Enchentes e acúmulo de lixo pelas ruas de São Vicente são problemas decorrentes enfrentados pelos munícipes e que podem acarretar em inúmeros danos à saúde além da perda significativa de bens materiais.
Pensando nisso, as alunas Carolina Gomes de Andrade, Emanuelle Pereira Borges, Isabela Furlan de Carvalho, Juliana da Silva Felício e Leila Santana Morales, do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), realizaram um levantamento com moradores do bairro Cidade Náutica sobre questões gerais de lixo e enchente.
Segundo Carolina, uma das autoras, o objetivo da pesquisa é desenvolver uma estratégia de educação ambiental com a população da Cidade Náutica, além de analisar o impacto ambiental causado. “Trata-se da destruição do mangue, que é uma área de preservação permanente”, salienta.
Situação complexa
A estudante Letícia Rodrigues é uma das pessoas que convive com essa complicada realidade. “Quando chove alaga tudo. Nenhum carro passa e não deixam os ônibus atravessarem”, conta. Nesses dias que infelizmente não são atípicos, uma alternativa encontrada foi a Carroça Aquática, elaborada por populares.
“Os moradores deram um jeito de ganhar uma ‘grana’ e atravessar o pessoal sem que se molhem até a cintura. Pagam cinco reais e passam sem molhar os pés. Divertido, porém muito trágico. Normalmente as enchentes deixam o bairro ilhado e a maioria das casas inundadas”, diz.
Vale ressaltar que patologias como a leptospirose são transmitidas, principalmente, em locais onde há inundações, precariedade de saneamento básico e infestação de roedores infectados, características estas de bairros periféricos. Só neste ano o estado de São Paulo já registrou 177 casos da doença, representando a região com o maior número de ocorrências, segundo dados do Portal da Saúde.
Acúmulo de detritos
Carolina de Andrade explique que quando a maré sobe causa alagamentos no bairro e o esgoto não tratado da região se mistura a água salobra, causando danos sociais e ambientais. Indubitavelmente, o acúmulo de lixo é uma da principais causas atreladas ao problema.
José Augusto de Souza, que mora na Favela do Dique do Picarro, conta que em frente à sua residência existe grande quantidade de resíduos e as fotos abaixo não mentem.
Como é perceptível por meio das imagens há água parada, tornando a situação favorável às larvas dos mosquitos transmissores de doenças, como o Aedes Aegypti vetor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.