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Opiniões

11 DE JANEIRO DE 2015

Mais rigor contra o crime

Por: Humberto Challoub

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Os episódios ocorridos durante as festividades de réveillon nas cidades da Baixada Santista, como arrastões nas praias e assaltos no sistema Anchieta-Imigrantes, comprovam, mais uma vez, o crescimento contínuo do número de ocorrências na região e a audácia sem limites dos criminosos, que já não escolhem hora e lugar para atuar. Com isso, evidenciou-se a necessidade de priorizar, a partir de agora, profundas mudanças nas práticas de atuação policial, com o aperfeiçoamento dos métodos de prevenção e repressão utilizados até aqui.

Além de investimentos em novas tecnologias e inteligência, é preciso valorizar e melhor qualificar os profissionais que atuam nas corporações. Sem poder contar com infraestrutura adequada, com sistemas de formação deficientes e oferecendo salários incompatíveis com a realidade que a atividade requer, a polícia está notadamente em desvantagem em meio aos conflitos urbanos promovidos pelas quadrilhas, um ambiente de guerra onde mata-se para não morrer.

Entrincheirados em posições estratégicas e, na maioria das vezes, dispondo de modernos sistemas de informação, os criminosos, a maioria ligada ao tráfico de drogas, agora demonstram a firme disposição de resistir à polícia, colocando em dúvida a real capacidade do Estado no combate à criminalidade. Dispostos ao enfrentamento com os policiais, as quadrilhas revelam-se equipadas com armamentos de última geração – muitos deles somente encontrados em guerras convencionais -, o que demonstra uma pretensão nunca vista para manter e expandir seus domínios. E o que é ainda mais preocupante: atualmente também já estão inseridos em esferas do poder pela prática recorrente de atos de corrupção, designando sentenças de morte contra juízes, promotores, diretores de presídio, delegados, policiais, jornalistas e todos aqueles que julgarem como sendo uma ameaça às atividades ilícitas que mantêm.

A sociedade não pode mais aceitar passiva a continuidade dessa barbárie sem exigir providências concretas das autoridades constituídas, sob o risco de ver aumentar a cada dia o número de vítimas inocentes condenadas pela incompetência governamental. Nesse sentido, as ações visando o combate ao crime não podem mais excluir os investimentos dirigidos às áreas sociais, para atendimento das populações residentes nas periferias onde, em muitos casos, as quadrilhas têm cumprido o papel que cabe às administrações públicas. Torna-se, portanto, imperiosa a adoção de medidas vigorosas para coibir o avanço da bandidagem. A mobilização e união de esforços nas esferas municipais, estaduais e Federal, nesse momento, são imprescindíveis para o sucesso na guerra contra o crime organizado, visto que, sem dúvida, contará com o apoio irrestrito da sociedade civil.

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