Milhares de servidores participaram da manifestação pela Avenida Ana Costa nesta segunda. Foto: Nando Santos
Após reunirem entre 6 a 8 mil pessoas pelas ruas do Gonzaga nesta segunda (13), segundo cálculos do sindicato da categoria, durante passeatas ocorridas nos períodos da manhã e tarde ao longo da Avenida Ana Costa, no trecho da orla até a Avenida Francisco Glicério, em ambos os sentidos, servidores municipais prometem voltar à tona nesta terça (14), a partir das 8 horas, desta vez com panelaço em frente à Praça Mauá, sede da Prefeitura Municipal.
Se ocorrer, o ato lembrará as manifestações ocorridas no ano passado durante o processo que culminou no impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Cálculos do Sindicato dos Servidores (Sindserv) estimam que neste quinto dia de greve pelo menos 80% do funcionalismo aderiu ao movimento. A Prefeitura tem números diferentes e calcula em cerca de 30% a paralisação. Reconhece, porém, que a área da Educação tem sido a mais atingida, com 70% de adesão ao movimento. Neste segunda, diretoras de escolas municipais também aderiram ao movimento.
O presidente do Sindicato dos Servidores (Sindserv), Flávio Saraiva, destacou que a luta dos servidores não se limita ao reajuste salarial (5,35% mais aumento real), mas também às melhores condições de trabalho (durante o ato, professores falaram ao microfone da falta de mantimentos nas escolas, assim como de material escolar, entre outros exemplos).
A Prefeitura acenou até agora com um repasse deste percentual ao vale-alimentação e vale-refeição, fato rejeitado pela categoria.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record Litoral, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa alegou que a queda na arrecadação impede a prefeitura em conceder qualquer reajuste e promete – se a economia melhorar – rediscutir um eventual reajuste a partir do segundo semestre.
Sobre a greve
A greve chega, nesta segunda-feira, ao quinto dia – iniciou-se na quinta (9). A anterior, em março de 2013, no primeiro ano do início do mandato do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), durou 24 horas
Na quinta e sexta, o Sindicato dos Servidores – Sindserv calculou que 5 mil pessoas tenham participado das manifestações ao longo de cada dia.
Ao todo, a Prefeitura tem cerca de 12.500 funcionários. A maior parte dos que entraram em greve são servidores da Educação.
Na última sessão da Câmara, na quinta (9), quando a greve iniciou, o tema sequer foi discutido pelos edis, que enfatizaram e aprovaram o projeto a respeito dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias para se tornarem servidores, conforme prevê legislação federal.
A sessão iniciou às 18 horas e terminou apenas 50 minutos depois por falta de quórum com o esvaziamento da sessão pelos edis situacionistas. Nesta segunda, quando há nova sessão na Casa, os servidores esperam que o tema seja colocado em plenário.
Outro lado
Alegando queda na arrecadação em razão da crise financeira, a Prefeitura de Santos informa que será impossível acatar o aumento salarial solicitado e deixou para junho ou julho uma nova rodada de negociações.
Esta é a segunda greve que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) sofre em quatro anos. A primeira ocorreu em março de 2013, meses depois dele ter assumido. Após um dia de greve, o prefeito cedeu e em agosto concedeu aumento de 7% retroativo a fevereiro.
Em nota, confira o balanço enviado pela Prefeitura de Santos no quinto dia de paralisação.
Educação
Nesta segunda-feira (13), das 81 escolas existentes no Município, 70 enviaram informações para a Secretaria de Educação sobre o período da manhã. A adesão à greve é de mais de 70% nestas unidades. Dos 15.753 alunos matriculados no período, somente 129 compareceram, ou seja, 0,81% de presença.
No período da tarde, a porcentagem de adesão à greve ficou no mesmo patamar, mas até as 16h, apenas 28 escolas haviam enviado relatório de ausência de funcionários. Dos 4751 alunos matriculados nestas unidades, apenas 51 compareceram (1,07% de presença).
Saúde
Segundo a Administração, funcionaram nesta segunda as 32 policlínicas, pronto-socorros, hospitais e unidades da atenção especializada, embora algumas unidades com quadro reduzido. Com pouco mais de 27% de adesão de funcionários, em algumas policlínicas ocorre remarcação de consultas.
O Complexo Hospitalar da Zona Noroeste funciona normalmente, com 100% do seu corpo clínico. Escala reduzida de técnicos e auxiliares de enfermagem, sem prejuízo de atendimento à população.
O PS Zona Leste também funciona normalmente, bem como o antigo PS Central, com 100% de presença de funcionários. As unidades de controle de doenças Infectocontagiosas e ambulatórios tiveram adesão reduzida.
Nos ambulatórios de especialidades (Ambesps) Centro e Zona Noroeste o atendimento está sendo realizado pela equipe médica, e, quando necessário, as consultas estão sendo remarcadas.
Na Coordenadoria de Saúde Mental, a adesão à greve é de 47%, com atendimento mantido. Atendimento reduzido no Naps 1, 3 e Caps AD. No SVC Região Central Histórica, com remarcação de consultas. As demais unidades estão atendendo, mesmo que parcialmente. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) funciona normalmente.
O Complexo Hospitalar da Zona Noroeste funciona normalmente, com 100% do seu corpo clínico. Escala reduzida de técnicos e auxiliares de enfermagem, sem prejuízo de atendimento à população.
O PS Zona Leste também funciona normalmente, bem como o antigo PS Central, com 100% de presença de funcionários. As unidades de controle de doenças Infectocontagiosas e ambulatórios tiveram adesão reduzida.
Nos ambulatórios de especialidades (Ambesps) Centro e Zona Noroeste o atendimento funciona. Consultas estão sendo remarcadas.
Na Coordenadoria de Saúde Mental, a adesão à greve é de 47%, com atendimento mantido. Atendimento reduzido no Naps 1, 3 e Caps AD. No SVC Região Central Histórica, com remarcação de consultas.
As demais unidades estão atendendo, mesmo que parcialmente. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) funciona normalmente.
Esportes
Os centros esportivos estão fechados para manutenção, como acontece toda segunda, porém, não foi registrada adesão dos funcionários do Centro Esportivo da Zona Noroeste e M. Nascimento. O Rebouças funcionou normalmente.
Segurança
Dos cerca de 660 profissionais da Seseg, cerca de 470 são guardas municipais. Não há adesão à greve em todo o quadro da Pasta, entre guardas municipais, equipe administrativa, Gabinete e Defesa Civil.
Serviços Públicos
Dos 980 funcionários da Secretaria de Serviços Públicos, 5,5% aderiram à greve (43 pessoas) nesta segunda-feira (13). Todos distribuídos entre as subprefeituras das zonas Noroeste, Área Continental e Orla e Intermediária, além de um departamento.
O número é inferior à adesão de sexta (10), quando 66 funcionários não foram trabalhar (6%) nos setores de zeladoria urbana e manutenção predial.
Os três cemitérios municipais atuam com equipes completas, bem como os serviços essenciais de limpeza e coleta de lixo, executados por empresas terceirizadas.