O projeto para acesso ao futuro túnel Santos-Guarujá será o da extinta Dersa. A confirmação é do governador Tarcísio de Freitas. Ao Boqnews, o governador informou que este será o modelo a ser adotado – e não mais da Autoridade Portuária.
O órgão federal previa a entrada no túnel nas imediações da sede da Capitania dos Portos. A proposta, iniciada há mais de uma década e concluída na gestão do então governador Geraldo Alckmin, já tem autorização ambiental da Cetesb e todos os trâmites aprovados, agilizando os processos. Apenas pequenas alterações devem ser feitas, mas não invalidam o estudo como um todo. Hoje, Alckmin é vice-presidente da República.
“Faremos as audiências públicas assim como as desapropriações necessárias. Vamos tentar o mínimo de impacto, mas a proposta da Dersa será a colocada em prática”, salientou.
No entanto, ao contrário da ideia inicial do projeto – o local não será mais nas casas populares do bairro do Estuário. Agora, o foco será na região do Macuco, próximo à Avenida Rodrigues Alves, iniciando nas proximidades onde hoje está a estação Porto do VLT, avançando pela Rua José do Patrocínio.
Na época, as obras do VLT sequer haviam iniciado, motivando a alteração para integração com o modal. Conforme previsão do presidente da Autoridade Portuária, Anderson Pomini, 2024 se consolidará para a realização das etapas preparatórias, como audiências públicas e análises dos projetos para o lançamento do edital no segundo semestre. E, após a licitação vencida, início das obras em 2025 – com entrega das obras (túnel e pistas de acesso) entre 2028 e 2029.
Evitar desapropriações
Indagado, o prefeito Rogério Santos (Republicanos) reconheceu a decisão e disse que o tema esteve na pauta do encontro com o governandor Tarcísio em 31 de janeiro.
Na ocasião, uma série de iniciativas entraram em pauta, inclusive com a liberação de verbas às obras do Parque Palafitas, no Dique da Vila Gilda. O prefeito enumera três premissas, como: o mínimo possível de desapropriações ou possibilidade de desapropriação zero; não construção de viadutos na área urbana de Santos; estudos sobre impactos e investimentos na mudança do eixo do fluxo da travessia da Ponta da Praia (onde hoje estão as balsas, que ele defende a permanência, ainda que em menor fluxo) para a região do Macuco, especialmente no trecho entre as avenidas Rodrigues Alves e Afonso Pena.
“Tudo será estudado com os governos estadual e Federal para que cause o menor impacto possível e soluções sejam encontradas”. Ele acredita no bom senso e na união de propósitos para o bem coletivo. Conforme Santos, o projeto está pronto e licenciado, mas pequenas alterações nas embocaduras podem ocorrer.
Evitar desapropriações
Neste sentido, o prefeito também se mostra contrário à circulação de caminhões de porte no túnel . “A prioridade será dos automóveis e transporte público”, salientou.
Além de veículos, o túnel receberá ciclovia e passarela para os pedestres, com possibilidade de expansão do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos (por isso, a alteração para o ponto mais próximo da estação Porto).
No entanto, a proposta original prevê a circulação de caminhões dentro do escopo para redução da tarifa e viabilização da obra, por meio da PPP – Parceria Público Privada.