A Baixada Santista contará com seis representantes no Congresso Nacional, sendo quatro deputados estaduais e dois federais. No entanto, houve a redução de uma cadeira na Câmara Federal.
O cientista político, Fernando Chagas, ressalta que o impacto negativo será enorme, tendo em vista que os ex-prefeitos Beto Mansur (MDB) e João Paulo Papa (PSDB), além de Marcelo Squassoni (PRB) não conseguiram se reeleger ao cargo.
“De qualquer maneira, os eleitos Rosana Valle (PSB) e Júnior Bozzella (PSL) são pessoas que conhecem a Baixada Santista e o Vale do Ribeira em todos os seus aspectos e não terão dificuldades em reivindicar recursos para atender as necessidades básicas dessa população”, explicou.
No entanto, mesmo com a perda da cadeira, o cientista político Rafael Moreira não acredita que haverá prejuízos à Baixada. “O ideal agora é acompanharmos a atuação dos deputados eleitos pela região e ver se ela também será de acordo com a nossa representação”, salientou.
Eleitos
As disputas eleitorais foram intensas na Baixada Santista. E as discrepâncias no total de votos foi significativa – quase 6 vezes entre os eleitos mais e menos votados.
Quem encabeça a lista de candidatos com maior número de votos é Caio França (PSB), com 162.166. O parlamentar foi o oitavo mais votado no Estado. Ele é filho de Márcio França, atual governador, que concorre à reeleição em 28 de outubro.
Na sequência, aparece o vereador Kenny (PP), com 117.567 votos. Em seguida vieram Paulo Corrêa Junior (Patriotas) com 46.438 votos e Tenente Coimbra (PSL) com 24.109.
Carina Vitral (PCdoB), que foi candidata à prefeitura de Santos em 2016, ficou com a primeira suplência do partido.
Em âmbito federal, os eleitos foram Rosana Valle (PSB), com 106.100 votos e Júnior Bozzella (PSL) com 78.712.
Kenny
O ex-vereador mais votado de Santos, o deputado estadual Kenny Mendes (PP) foi eleito com mais de 117 mil votos.
Isso o tornou como o 4º eleito mais votado pela legenda. E também o 16º mais votado para o cargo em São Paulo.
Desta forma, o deputado agradeceu a todos os eleitores que votaram neles e discorreu que tudo o que aconteceu foi fruto do trabalho realizado na Cidade.
“Uma das coisas que me fizeram entrar na política foi a ausência dos políticos no dia a dia da população. Principalmente a ausência dos políticos fora da época de eleição”, explicou.
Ele relembra que no início da carreira política, alguns colegas o chamaram de doido, devido ao tempo que faltavam para as próximas eleições e que ainda estava ‘queimando lenha’.
“Eu nunca me importei com essa tiração de sarro dos colegas. Foquei apenas em trabalhar o tempo inteiro e estar sempre presente na população, acho que esse foi o reflexo de todo esse trabalho”, complementou.
Demanda
Questionado sobre os problemas que a Baixada enfrenta em temas como segurança, saúde e educação, Kenny relatou que inúmeros munícipes reclamam de demasiadas filas nas UPAS.
Segundo ele, o ideal para que isso diminua seria melhorar a saúde em outros municípios, tendo em vista que muitas pessoas de outras cidades se medicam em Santos.
“70% das demandas aqui em Santos vêm de outras cidades. A maior parte de São Vicente, uma outra grande parte vêm de Guarujá e Cubatão. Desta forma, precisamos resolver os problemas de forma regional e não apenas Municipal.”, exemplificou.
Em relação a segurança pública, o deputado informou que recebeu diversos pedidos para melhorar o entorno da Universidade Santa Cecília.
No entanto, ele prontificou que enquanto vereador não havia nada a se fazer. Porque a Polícia Civil e a Militar são de competências do Governo do Estado, assim, apenas os deputados estaduais e governador poderiam auxiliar.
Ele garante que ele quer melhorar essa questão na região.
“Vale lembrar que é o deputado estadual que vota o orçamento do estado. Se você não tiver de acordo com a sua região, é simples, apenas vote não”, disse.
Kenny ainda discursou sobre a função de deputado estadual., alegando que deseja realizar o mandato da forma que nunca foi feita antigamente.
Segundo ele, a importância será mostrar o que uma pessoa nesse cargo realiza. Além de prestar contas à população o tempo inteiro.
Por fim, o mandatário defende a total regionalização do Porto, alegando não ser justo que a Cidade fique apenas com o ônus e o Governo Federal fique com todo o bônus do Porto de Santos.
Contudo, ele retificou que nesses casos, apenas os deputados federais e os senadores poderão transformar essa questão.
Procurado para falar sobre as propostas, os demais eleitos não responderam até o fechamanto da reportagem.