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05 DE AGOSTO DE 2022

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Incêndios nos apartamentos em Santos ligam sinal de alerta para cuidados

Nos últimos meses, incêndios ocorridos em apartamentos, em Santos, têm levado temor e preocupação à população

Por: Da Redação

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Nos últimos meses, os incêndios em apartamentos e casas em Santos têm sido constantes. Infelizmente, houve tragédia em algumas ocasiões, como no dia 12 de julho, quando uma pessoa e um cachorro acabaram morrendo carbonizados, após um incêndio que tomou conta do 13º andar de um prédio, no bairro do Embaré.

Na última quarta-feira (3), um incêndio atingiu um restaurante no bairro do Boqueirão. Rapidamente, o Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu controlar as chamas.

Praticamente, toda semana é registrado um incêndio em Santos. Porém, o Corpo de Bombeiros não informou o número de ocorrências neste ano até o fechamento da Reportagem. A questão dos incêndios domésticos é algo delicado não só em Santos, mas como em todo Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos da Eletricidade (Abracopel), no ano de 2020, foram registrados no País 583 incêndios por sobrecarga, com 26 mortes. Desse total, 309 incêndios ocorreram em casas e apartamentos, resultando em 23 mortes.

Parte elétrica

O principal fator para os incêndios domésticos é a parte elétrica.

O professor de Engenharia Elétrica da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Alexandre Shozo Onuki, explica que normalmente o sobreaquecimento que origina o incêndio é produzido por uma sobrecarga do sistema de fornecimento de energia, porém pode ter origem em tomadas ou interruptores, falta de refrigeração de equipamentos ou até por falhas nos mesmos.

Para se evitar problemas de sobrecargas (corrente elétrica maior do que o cabo suporta) provocados por excesso de equipamentos alimentados ou até por curtos-circuitos, é importante a manutenção das características de projeto do sistema elétrico e caso exista a necessidade de alteração consultar um profissional.

“Portanto não troque os disjuntores ou condutores sem a devida orientação, considerando que o projeto inicial esteja correto”.

O professor cita que grande parte dos acidentes acontece falta de conhecimento das pessoas, que leva a execução de serviços inadequados. “É fundamental que as pessoas chamem um profissional especializado para trabalhar com a eletricidade”.

Outro problema recorrente ocorre em tomadas. O professor enfatiza o popular ditado ‘que o barato sai ‘caro’. “Às vezes, a pessoa faz a chamada ‘gambiarra’ para substituir as tomadas de parede e utiliza diversos benjamins e extensões. Isso é um risco que pode provocar um incêndio. Utilize somente as extensões de forma temporária e verifique se o condutor do mesmo não está aquecendo (sinal de sobrecarga) e nunca utilize os benjamins” enfatizou.

Alexandre cita outras atitudes para reduzir o risco de incêndio, os cabos nunca devem ficam permanentemente expostos, pois eles podem ser danificados provocando eventuais sobrecargas.

Também deve-se ficar atento ao aquecimento do plug de equipamento. Caso for verificado, deve ser retirado imediatamente e substituído por um profissional.

Outra ação a ser verificada é a existência de bloqueios na ventilação dos equipamentos. Isto pode provocar um sobreaquecimento e finalmente utilize equipamento elétricos e eletrônicos de boa qualidade, de preferência os com o selo do IMMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Em casos de carregadores de celular, a certificação da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações).Por fim, ele detalha que é fundamental a manutenção dos equipamentos.

“Não adianta falar que o ar-condicionado ou o ventilador geram mais riscos. Os equipamentos que não estiverem em condições perfeitas de uso podem ser um ponto chave para o início de um incêndio”, concluiu.

O que fazer

A equipe de reportagem do Boqnews acompanhou um treinamento de Brigada de Incêndio na última quinta-feira (4). O major do Corpo de Bombeiros, engenheiro civil e especialista em segurança contra incêndio, Pedro dos Santos Oliveira explicou que para ocorrer um incêndio são necessários três aspectos, o combustível (exemplo, um sofá), o calor e o oxigênio. Dessa forma, é preciso controlar as chamas nos primeiros minutos impedindo que o fogo chegue em outros espaços.

Caso, a temperatura chegue aos 50º C a pessoa já não consegue mais suportar o calor. “No momento do início do incêndio, as pessoas não devem entrar em pânico. Os apartamentos disponibilizam extintores em todos os andares. Então o indivíduo precisa saber usar o equipamento para essas ocasiões”, enfatizou.

“Assim que a pessoa acionar o extintor não precisa chegar perto, deve manter uma distância segura do fogo”, complementou o major. Santos detalha que existem diferenças no uso dos extintores.

O extintor de água (A) é usado para papel, madeira, tecidos e objetos sólidos. Já o extintor pó químico (B) é direcionado para gases inflamáveis e condutores elétricos, sendo que para o último a melhor opção é o extintor de CO2.

“É muito importante as pessoas saberem a diferença, pois se pegar fogo em uma tomada dentro de um apartamento e a pessoa jogar o extintor de água, ela certamente vai receber uma grande carga de energia”, citou Pedro. Ele enfatizou que a vistoria para conferir a validade dos extintores precisa ser realizada com regularidade. Além disso, o major do Corpo de Bombeiros explicou que a pessoa deve acionar diretamente o número 193 em caso de incêndio. Além disso, crianças e animais devem ser afastados do local. “Se o fogo se espalhar com grande velocidade, a pessoa também deve abandonar o local e esperar a chegada do Corpo de Bombeiros”, citou.

Seguro

Uma das questões mais abordadas em relação aos incêndios, são as garantias das seguradoras. O corretor de seguros, Luiz Vitta, explica que o brasileiro não tem costume de procurar o seguro.

Questionado se houve um aumento pelo serviço, após a onda de incêndios em Santos neste ano, ele detalhou que não houve uma grande diferença pela procura. Em relação as garantias da seguradora, ele explicou que a cobertura depende da causa e da assinatura do contrato.

“Ter um seguro é importante. Às vezes, a pessoa trabalhou a vida toda para conquistar os bens materiais do apartamento e em minutos, tudo pode desaparecer por conta do fogo. Pelo menos, com o seguro, o indivíduo terá uma garantia e não vai ficar sem nada”, destacou.

 

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