Uma pane no sistema de liberação de acesso à saída do estacionamento do shopping Praiamar, na Aparecida, em Santos, causou transtornos aos clientes que estavam com veículos estacionados no local na noite deste domingo (21)
O shopping, por meio da assessoria, reconhece o problema, mas informa que ele durou ’10 minutos’.
Além disso, alternativas chegaram a ser colocadas em prática para facilitar o pagamento, com a chegada de um segundo funcionário para atendimento ao público.
Assim, a situação teria sido resolvida rapidamente.
Clientes, porém, negam e reclamam da situação que vivenciaram.
Caso da autônoma Natalie Marcelle, que estava junto com o noivo no local.
Ela chegou ao local às 19h29 e resolveu ir embora cerca de uma hora depois.
Em razão da chuva na noite de ontem, o shopping estava cheio naquele momento.
Quando entrou na garagem (pisos superiores), não havia qualquer problema no acesso ao local.
“No entanto, na hora de pagar, o sistema caiu”, lamenta.
Assim, com a falta de informações prestadas pelo shopping de como proceder, os clientes tinham que subir e descer os andares em busca dos totens instalados visando a liberação do acesso para a saída do local.
No entanto, sem sucesso.
“O único que funcionava ficava no G1 (andar) e havia apenas um funcionário que só aceitava dinheiro e queria o valor já trocado, pois dizia que o troco estava acabando”, diz.
Irritação subindo…
Assim, filas e mais filas começavam a se formar e a falta de informações aumentava a irritação de clientes que tinham carros estacionados no local.
Por 3 horas, o valor cobrado é R$ 19,00.
“Depois de ficarem na fila para pagar, muitos eram informados que o pagamento só poderia ser feito apenas em dinheiro. Quem não tinha, teve que enfrentar mais uma fila para retirar o valor no caixa eletrônico”, diz.
Já com as lojas fechadas – apenas a praça de alimentação funcionava – o volume da fila crescia, revoltando ainda mais os clientes.
Além disso, sem opções, os elevadores ficaram lotados e algumas pessoas passaram mal, segundo ela.
“Vi uma senhora que precisou sentar em razão do calor”, diz.
Natalie conseguiu sair do local apenas às 21h34 – uma hora depois do pretendido, conforme mostra o tíquete de acesso.
Direito do consumidor
Professor doutor em Direito do Consumidor, o advogado Rafael Quaresma destaca que qualquer fornecedor convive com situação de risco, inerente ao negócio.
“Mas isso não pode ser repassado ao consumidor”.
Ou seja, se o consumidor foi informado previamente do problema sobre o sistema e mesmo assim entrou no local, o cliente já sabia do risco.
“Caso contrário, se ele não foi avisado antes, ele não pode ser surpreendido com a mudança. O máximo é liberar a saída para o cliente, combinando para depois o consumidor pagar o valor devido, seja por pix ou outra forma de pagamento”, salienta.
Mas e se o consumidor não pagar?
“O plano B é do fornecedor, que não pode jogar nas costas do consumidor um papel que é seu”, enfatiza.
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