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Foto: AAFP/EUA

Saúde

02 DE MARÇO DE 2020

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Chegada do coronavírus no Brasil requer atenção

Registro dos primeiro casos em São Paulo coloca autoridades em alerta. Na Baixada, alguns casos estão sob investigação

Por: João Pedro Bezerra
Da Redação

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A chegada do coronavírus (Covid-19) no Brasil requer cuidados extras, porém não há motivos para alarmismos. Essa é a opinião da totalidade dos médicos e especialistas da área. Os sintomas da doença são semelhantes aos de uma gripe viral e a mortalidade é baixa (menos de 3%).

A origem do novo vírus ainda é desconhecida. Os primeiros casos identificados foram na cidade de Wuhan, na China, em dezembro último. Ele se espalhou rapidamente atingindo aproximadamente 80 mil pessoas naquele país, resultando em mais de 2,7 mil mortes.

A velocidade com que ele se espalha chama a atenção. Na última semana, a doença atingiu a Itália e rapidamente chegou a outros países da Europa. Por ser aquela um dos principais polos de atração turística do mundo, muitos brasileiros que voltaram de lá apresentaram possíveis sintomas da doença.

Na Baixada

Na Baixada Santista sete casos suspeitos foram registrados nos últimos dias. Na quarta-feira (26), a Prefeitura de Santos, por meio de nota, informou que uma senhora de 74 anos e sua filha, de 30, que estiveram na Europa, apresentaram sintomas da doença e passaram por isolamento domiciliar. No entanto, seus casos foram descartados.

Posteriormente, no dia seguinte, três moradores de Praia Grande foram atendidos em hospitais particulares de Santos com suspeita de portar o coronavírus. Outro paciente foi atendido no hospital Irmã Dulce, em Praia Grande. Além disso, na última sexta-feira (28) uma santista de 75 anos, que esteve na Itália e França, também foi diagnosticada com suspeita.

Dessa forma a  preocupação com a doença reduziu os estoques de máscaras de proteção e o álcool em gel nas farmácias. Muitos estabelecimentos já não tinham mais os produtos para revender desde a última quinta (27).

Segundo Márcio Alves, proprietário do Farmalar, localizada no José Menino, em apenas uma hora metade do lote de máscaras e álcool em gel que ele tinha em seu estabelecimento foi vendido. Assim, mesmo com a alta na procura, não há previsão de reposição dos estoques.

Moradores da região temem também que o Porto de Santos torne-se uma porta de entrada para o vírus, já que o local recebe vários navios e tripulações vindos de países asiáticos e europeus. Os rumores da chegada do coronavírus à região acontecem desde janeiro, quando a epidemia cresceu na China.

Prevenção e Sintomas

O Covid-19 requer alguns cuidados, principalmente porque a doença ainda não pode ser prevenida por vacina. Por essa razão, a recomendação é que se evite contato com pessoas infectadas, ao mesmo tempo em que deve-se adquirir hábitos de higienização; (ver quadro).

Os sintomas, por sua vez, são semelhantes a uma gripe comum, ou seja, febre, tosse e dificuldade na respiração. A transmissão pode ocorrer de várias formas: pelo espirro, gotículas de saliva e contato próximo ou com objetos contaminados.

De acordo com o médico infectologista, Evaldo Stanislau, não há motivos para pânico. Ele explica que é desnecessário a procura por máscaras e remédios gripais.

No seu entender, a circulação do vírus no Brasil é inevitável, por mais que as autoridades trabalhem para isso não ocorrer. “Devemos acompanhar as notícias e seguir as recomendações médicas, além de redobrar a atenção para a higiene das mãos, sempre usando água e sabão”, destacou.

 

Riscos

Essa não é a primeira vez que uma pandemia deixa o mundo em alerta. Em 2009, a gripe H1N1, a “gripe suína”, teve origem no México e se alastrou por todos os continentes, em situação alarmante.

A doença provocou mais de 18 mil mortes entre abril de 2009 a agosto de 2010, atingindo principalmente as pessoas mais jovens. As pesquisas realizadas até o momento indicam que o coronavírus é menos letal do que o H1N1, razão pela qual não há necessidade do uso obrigatório de máscaras por pessoas não contaminadas

Apenas recomenda-se o uso às pessoas já infectadas e profissionais da saúde. Os idosos com mais de 80 anos formam o grupo que corre mais risco de ter complicações com a doença, pois a mortalidade alcança quase 15% dos pacientes nesta faixa.

Já para pessoas com até 40 anos, o número chega a apenas 0,2%. Além disso, também correm mais riscos pessoas com doenças crônicas respiratórias, diabetes e cardiopatias.

 

Campanha de vacinação será antecipada

Mandetta: ações evitam expansão do vírus/ Foto: Agência Brasil

 

Os órgãos federais, estaduais e municipais já se posicionaram em relação ao Covid-19. De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o momento é de reforçar as condutas técnicas. “Estamos monitorando os casos, precisamos diminuir as chances de mais pessoas terem o novo coronavírus”, ressaltou.

Em coletiva de imprensa, o ministro também anunciou a antecipação da campanha de vacinação da gripe para o dia 23 de março (seria em abril).
A vacina vai facilitar o diagnóstico de coronavírus, desde que o paciente tenha tomado a dose e procure unidades de saúde com sintomas da gripe.

Na sexta-feira (28), o governo do estado de São Paulo anunciou um plano hospitalar para enfrentar o novo vírus. O Hospital das Clínicas, localizado na capital, montou um esquema para atender os pacientes que venham a ter complicações por conta da doença.

Pelo lado da Baixada Santista, Santos e Guarujá informaram que já capacitaram profissionais da saúde para o atendimento de casos suspeitos. Em Santos, mais de 300 profissionais da área foram orientados sobre os procedimentos e atendimentos pelo médico infectologista Marcos Caseiro.

Em Guarujá, a Secretária de Saúde anunciou um guia estratégico para normalizar o atendimento para possíveis casos do novo coronavírus.

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