Falar em eleições em Santos é associar ao nome do jornalista, publicitário e marqueteiro Ricardo Mucci.
Afinal, com mais de 30 eleições de experiência, a maioria vitoriosas, Mucci esteve à frente das últimas campanhas eleitorais em Santos, no litoral paulista.
Isso desde o século passado.
Ou seja, desde 1996, quando foi eleito o então deputado Beto Mansur – que havia ficado em terceiro lugar nas eleições anteriores de 1992
De lá para cá, esteve à frente da reeleição de Mansur (2001-2004).
E ainda: eleição e reeleição de João Paulo Papa (2005-2008 e 2009-2012).
Além de Paulo Alexandre Barbosa (2013-2016), inclusive sua reeleição (2017-2020).
Não bastasse, esteve também na campanha de Rogério Santos, o atual prefeito.
“Não existe fórmula mágica”, disse Mucci.
Assim, ele participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias desta quarta (4).
Mansur
Assim, na oportunidade, relembrou seu histórico de conquistas em campanhas eleitorais, em especial nas de Beto Mansur em 1996 e de João Tavares Papa, em 2004, a última onde houve segundo turno na Cidade.
Aliás, após dois governos petistas (Telma de Souza – 1988/92 e David Capistrano – 1993/96), a Cidade nunca mais elegeu qualquer governante do PT.
“Naquele eleição do Beto (Mansur), rompeu-se um ciclo, validando o que mais se reflete da visão do santista”, relembra Mucci, destacando que houve uma reviravolta na reta final nas eleições dois ex-prefeitos.
Além disso, relembra uma episódio curioso.
“No caso do Mansur, ele tinha uma pesquisa onde perdia da Telma, o que o deixou desanimado. Mas o eleitor silencioso alterou o cenário no dia das eleições”, lembra.
Dessa forma, no segundo turno, Mansur venceu por 7.355 votos.
As divergências públicas entre Telma de Souza e seu sucessor, David Capistrano, foram preponderantes para o fim do ciclo petista na Cidade na ocasião, lembra Mucci.
Papa
Já no caso de João Paulo Papa, que chegou ao segundo turno atrás da ex-prefeita, uma das razões foi a ‘maré vermelha’, em alusão a uma multidão de pessoas de outras localidades que ‘invadiram’ a cidade usando camisetas vermelhas do Partido dos Trabalhadores para trabalhar nas eleições.
“O santista ficou indignado com esta invasão”, recorda.
Dessa forma, no final, Papa venceu por 1.771 votos (0,71% dos votos válidos), em uma das eleições mais acirradas da história recente da política santista.
Paulo Alexandre
Mucci também colaborou nas vitórias – em duas ocasiões – do ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa.
“No caso dele, foi um pouco diferente, pois ele nasceu na política. Ele é um Homus Politicus (de Aristóteles). E apostou nas obras, o que acabou ocorrendo”, lembra.
Entre elas, a Nova Ponta da Praia, a entrada de Santos e outros empreendimentos públicos ao longo do seu mandato.
Intergeracional
Quanto ao prefeito Rogério Santos, ele aponta que a Cidade deve rumar para encontrar um novo potencial: a tecnologia.
“A Cidade tem todas estas características e ser um modelo não só para o País, mas também para o mundo”.
Dessa forma, Mucci aposta no que ele chama de ‘potencial de inovação intergeracional‘, ou seja, unir a experiência de parcela de pessoas da geração senior e maturidade moderna (são cerca de 100 mil pessoas acima de 60 anos em Santos) com o frescor e novas ideias dos jovens, atraídos, aliás, pelo potencial universitário.
“Santos é um laboratório vivo de qualidade de vida”, destaca.
“Mas a cidade é tímida para ampliar esta nova vocação econômica”, lamenta.
Assim, ele revelou – sem entrar em detalhes – que está fazendo levantamentos na Cidade para levar esta ideia adiante.
Pelo menos, a ideia de Mucci não é inverossímel.
Ao contrário, unir a experiência com a juventude pode trazer bons resultados.
Na ficção, ela foi retratada em filmes como Um Senhor Estagiário, com Robert De Niro e Anne Hathaway.
Aliás, onde a experiência dos seniores anda de mãos dadas com a jovialidade e facilidade tecnológica.
Terceira via
Além disso, na entrevista, Mucci também analisou o cenário eleitoral para a presidência da República.
Dessa forma, ele acha difícil o surgimento de uma terceira via, com eventual polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
Além disso, sobre a disputa ao governo paulista, que promete ser uma das mais acirradas.