Em razão do incêndio, 45 empresas localizadas na Alemoa, em Santos, estão com suas atividades paralisadas, afetando 3.500 funcionários de forma direta e outros 10.500, indireta (Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros do Estado de SP)
Desde quinta (2), quando começou o primeiro foco de incêndio em um dos tanques da empresa Ultracargo, as 45 empresas do Polo Industrial da Alemoa, onde trabalham cerca de 3.500 colaboradores não voltaram às atividades em razão do episódio. Estima-se que outros 10.500 trabalhadores que prestam serviços às empresas do local também estejam com as atividades interrompidas. Ainda não há previsão de quando o fogo será contido e os serviços voltem à normalidade. De forma geral, as empresas do distrito trabalham de forma ininterrupta.
Presidente da Associação de Melhoramentos da Alemoa (AMA), João Menano, destaca que o incidente não trouxe vítimas, mas mostra-se preocupado com os prejuízos que as empresas estão sofrendo pela interrupção das atividades em razão do incêndio. Sem quantificar os prejuízos, ele ressalta o impacto da paralisação em toda a cadeia econômica, que incluem as empresas instaladas na Alemoa (fora do porto organizado) e também as terceirizadas. Sem contar no reflexo na arrecadação de impostos que deixaram de ser gerados pelos serviços paralisados.
Por questão de segurança, toda a área está isolada e não há acesso pelos caminhões que circulam pelas vias. Ontem (5), ficou estabelecido que os terminais que operam na margem direita do Porto de Santos não receberiam caminhões. O objetivo é evitar que uma fila se formasse na entrada da Cidade, atrapalhando o trânsito. Como reflexo, trechos da Via Anchieta encontram-se congestionados. Neste momento, o tráfego está lento do km 62 ao km 63, sentido litoral. O acesso de caminhões ao Porto pela Anchieta está bloqueado, com caminhões retidos no planalto. O acesso a Santos para veículos de passeio e ônibus estão liberados, segundo a Ecovias. O tráfego também é lento pelo km 39, sentido litoral, em razão do policiamento rodoviário referente aos veículos com destino ao Porto de Santos.
Rota de emergência
A falta de rotas alternativas preocupa Menano. “Em função das atividades econômicas e do volume de circulação de cargas na Alemoa, há a necessidade de aprofundarmos a discussão de termos rotas de emergência de entrada e saída do bairro”, enfatiza. O motivo é claro: o único acesso é pelo viaduto que cruza a Via Anchieta. Em razão do incêndio, toda a logística de movimentação de veículos acabou sendo prejudicada, provocando os transtornos e, é claro, prejuízos em cadeia.
A BTP – Brasil Terminal Portuário, empresa que faz parte do porto organizado, informou em nota que na noite de domingo (5) já tinha reiniciado suas atividades, sendo que os navios estavam autorizados a atracar no terminal, exceto no berço 1. Porém, as operações de gate in e gate out continuavam interrompidas. A empresa vai divulgar uma nova posição da situação até o final da tarde.
Lixo
Em nota, a Secretaria de Comunicação e Resultados da Prefeitura de Santos informou que não há qualquer alteração no transporte do lixo orgânico para a área de transbordo nem para a Usina de Reciclagem, ambas na Alemoa, a despeito de outros serviços estarem interrompidos no local.