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23 DE OUTUBRO DE 2009

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Comércio e sociedade em franca expansão

Uma resposta quase que padrão quando se pergunta o porquê de se morar ou trabalhar no Boqueirão é: ‘aqui tem de tudo’. Faz sentido. O bairro conta com algumas das principais universidades de Santos, estabelecimentos comerciais dos mais variados e com o shopping mais antigo da América Latina. O caráter comercial do local começou a […]

Por: Da Redação

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Uma resposta quase que padrão quando se pergunta o porquê de se morar ou trabalhar no Boqueirão é: ‘aqui tem de tudo’. Faz sentido. O bairro conta com algumas das principais universidades de Santos, estabelecimentos comerciais dos mais variados e com o shopping mais antigo da América Latina.


O caráter comercial do local começou a se firmar no passado, quando os bondes puxados a burro surgiram no século 19, com o Boqueirão sendo o ponto final de passagem do transporte, fato que incentivou uma maior movimentação comercial. E de fato, o movimento aconteceu, a ponto de ser necessária a abertura de uma avenida para dar vazão à demanda de bondes — a atual Conselheiro Nébias, situada bem no eixo do território do Boqueirão.


A inauguração do balneário Miramar, em 1896, com cinemas, campos de futebol, ringue de patinação, e que, já na década de 20, foi sede da primeira emissora de rádio da Baixada Santista, a PRB-4 (Rádio Clube de Santos), estimulou  a afluência de pessoas na região, e, por conseguinte, dinamizou o comércio.


Daí em diante, quem vive ou trabalha nas proximidades acompanhou a expansão e se surpreende até hoje. O português João Esteves Abrantes, atualmente com 76 anos, é proprietário do atual bazar 5 de Outubro, estabelecida na Avenida Epitácio Pessoa (antes Rua Barnabé) desde 1918. Começou a trabalhar no local aos 15 anos, em 1948, proveniente de Coimbra, sua terra natal. “Naquela época existiam duas mercearias: a nossa e a Carioca. Havia  uma farmácia e uma padaria. E só”.


Antônio Ruggiero, o Toninho da Barbearia, como é conhecido o italiano dono do Salão Jangada, logo na entrada da Conselheiro Nébias junto à praia, recorda que, quando chegou ao Boqueirão, há 57 anos, o cenário era distinto. “Lembro que só havia um prédio, que até permanece”, revela. “De resto, algumas lojinhas e só, nada mais. Para você ver como cresceu tudo isso”, ressalta.








Toninho Ruggiero é um dos mais antigos comerciantes do Boqueirão

Toninho Ruggiero é um dos mais antigos comerciantes do Boqueirão


Super Centro


A expansão se confirmou com a chegada do Super Centro Boqueirão, em 1965. No local, que conta com aproximadamente 7.400 metros quadrados (quase o tamanho de um campo de futebol oficial), as lojas se estabeleceram aos poucos. Hoje, o shopping mais antigo do País e da América Latina, como o estabelecimento se intitula, conta com 150 lojas, sendo algumas quase tão históricas como a própria casa.


É o caso de Antônio Alves dos Santos, o (também) Toninho, um dos responsáveis pelo Salão Grande Família. Assim como o centro de compras, está há 41 anos no Boqueirão e além de entoar o coro de que se trata do “melhor lugar para se viver”, ressalta que, para seu comércio, público não falta. “A clientela é boa, tem gente até demais! E concorrência também!”, brinca.


Outra peculiaridade ressaltada pelos comerciantes do Boqueirão é a fidelidade dos clientes. “A maioria deles é morador do bairro e não troca o que há por aqui por nada”, exalta o proprietário da loja Brut’s, Adib Saguir, no comércio daquela região desde 1972. “A proximidade com as universidades e escolas também ajuda. Para quem mora aqui, é tudo muito fácil”, completa Florinda de Abreu Imakawa, da Doceria Dona Flor, na Rua Oswaldo Cruz.








Para Florinda Imakawa, clientes são fiéis

Para Florinda Imakawa, clientes do bairro são muito fiéis


A tradição fez também com que de algumas lojas se tornassem regidas por gerações. Felipe Villarinho Alvarez, de 40 anos, substitui o pai na Gardênia Flores, fundada em 1965. Felipe cresceu no dia-a-dia da loja e do bairro, onde, como o próprio lembra,  “aprendi a andar, estudei, cresci e tive meu filho”. Hoje, cuida com orgulho do negócio iniciado pelo pai, com quem possui fotos no interior da loja.


A importância do Boqueirão e do Super Centro no que diz respeito ao comércio pode ser vista, segundo Toninho (da Grande Família), pelo até salgado preço do aluguel das lojas. “Onde mais você encontra um estabelecimento com R$ 2.500 de aluguel mais R$ 450 de condomínio? É sinal de que o comércio aqui rende, não é?”, explica.


Moradias


Para um comércio ganhar mais força, é importante uma boa interação com o público. E se depender da participação do Boqueirão no chamado boom imobiliário atual, a tendência é esse potencial ser incrementado.


Segundo dados da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), o bairro é o terceiro com maior número de lotes e o quarto em maior expansão no Município, tendo atualmente 11 novos empreendimentos autorizados desde 2005. Três deles já foram concluídos, sete estão em fase de construção ou com o processo licenciado e um ainda não solicitou a licença.


Na visão do secretário de Planejamento, Bechara Abdalla Pestana Neves, a infraestrutura da qual o Boqueirão é dotada torna-o cada vez mais atrativo. “Você tem nas proximidades muitos equipamentos privados e públicos, como escolas, a Pinacoteca, a Gibiteca, pista de skate, e hospitais, como o Guilherme Álvaro”, ressalta.


Pestana Neves adiciona, ainda, que a maioria dos novos empreendimentos são residenciais (há um comercial na Avenida Conselheiro Nébias), mas a previsão é a de que construções de cunho misto (ou seja, que também possuam viés comercial) deverá chegar logo ao Boqueirão.  “Este é um bairro com áreas bem valorizadas e um poder aquisitivo que incentiva essas vindas”, completa.

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