Comitê de Gestão do Clube?

O Comitê de Gestão foi um erro oportuno para aqueles que lá estão. Como eles tinham um presidente no qual eles não confiavam se colocou um comitê de gestão para suplantar a figura do presidente. Diziam que era um elemento da governança corporativa. Não, não é. Este elemento é o conselho de administração, que traça a política, as estratégias, que fiscaliza. O Comitê de Gestão será, na nossa administração, um conselho de administração, com pessoas de notório saber. A gestão do Santos será profissionalizada. Esses profissionais serão fiscalizados pelo comitê de administração que hoje se chama comitê de gestão. Vamos reformar o estatuto sim, porque precisamos corrigir os erros que foram cometidos na administração do clube.

Quais mudanças no estatuto o senhor defende?

Não me compete fazer análise técnica do estatuto, mas o comitê de gestão é uma e a maior delas. Existem outros erros como, por exemplo, por absurdo que fosse, se houvesse um empate na próxima eleição, quem seria o presidente? Ninguém sabe. Isso não vai ocorrer, mas isso não está previsto. E um monte de coisas que precisam ser repensadas. Eu acho que a ideia das embaixadas é muito interessante, mas está estruturada dentro do estatuto de forma equivocada. São entidades que nem são do Santos nem deixam de ser do Santos. É uma figura nebulosa, elas se obrigam ao estatuto, mas não são do Santos. Tem uma série de coisas. Aí dizem: ah, mas no Internacional é assim. Mas se copia erros? Vamos com calma, analisar. O voto a distância será considerado após uma análise no cadastro de sócios do clube. Enquanto isso tem que ter mecanismos. Tem uma série de coisas que precisamos estudar, e nós teremos diversos juristas à disposição para isso. Estamos preparando um Conselho Deliberativo com pessoas de muita qualidade. Não queremos vaquinhas de presépio, queremos pessoas que contribuam com a evolução do clube.

A base é reconhecida internacionalmente como um celeiro de craques. Como o senhor vê hoje a estrutura da base? Quais ações o senhor planeja para esta área?

Em linhas gerais, temos que melhorar a base. Estes meninos precisam de atenção, carinho, cuidados. São pré-adolescentes, adolescentes e jovens que vem para cá sem suas famílias. São alvo fácil de intermediários. Tem que ter um preparo educacional, psicológico, médico, odontológico. Temos que olhar meninos de todo o Brasil, montando uma rede de olheiros. Eu não vejo hoje um médico generalista cuidando destes meninos da base. Eles precisam de atenção, assistência social. Muito vem de famílias pobres, que tem necessidades. Apoio psicológico, pois estão longe do pai, da mãe e de casa. Precisam ter atenção de pai e mãe aqui, ter convívio familiar, vamos montar essa equipe. Precisamos ter atenção com as pessoas que formam estes meninos. Eu conversava com um profissional da área e falei que temos que ter técnicos que tenham condição de crescer e evoluir. Essa evolução tem que ser feita para que eles, no futuro, tenham condição de assumir o Santos. As maiores histórias, mais gloriosas, do Santos aconteceram com jogadores e treinadores da base: Lula, Antônio Fernandes, o Toninho; Pepe; Formiga; Bilu. Não foi com medalhões. Até teve o Wanderlei (Luxemburgo) e o Muricy (Ramalho) que ganharam? Teve. Mas a história do Santos foi escrita, em grande parte, com técnicos que vieram da base. Agora não é pegar esse treinador e jogá-lo na fogueira, como fizeram com o Narciso, Márcio (Fernandes), Claudinei (Oliveira). E dali há três meses saírem porque não aguentaram a pressão. Não agüentaram porque não foram preparados. Tem que haver rodízio, entrosamento em todas as categorias, do profissional ao sub-13. Tem que ter estes técnicos, preparadores físicos, fisiologistas. Possibilidade de estudar, fazer intercâmbio, serem assistentes, auxiliares do time de cima. Assim terão entrosamento e saberão o que estão fazendo lá. Tem que ter plano de carreira dentro do clube. Essa responsabilidade, reconhecimento e trabalho nós temos que ter. Isso também faz parte do trabalho da base e, apesar do raio continuar caindo no mesmo lugar, se a gente não fazer isso, não faremos o campo fértil para o raio cair.

Falando do profissional agora, o senhor pretende manter o Enderson Moreira?

O Enderson é o meu técnico hoje. Ele é o técnico do meu time, então é meu técnico (risos). Mas eu acho que não é hora de discutir isso (permanência). É prematuro e irresponsável. Não conheço pessoalmente. Tenho que conhecê-lo, até por respeito ao profissional, a pessoa dele. Às vezes não concordamos com algumas coisas, mas não sabemos o que está por trás. Não dá para ser irresponsável vir aqui e dizer que será ou não o Enderson. É um assunto para pensarmos, refletirmos. Qualquer uma das duas respostas é irresponsabilidade de quem a disser. Então, vamos esperar as coisas acontecerem.

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“Não é hora de discutir isso (permanência de Enderson Moreira). É prematuro e irresponsável. Não conheço pessoalmente. Tenho que conhecê-lo, até por respeito ao profissional, a pessoa dele”

Qual será o papel do ex-presidente Marcelo Teixeira em um eventual mandato do senhor?

Ele está nos apoiando. Em princípio, hoje, ele não tem papel, não está no comitê de gestão… Pode ser que venha ter. Ele me pediu que não o incluísse, disse que vai apoiar, ajudar, mas não quer participar. Pessoas como o Marcelo, o José da Costa Teixeira, Esmeraldo Tarquínio Neto, Ernesto Vieira, Samir Abdul-Hak, são pessoas que vão nos ajudar e muito, sem necessariamente ter papeis.

Qual a marca que o sócio e torcedor pode esperar do mandato do senhor à frente do Santos Futebol Clube?

Santistidade (sic). Eu sou Santos. Dentro ou fora do alçapão, jogue onde jogar.

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