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14 DE FEVEREIRO DE 2016

Desprezo à vida nas estradas

Por: Humberto Challoub

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O balanço de acidentes divulgado pela Polícia Rodoviária Federal, referente aos resultados obtidos a partir da vigência da Lei Seca no País, revelou uma ligeira redução no número de acidentes ocorridos por influência do álcool, porém ainda está longe de representar um dado a ser comemorado. Em 2012, foram registrados 7.594 acidentes; no ano seguinte, 7.526; e, em 2014, 7.391.

Dados do Ministério da Saúde também mostram uma modesta redução no número de mortes em acidentes de trânsito: em 2013, foram registradas 42.266 mortes, número reduzido em 5% em 2014, ano em que foram totalizados 40.294 óbitos. Se comparada com a média mundial, de 8,3 mortes por grupo de 100 mil habitantes, constata-se que o Brasil, com uma taxa de 19,9 mortos por grupo de 100 mil habitantes, ainda está muito distante da meta do Plano Nacional de Redução de Acidentes fixado em 2011, que previa reduzir em pelo menos 50% o número de mortes no trânsito até 2020.

Por si só, toda a tragédia motivada pelo consumo de bebidas alcoólicas e pelas péssimas condições de nossas estradas – aliada à imprudência dos condutores de veículos – há muito seria motivo mais do que suficiente para justificar a priorização dos investimentos públicos na fiscalização, recuperação e duplicação das principais rodovias nacionais. Além da insegurança resultante da deterioração das vias carroçáveis, falta de sinalização, ausência de fiscalização e equipamentos de monitoramento, as rodovias brasileiras já não comportam mais o volume de tráfego em razão do expressivo aumento da frota de veículos ocorrida nas últimas décadas.

Da mesma forma, com o desprezo aos sistemas de transporte de carga por meio de cabotagem e ferrovias, as rodovias recebem número cada vez maior de caminhões para a movimentação de mercadorias, onerando o preço dos produtos ao consumidor final em razão dos elevados custos gerados pela manutenção e depreciação desses veículos .

Nesse sentido, além da urgente necessidade de investimentos na melhoria das condições das estradas, cabe ao Governo colocar em prática a tão propalada política de transportes para o Brasil, que obrigatoriamente deve incluir projetos visando a criação de malhas ferroviárias de grande extensão e o melhor aproveitamento de sistemas pluviais, garantindo condições mais seguras e econômicas para o transporte de cargas e passageiros. Exemplos abstraídos de nações desenvolvidas denotam que os processos de desenvolvimento econômico e social decorreram das políticas de expansão dos sistemas de transporte, fator preponderante para integração de regiões produtivas e desconcentração de grandes conglomerados urbanos.

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