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17 DE DEZEMBRO DE 2010

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Verdadeiros Papais-Noéis

Quando começa o mês de dezembro, todas as atenções são voltadas ao Natal. Como será a ceia, quais presentes comprar? Questões que começam a fazer parte do dia-a-dia da maioria das pessoas. Mas muitas passariam a data em branco, não fosse a ação de voluntários, que agem com um único objetivo: trazer esperança e felicidade […]

Por: Da Redação

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Quando começa o mês de dezembro, todas as atenções são voltadas ao Natal. Como será a ceia, quais presentes comprar? Questões que começam a fazer parte do dia-a-dia da maioria das pessoas. Mas muitas passariam a data em branco, não fosse a ação de voluntários, que agem com um único objetivo: trazer esperança e felicidade nesta data.


Antônio José Amaral Fernandes é uma destas pessoas. Resolveu virar o bom velhinho ainda cedo, com 22 anos. O gosto veio do pai, que se vestia para animar o dia das crianças em algumas entidades.


“Um dia ele não pode ir, por conta do emprego de polícia portuária. E minha mãe falou: ‘Por que você não vai?’. Fui e adorei. Sempre gostei de bagunça e assumi o posto até hoje”, relembra Fernandes, mais conhecido como Toninho, que já completa 33 anos como Papai Noel.


O trabalho voluntário começa no dia 10 de dezembro, quando a profissão é deixada de lado até o dia 24. Cada dia, Toninho se transforma no bom velhinho e começa as suas visitas em entidades, empresas e no hospital Santa Casa. “Só depois desta época que volto a me dedicar ao trabalho com a instalação elétrica”, explica.


Segundo Toninho, existem dois lugares especiais. “Quando visito as pessoas com paralisia cerebral e a Santa Casa. São duas sensações diferentes. O primeiro caso é uma lição de vida. Enquanto vemos tanta gente reclamando por nada, estas pessoas – com tantos problemas – estão sempre sorrindo. Quando eu chego, com todos os trajes e brincadeiras, é uma festa”, diz.


No caso da Santa Casa, os principais locais de visita são a pediatria e UTI infantil. “É triste, preciso me concentrar muito para ver as crianças passando por tantos problemas de saúde. Lembro de dois casos: um menino que estava internado há quatro anos e ninguém sabia o que ele tinha. E outro menino que possuía 80% do corpo queimado e tinha sido abandonado pelos pais na UTI. Não existe preço em ver o sorriso estampado no rosto destas crianças quando chego de vermelho e barba branca”, revela.


É um momento que, segundo Toninho, ajuda a diminuir todos os pecados. “Quando chego em casa e tiro a roupa simplesmente desabo. É algo muito emocionante”, ressalta. O trabalho, porém, não para por aqui. Com uma agenda cheia até quinta (23), Toninho faz visitas – de moto – na noite do dia 24, véspera de Natal. Os primeiros a receberem a alegria natalina são os bombeiros, à Avenida Ana Costa. “Entrego pirulitos e dou  muita risada com os que ficam de plantão”, ressalta.


Após a primeira visita, o bom velhinho segue em direção à casa dos amigos, que há anos recebem a visita. Retorna ao seu lar somente às 23 horas, momento quando tira a roupa de Papai Noel e se transforma novamente no Toninho para passar  a noite com a família.


História semelhante a do gerente administrativo Marco Antônio Guimarães, que também se transforma no Papai Noel de muitas crianças nesta época. Há sete anos, ele visita cheches e a ala de oncologia infantil da Santa Casa. “Faço isso sem pensar em retorno. O sorriso destas crianças e a alegria delas já é o suficiente para eu continuar e não querer parar nunca. Por muito tempo me vestirei  de vermelho”, ressalta.








Marco Antônio (Papai Noel) faz a alegria da criançada na Santa Casa, ao lado das voluntárias Rosinhas. Foto: Luiz Nascimento

Marco Antônio (Papai Noel) faz a alegria da criançada na Santa Casa, ao lado das voluntárias Rosinhas. Foto: Luiz Nascimento


Os beijos e abraços das crianças que necessitam passar por tratamento de câncer são emocionantes. “Neste momento penso em Deus e rezo para que todas elas ganhem esta luta e saiam o quanto antes do hospital. Quando são crianças um pouco mais velhas, de 10 a 14 anos, e entendem melhor o que está acontecendo a raiva e a revolta é maior. É triste ver. O sorriso delas não tem preço”, revela. A festa na Santa Casa é organizada pelas voluntárias Rosinhas, que cedem os presentes que são entregues pelo Papai Noel.

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