Uma das principais vias que dão acesso ao centro de Santos, a Rua Campos Melo está passando por obras para a passagem da segunda fase do VLT no local.
O problema é que a rua não é larga, o que tem causado dor de cabeça para os comerciantes, moradores e motoristas; e olha que os trabalhos começaram há poucos dias.
A obra
As obras de drenagem fazem parte do projeto de segunda fase do VLT que vai ligar a Av. Conselheiro Nébias com a Região Central.
A obra pertence ao Governo do Estado de São Paulo.
Assim, o projeto tem investimento de R$ 217,7 milhões e contempla 14 estações, com oito quilômetros de extensão.
A primeira fase ligou São Vicente (área insular) até o Porto de Santos.
Em agosto, o secretário de Transportes, Alexandre Baldy citou que a expectativa é que o trecho esteja em funcionamento até o fim de 2022.
Comerciantes
Quem tem comércio no local está irritado com a situação, pois a primeira parte das obras está sendo realizada na porta dos estabelecimentos.
Dessa forma, Marcelo Melo, gerente de uma loja de construção entre a Rua Campos Melo e a Avenida Rodrigues Alves, cita que está preocupado com o futuro.
“É um transtorno. Os clientes não conseguem estacionar, tem pessoas que mudam de ideia, quando chegam próximo à loja. Não estamos conseguindo achar uma solução para amenizar este problema”, frisou Melo.
Ele ainda destacou a sujeira no estabelecimento causada pelas obras e a dificuldade de descarregamento da mercadoria, pois os caminhões não conseguem estacionar.
Para se ter uma ideia, na porta principal do estabelecimento há um enorme buraco.
Na loja de bicicletaria ao lado, o gerente Wander Mele teme o prazo da obra.
“Meu receio é que a obra leve um grande período para ser concluída, exemplos não faltam. Isso vai acabar prejudicando não só o comércio da bicicletaria, mas todos os estabelecimentos da rua”, enfatizou.
Queda de Árvores
Momento da retirada das árvores/Foto: João Pedro Bezerra
Uma das maiores reclamações da população é em relação à poda das árvores provocadas pelos trabalhadores que estão cortando os troncos.
A reportagem presenciou o momento em que diversas árvores da Rua Campos Melo foram derrubadas. O grande problema é que o processo de retirada não foi realizado com cuidado.
Segundo moradores, um cabo acabou sendo cortado e assim, algumas pessoas ficaram sem internet, já que o fio era de uma operadora de telefonia e internet.
Outro fator é o ninho de pássaros nas árvores. A comerciante Márcia Ângela Ogata resgatou dois pássaros que caíram no chão, assim que a serra foi passada no tronco. “Foi uma cena muito triste, os pássaros são pequenos, certamente os outros conseguiram escapar. Não sei que vou fazer com os dois”, destacou.
Além disso, a comerciante que tem uma loja de produtos infantis na Rua Campos Melo ainda criticou a forma de retirada das árvores.
“As autoridades falam para a população preservar o meio ambiente e na primeira oportunidade derrubam as árvores. É inaceitável, tinha um ipê-amarelo lindo que foi cortado”. Além disso, Márcia criticou o VLT no local .
“Todos os comerciantes da rua poderão ter o negócio impactado e isso pode causar demissões e fechamento de lojas”.
Trânsito
Logicamente que a obra tem causado transtorno no trânsito, principalmente no horário de pico, quando o motorista precisa ter paciência para realizar o percurso.
A situação fica ainda pior em dias de chuvas, principalmente no fim da tarde, quando as pessoas estão saindo do trabalho.
Prefeitura de Santos
A Prefeitura de Santos informou que as árvores não estão sendo removidas pelo Poder Municipal.
“A retirada de árvores consta no projeto do segundo trecho do modal e está sendo executada de acordo com a legislação ambiental, ou seja, haverá replantio de árvores na Cidade. A lei municipal 973/2017 prevê que para cada árvore retirada, 10 mudas devem ser plantadas (compensação)”.