O Dia do Professor, esse ano comemorado em meio ao segundo turno das eleições gerais, lança luz sobre uma questão extremamente relevante para o País, que ainda tem como grande desafio universalizar e elevar a qualidade da educação oferecida à população, especialmente diante dos impactos negativos gerados pelo período de pandemia.
As deficiências apontadas exigem das administrações públicas e instituições de ensino uma maior atenção ao ensino de base. Já se sabe que a manutenção do analfabetismo em níveis não condizentes com uma nação que se almeja próspera e desenvolvida resulta do continuísmo de políticas governamentais ineficientes.
Nesse contexto, a valorização da docência é de grande importância, especialmente quando se sabe que as décadas de negligência governamental, salários baixos e relatos de condições de trabalho inadequadas afastaram das salas de aula a maioria das pessoas com os melhores desempenhos enquanto estudantes, com a procura por cursos de formação pedagógica e licenciatura sendo reduzidos à metade.
Mais do que nunca torna-se urgente a tarefa de melhor capacitar e contemplar as demandas salariais dos docentes para tornar o setor educacional atrativo na comparação com os demais segmentos profissionais.
Além de elevar o nível de compreensão dos alunos do ensino de base, o aperfeiçoamento do corpo docente resultará, por consequência, na melhoria da formação ética e moral das futuras gerações de brasileiros, hoje influenciados pela ausência de referências e parâmetros para construção de uma sociedade alicerçada em conceitos de eficiência, culto à sabedoria, e de respeito aos valores de humanidade e cidadania.
Diante dessa realidade, interromper o moto-contínuo da ignorância deve ser um compromisso assumido pelos candidatos e por todos segmentos sociais, sem exceção.
Isso porque, apenas a cobrança da responsabilidade que cabe aos governos tem se revelado insuficiente para resolver um problema que, afinal, interessa a todos os brasileiros, sem distinção.
São muitos os desafios impostos à tarefa de incutir novos conceitos às redes de ensino, uma vez que os avanços desejados necessitam ser alicerçados em ações contínuas e duradouras, a partir da correção das muitas imperfeições constatadas no processo atual.
O investimento maciço em projetos dirigidos à educação representa a única estratégia capaz de garantir um futuro de crescimento econômico sustentável, por meio da formação de gerações preparadas para os novos desafios tecnológicos e dotadas com a capacidade de entender, cumprir deveres e exigir seus plenos direitos.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação