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Dia das Mães

06 DE MAIO DE 2016

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“Ser mãe é não ter mais paz”: conheça o lado B da maternidade

Conheça cinco jovens diferentes, que, ao se tornarem mães, passaram a se assemelhar e dividir dúvidas na difícil tarefa da maternidade

Por: Da Redação

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maesEscrever sobre maternidade nunca mais será tarefa fácil e tampouco imparcial. Há um ano e um mês experimento os prazeres, mas também as frustrações e angústias da difícil tarefa de ser mãe. Existem funções que – mesmo na sociedade moderna e com as diversas transformações e conquistas sociais – são naturalmente das mulheres e não há o que fazer, como o ato de amamentar ou em ser o melhor acalento para a cria.

Como diria o poeta Coelho Neto, Ser mãe é andar chorando num sorriso! Ser mãe é padecer no paraíso. Pode parecer clichê, mas a maternidade é bem definida neste poema. Planejado ou no susto, se tornar mãe é algo que começa na gestação e se aflora dia a dia após a chegada do bebê.

Amor que não se mede, mas que demanda esforço e dedicação redobrada. O fato é que não existe um único manual de instruções, mas milhares: escritos e orais. De profissionais que prometem a fórmula ideal do sono, por exemplo, aos amigos, familiares e até mesmo desconhecidos que te param na rua para – com toda convicção – dizer que as suas escolhas estão erradas.

Da cama compartilhada ou não. Da decisão em amamentar exclusivamente no peito ou não e de fazer isso em público ou se esconder. De como será a introdução alimentar? Voltar ou não a trabalhar? Temas que independentes da decisão final serão alvos de polêmica. Seja você do lado mais saudável e natural ou do extremo oposto, sempre terá alguém apontando o dedo e julgando. Te dizendo como e o que fazer.

O início é tão difícil que cerca de uma em cada quatro brasileiras tem sintomas de depressão pós-parto, de acordo com estudo da pesquisadora Mariza Theme, da Ensp (Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca). O que demonstra como o padecer faz realmente parte da maternidade e que deve ser encarado de frente. O mundo cor de rosa só existe em filmes e nos livros. Na vida real, é diferente e, como em tudo, existe um lado B.

Para as mães de primeira viagem Daniella Almeida, Katia Staszewski, Beatriz Borges, Mariane Schuck e Pâmela Martins, que se encontram periodicamente, as reuniões e as conversas pelas redes sociais – Facebook ou WhatsApp – são a maneira de manter a sanidade. O grupo (do qual pertenço e outras mulheres também) não se conhecia antes da gestação até as aulas de yoga pré-natal. Durante 24 horas (manhã, tarde, noite ou pelas madrugadas mal dormidas), dividir as alegrias de ver o crescimento dos filhos e desabafar dos problemas que surgem é algo que – para todas – faz diferença.

“É bom dividir e saber que outras mães enfrentam os mesmos problemas que passamos. Eles não são nem iguais, mas todas têm dúvidas e questionamentos que compartilhamos. O importante é saber que não há maternidade perfeita”, resumiram, durante o último encontro na tarde desta quinta-feira (5).

Dos principais dilemas, elas apontaram alguns. Para Beatriz, a questão de voltar ou não a trabalhar é algo que merece ser mais debatido e respeitado. Por opção, falta de oportunidade ou mesmo por ter sido demitida após a licença-maternidade, as cinco mães não atuam no mercado de trabalho. “A sociedade nos critica em ser só mãe e ficar o dia todo com o bebê. Mas por outro lado, se você ‘abandona’ também é criticada. E o mercado também não nos aceita completamente. É o lado que ninguém fala. A sociedade também não entende o nosso papel e de não querer delegar a criação para terceiros”, explica Beatriz.

Para Pamela Martins, ser mãe é gratificante, mas cansativo. “Quando estava grávida não imaginava o tão trabalhoso era criar de fato uma criança”. Um trabalho que, segundo Mariane, é ininterrupto. “São 24 horas, nos sete dias da semana. Ainda mais para mim que não tenho família por perto”.

Já para Kátia, o mais difícil é manter o relacionamento do casal. “Quem acha que ter filho prende homem está enganado. Na verdade, se não tiver muito amor e companheirismo, separa. Saber equilibrar a relação de mãe e esposa é difícil”, diz. “Quando Pedro tinha três meses, mudei de atitude. Tinha esquecido do meu marido como homem e só o via como pai”, complementou Beatriz.

Outras questões levantadas é a falta de uma boa noite de sono, a opção de continuarem dando peito e a competividade entre as próprias mulheres. Danielle lembra que muitas são as que apontam o dedo para dar sugestões em tom de crítica.

Segundo Pâmela, ela não aguenta ouvir quando alguém fala que o leite vira água após os seis meses. “O ato de amamentar quando está com um ano parece se tornar um crime”.

“Ninguém me falou que não dormia. Todos falavam que só no começo, mas já se passou um ano e continuo sem dormir direito. Será que perderam a memória ou as crianças eram diferentes?”, indaga Beatriz.

Kátia resume bem a função de mãe. “É nunca mais ter paz”. Frase compartilhada pelas colegas, enquanto corriam atrás das crianças, davam de mamar, ou trocavam a fralda ou socorriam de uma possível queda. Com muito esforço (e fôlego), conseguiram acalmá-las para, enfim, tirar as fotos que ilustram esta reportagem.

maesDa esquerda para direita, Katia Staszewski, Daniella Almeida, Beatriz Borges, Mariane Schuck e Pâmela Martins, que dividem as alegrias e as dores da maternidade

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