Na última sexta-feira (20), o CEO da Santos Port Authority (SPA), Casemiro Tércio Carvalho, nova nomenclatura adotada pela antiga Codesp, visando a internacionalização da marca e a recuperação do seu papel de Autoridade Portuária – apresentou os resultados do primeiro ano de sua gestão, e os desafios para os próximos anos.
Com o objetivo de preparar a empresa para desestatização, que deve acontecer em 2021, a SPA tem que se tornar atraente para investidores.
Principalmente aos grupos estrangeiros, com um bom equilíbrio financeiro, sem riscos aos investidores.
Com isso, são vários os problemas a serem equacionados ou minimizados.
Ou seja, passivo trabalhista, equacionamento do fundo de pensão Portus, dragagem para recebimento de navios de 366 metros de comprimento.
Além da diminuição do tempo do navio no Porto, choque de gestão com eliminação de desperdícios e aumento da receita.
Também melhorias na perimetral.
Entre outras ações de ordem técnica que precisam tornar o Porto de Santos mais eficiente e rentável.
Nesse primeiro ano reverteram um prejuízo de R$468,72 milhões de 2018, fechando o ano no azul.
No acumulado deste ano até novembro, a SPA registrou resultado positivo de R$138 milhões, 154% acima do apurado no mesmo período de 2018.
Estão promovendo leilões para novos arrendamentos gerando receita, como o realizado em agosto garantindo R$147,5 milhões em Outorgas do Governo Federal.
Outros leilões já estão previstos para o próximo ano.
2020
Com vários contratos de arrendamentos vencendo nos próximos anos, será possível rearranjar a exploração dos espaços em grandes áreas com uma logística mais adequada.
Santos terá ao menos três grandes clusters: um de celulose; um de fertilizantes; e um de contêineres.
Até fevereiro de 2020, a SPA irá entregar o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ).
Quanto a questão da utilização dos armazéns 1 ao 8, abandonados há muitos anos, uma das alternativas pode ser a transferência do Terminal Turístico de Passageiros da Concais para essa área.
Ou até um novo Terminal Turístico.
Tudo isso ainda em fase de estudos e negociações. Seria um excelente negócio para o desenvolvimento da área central de Santos.
Quanto a gestão do Porto de Santos, nesse processo de desestatização, a princípio não faz parte dos planos a participação da Prefeitura Municipal de Santos ou o Governo Estadual na gestão, como acontece no Porto de Roterdã.
Modelo
A preferência é pelo modelo adotado pelos portos totalmente privatizados como os ingleses.
Já que o público no Brasil esbarra em muitos entraves, burocracias.
E também muitas vezes inviabilizando uma gestão com eficiência.
Todavia, Tércio sabe da importância do Porto de Santos para a cidade.
Como, por exemplo, a arrecadação do ISS pela Prefeitura local.
Por tudo isso, salienta que os compromissos assumidos com a cidade serão respeitados e assegurados quando da desestatização.
Além disso, “a gestão do Porto vai continuar a seguir as regras brasileiras com a Receita Federal, a Polícia Federal, a Marinha do Brasil, a Antaq, Anvisa, etc.. atuando dentro do Porto, e por isso não é porque o dinheiro será de fora que o Porto tomará seu rumo. O importante é que precisamos investir em túnel, perimetral, etc..por isso precisa ter esse dinheiro de fora para investir, diz o CEO Tércio Carvalho”.