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Santos

30 DE OUTUBRO DE 2015

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Equipamentos públicos sofrem com desgaste e problemas de conservação

Teatros Coliseu, Guarany, Municipal e Rosinha Mastrângelo, além da Cadeia Velha, são exemplos da falta de conservação

Por: Nara Assunção
Da Redação

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Santos é uma cidade intimamente ligada às artes. Não é à toa que o Município tem diversos equipamentos culturais ao longo de toda a sua extensão. Teatros, museus, cinemas fazem parte da paisagem santista. O problema é que alguns desses espaços têm recorrentes dificuldades no que se refere à preservação, conservação e manutenção. Será que não é isso que faz com que – de tempos em tempos – os equipamentos precisem ser fechados por longos períodos para reformas milionárias?

A Cadeia Velha, na Praça dos Andradas, é um exemplo em âmbito estadual. Atualmente fechada para obras com um orçamento de R$10,6 milhões, o local visivelmente estava sem conservação. Tombado nas três esferas de preservação pelo Iphan, Condephaat e Condepasa, toda a área do térreo e do piso superior está sendo recuperada, assim como fachadas, esquadrias e pinturas ornamentais. Além do restauro em si, de acordo com nota da assessoria da Secretaria de Cultura do Estado, o serviço inclui a modernização do edifício, cuja ocupação ainda está em estudo. Sugeriu-se um museu, o que provocou a ira de artistas.

A arquiteta, especializada em restauro, Jaqueline Fernández acredita que a conservação preventiva é crucial para evitar que sejam necessárias grandes intervenções. “A manutenção dos imóveis é como limpar nossa casa todos os dias”, diz.

Espaços municipais
Em âmbito municipal, o Teatro Rosinha Mastrângelo está praticamente em ruínas há anos. Problema que começou em gestões anteriores e permanece na atual. Antiga reivindicação da classe artística, um dos organizadores do Festival Santista de Teatro Amador (FESTA), Platão Capurro Filho acredita que falta vontade política e não só desta administração. “A limpeza deveria ocorrer de maneira rotineira, com mais cuidado e reparos constantes. Pelo menos de seis em seis meses”, sugere.

Desde 2009, o Rosinha é atingido com problemas de infiltração no teto. A justificativa é que o teatro foi construído abaixo do nível da rua. Empecilhos provocados pelas chuvas, aliás, não são uma particularidade do ‘abandonado’ Rosinha Mastrângelo. O Teatro Coliseu, reaberto em fevereiro de 2014 após a recuperação do telhado e do sistema de ar condicionado, teve — mesmo um ano fechado — dificuldades recentes com goteiras. Ao ponto da atriz Mel Lisboa se despedir do público em um espetáculo no último dia 17 com os seguintes dizeres “Está chovendo lá fora e aqui dentro também…”. Vegetação aparente e rachaduras externas são outras características visíveis do Coliseu.

Para o ator e produtor cultural Junior Brassalotti, a situação da goteira só vem coroar a prática das reformas recorrentes que acabam tendo um prazo de validade e logo necessitam de um novo reparo. “Quem trabalha com os teatros sabe que temos que alugar tudo quando vamos nos apresentar lá. O teatro público não tem luz, som, mas tem goteiras, um efeito especial garantido”, diz.

Em nota, a Prefeitura justificou que houve um gotejamento no telhado devido a forte chuva. “Dois dias após o ocorrido foi feita uma visita técnica de equipe da Prefeitura e foram tomadas as providências para sanar o problema, com o desentupimento de calha obstruída por uma ave morta. A obra do teatro está no período de garantia e a manutenção preventiva é realizada todo mês por equipes da Prefeitura. A limpeza ocorre diariamente”.

A nota segue dizendo que a manutenção é feita por funcionários do Departamento de Cine, Teatros e Espaços Culturais (Decitec), com recursos da Secretaria de Cultura (Secult). Trabalhos maiores também podem ser realizados pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Seserp). Sem divulgar o valor da verba destinada à manutenção, a Administração informa que os investimentos variam de acordo com a necessidade do serviço a ser executado.
O cenário de danificação — infelizmente — pode ser observado em outros espaços, como o Teatro Guarany. Reaberto em 2008, após 22 meses de obras e restauro, a fachada já apresenta desgaste. O Teatro Municipal também entra nesta lista. Atualmente fechado para obras, a Prefeitura de Santos informa por nota que ele será reaberto em novembro, em data ainda a ser divulgada. A programação, porém, já está definida até dezembro.

AVCB do Coliseu
Em relação ao AVCB do Coliseu, a administração estuda possibilidades para a reabertura dos camarotes do segundo piso, com a elevação do guarda-corpo (exigência do Corpo de Bombeiros), sem o comprometimento da acústica do teatro ou de sua arquitetura. Com o fechamento, produtores culturais da região encontram dificuldades por conta dos 260 lugares a menos. Atualmente, o teatro comporta 740 espectadores. Gestores culturais já se manifestaram dizendo que algumas iniciativas são inviabilizadas financeiramente por conta da redução das poltronas.

 

quadraa

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