O Brasil poderia ser melhor do que é. Mas um excesso de má-política paralisa o país.
Não existe investimento em infraestrutura.
Mas há dinheiro para eleições e para emendas parlamentares.
Para criar municípios que não têm condições de sobreviver e dependem do Fundo de Participação dos Municípios.
Não se leva em consideração o maior perigo que ronda a humanidade: a mudança climática.
Persistimos na utilização crescente de combustíveis fósseis, causadores do efeito-estufa, sem investir em indústrias verdes, na disseminação de biocombustível, no replantio do bilhão de árvores das quais o Brasil depende para mitigar os efeitos da tragédia ambiental.
Enquanto discussões polarizadas continuam a entreter os debates no Parlamento, a criminalidade cresce e se sofistica.
Entranha-se em todos os segmentos da sociedade.
O combate à criminalidade é “faz de conta”. Prende-se muito e mal.
Joga-se ao cárcere a juventude mais atilada com a realidade e ela é entregue às facções, que dela fazem um corpo consistente e, agora sim, especializado na delinquência mais grave.
Persiste-se numa escola defasada, que adestra os educandos e os faz memorizar dados e informações acessíveis no mundo web por qualquer criança.
Negligencia-se o capítulo das competências socioemocionais, continuando a formar indivíduos ressentidos, irados, prontos a reagir com violência a qualquer provocação.
E a reagir ainda quando não há provocação.
Planejamento é uma palavra de ficção. Planeja-se para as próximas eleições e mantém-se o instituto da reeleição.
Não existe uma Escola Nacional de Administração, pela qual devessem passar os candidatos a qualquer cargo público, elegível ou não.
Com o funcionamento mais eficiente do sistema Justiça, para de fato expelir do território político os que não podem cuidar do interesse público e muito menos ainda tratar do dinheiro do povo.
É urgente cuidar da infraestrutura, não só no seu sentido estrito, mas na infraestrutura moral, cidadã, da ombridade, da honestidade, da probidade e da seriedade com que devem ser tratados os interesses coletivos.
Falta amor à Pátria. Onde foi parar, falando nisso, com o patriotismo?
José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da UNINOVE e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.