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Opiniões

13 DE MAIO DE 2022

Priorizar o combate à inflação

Por: Humberto Challoub

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O esforço do Banco Central elevando as taxas de juros para amenizar os impactos inflacionários na economia brasileira e os sucessivos leilões de dólares realizados para evitar a disparada do valor da moeda estrangeira no País, são iniciativas louváveis, porém paliativas diante dos sintomas recessivos que já são sentidos pelas vários segmentos produtivos e, sobretudo, pelas famílias mais pobres.

Apesar dos reconhecidos avanços conseguidos pelo Brasil em direção à ampliação e fortalecimento do mercado interno, o setor industrial, especialmente o de manufaturados, ainda está muito suscetível às intempéries externas.

As dificuldades ocasionadas pelo período da pandemia, e agora pela invasão russa à Ucrânia, demonstrou que a inserção nos comércios globalizados podem trazer dividendos expressivos, porém expõe ao risco de suscetibilidade às crises originadas de fora para dentro, como a que ocorre neste momento, com o aumento dos combustíveis e a dificuldade de acesso a matérias primas importantes.

Mais do que nunca torna-se necessário elevar a capacidade de investimentos do Governo brasileiro visando manter a execução de projetos para os próximos anos, especialmente com a realização de obras infraestrutura , amenizando assim o impacto negativo gerado com a consequente retração das atividades mantidas pela iniciativa privada.

A insegurança motivada pelas incertezas em relação aos comportamentos dos mercados no futuro resultaram na imediata retração do consumo e no adiamento da aplicação de recursos em médio e longo prazos, interrompendo, de sobressalto, a materialização de projetos estruturais e a aplicação de montantes disponíveis em ações sociais e de melhoria produtiva.

Práticas de austeridade e de racionalização no uso dos tributos arrecadados da população são instrumentos fundamentais para a manutenção do equilíbrio financeiro do País, conceitos elementares que obrigatoriamente devem acompanhar as administrações públicas, em momentos ou não de crise.

Há muito os brasileiros pagam por contas que não contraíram e arcam com os prejuízos oriundos da incompetência e má fé de governantes e artífices do capital especulativo. Somente a geração e distribuição de renda por meio da atividade produtiva, a partir da ampliação da massa salarial dos brasileiros, irá alicerçar a criação de um mercado consumidor interno capaz de evitar que o País fique à mercê das variáveis externas.

O Brasil pode e deve contrariar a tendência de alta inflacionária imposta pela crise internacional, demonstrando competência para reduzir as imensas diferenças sociais que ainda geram miséria e violência. E é isso, por certo, que a sociedade brasileira almeja.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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