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19 DE JULHO DE 2019

Sacrifício? De quem?

Por: Da Redação

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Tem coisas no Brasil que é difícil entender. Enquanto faltam recursos para saúde, educação, segurança e outros serviços básicos, sobram para a classe política, aquela que deveria justamente criar leis que melhorariam a qualidade desses serviços públicos.

Isso fica claro quando se verifica que os politicos são ligeiros quando se trata de mexer na legislação para mobilizar recursos para eles próprios, como o Fundos de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, este já consolidado desde a década de 90 e outro mais recente, de 2017, que é o Fundo Especial de Financiamento de Campanha.

Basicamente, os dois são uma espécie de provisão de dinheiro, envolvendo multas, doação de pessoa física ou juridica e dotações orçamentárias da União, repassados aos partidos políticos. Em suma, é um misto de verbas predominantemente públicas com verbas privadas.

Escárnio

Nas eleições de 2018, segundo o TSE, foram disponibilizados R$ 2,5 bilhões aos partidos políticos, sendo R$ 1,7 bi para o fundo de financiamento de campanha. Mas, para o deputado Cacá Leão (PP-BA), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020, todo esse dinheiro é muito “pouco”.

Ele apresentou ao Congresso parecer para que o valor do fundo de financiamento de campanhas possa dobrar, ultrapassando R$ 3,5 bilhões. Um escárnio com dinheiro público.

Não bastasse isso, a revista ISTOÉ revelou que o movimento Lula Livre,  bancado pelo PT — que visa pressionar o Poder Judiciário a libertar o ex-presidente Lula, que cumpre pena por corrupção desde abril do ano passado, na sede da Polícia Federal em Curitiba, tem sido realizado com farta utilização de recursos públicos.

Prestações de contas do PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o montante destinado ao partido pelo Fundo Partidário comprovam que o PT usou dinheiro da União — ou seja, público — na compra de passagens aéreas, diárias de hotéis, pagamento de seguranças, aluguéis de salas e alimentação para os petistas irem a Curitiba pedir a soltura do ex-presidente.

Picadeiro

Enquanto o trabalhador faz as contas para saber se consegue se aposentar antes de morrer, haja vista não haver certeza se a reforma da previdência  afetará mais aqueles que ganham menos ou se atacará os privilégios, principalmente dos políticos e servidores federais.

Enquanto você se desdobra para custear um plano de saúde decente para atender sua família, ou uma escola privada para oferecer melhores condições de emprego no futuro aos seus filhos, os políticos se movimentam sorrateiramente para manter suas antigas benesses.

No fim, eles ainda aparecem no horário eleitoral na TV, que de gratuito não tem nada, porque somos nós que pagamos esse picadeiro, com a cara lavada dizendo que todos nós teremos que fazer um “grande esforço e sacrifício” para transformarmos o Brasil num país justo. Alguém entre a TV e a cadeira está usando nariz de palhaço.

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