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Opiniões

12 DE ABRIL DE 2015

Agir para mitigar riscos

Por: Humberto Challoub

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O incêndio que atingiu tanques de armazenamento no terminal de combustíveis da empresa Ultracargo, no bairro da Alemoa, em Santos, mais uma vez suscita o debate em torno da real capacidade técnica e operacional existente na região para o combate a sinistros de maiores dimensões, especialmente envolvendo ocorrências em áreas de alta periculosidade no porto e distritos industriais, cada vez mais avizinhados de núcleos residenciais. Nunca é demais recordar que episódios dessa natureza já não são mais novidade. Após a tragédia da Vila Socó, em Cubatão, quando o vazamento de combustíveis em dutos da Petrobras ocasionou a morte de centenas de pessoas, acidentes semelhantes envolvendo tanques de inflamáveis já haviam ocorrido na Ilha Barnabé, nos anos de 1991 e 1998, trazendo à tona a preocupação em relação ao riscos proporcionados aos moradores das cidades próximas por atividades dessa natureza.

De lá pra cá, a contar pela dimensão dos riscos e danos ambientais oferecidos pela queima de milhares de litros de combustíveis na Alemoa, bem como os elevados prejuízos econômicos gerados pela paralisação parcial de atividades na margem direita do porto santista, conclui-se que pouco ou quase nada foi feito para evitar a repetição de ocorrências desse porte. Nesse sentido, mais do que apurar as razões que motivaram o incêndio, torna-se imperioso revisar planos preventivos e exigir a readequação das atividades de alta periculosidade a normas de segurança mais rígidas, não descartando inclusive a possibilidade de transferir empresas que atuam no setor para áreas mais apropriadas ao manuseio e armazenamento de produtos tóxicos e inflamáveis.

Da mesma forma, o episódio evidenciou a necessidade de ampliar contingentes operacionais e aprimorar técnicas de combate a incêndios envolvendo a queima de combustíbeis, com equipamentos e materiais adequados para proporcionar respostas imediatas e urgentes, reduzindo assim a proporção dos prejuízos causados ao meio ambiente e, sobretudo, mitigar os riscos oferecidos às comunidades situadas nas proximidades das áreas atingidas. Também observou-se a necessidade de aperfeiçoamento do processo de comunicação com a sociedade, de forma a dar maior transparência e veracidade às informações prestadas à opinião pública e ao mesmo tempo evitar que a propagação de boatos e inverdades levem pânico e temor à população.

Se, por um lado, a expansão dos segmentos industriais e portuários oferecem a possibilidade de crescimento econômico e geração de novos postos de trabalho, por outro eles podem representar riscos incompatíveis com a qualidade de vida almejada pelos moradores da região, especialmente se não vier acompanhada dos investimentos e medidas necessárias de segurança e de proteção ambiental.

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