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Opiniões

28 DE OUTUBRO DE 2022

Vitória da menor repulsa

Por: Humberto Challoub

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Neste domingo os eleitores brasileiros voltaram às urnas para escolher o futuro presidente e governadores em estados onde o pleito não foi definido em primeiro turno.

A exemplo do ocorrido em pleitos recentes, os vitoriosos não foram os candidatos que apresentaram as melhores propostas e os mais consistentes planos de governo, mas sim os que, à vista do eleitorado, despertam o menor sentimento de rejeição e repulsa.

Isso é muito pouco para uma democracia já consolidada, que agora se vê também ameaçada por fantasmas da censura e a falta de isonomia no âmbito do judiciário e da imprensa.

Polarizada por pautas de costumes, comportamento e corrupção, as campanhas deram preferência à desconstrução da imagem do oponente, utilizando para tanto todos os canais possíveis, das redes sociais à mídia tradicional.

Assim, temas essenciais como a formação de uma política consistentes de educação, de segurança e saúde pública foram tratados com superficialidade, a partir da apresentação de sugestões paliativos desprovidos dos fundamentos necessários para oferecer soluções definitivas para os problemas que afetam esses setores há décadas.

Não haveria de se esperar por soluções mágicas ou milagreiras, mas sim por iniciativas exequíveis erguidas em bases conceituais consistentes e introduzidas no tempo exigível para a efetiva conquista de resultados positivos.

Preferiu-se as mentiras, as questões genéricas, o debate sobre a moral e costumes, a ênfase às picuinhas, em detrimento às temáticas que hoje têm maior relevância e, por isso, exigem a revelação de princípios éticos, competência, visão estratégica e, sobretudo, demonstração explícita de retidão de caráter.

Da mesma forma, ainda é de se lamentar que as alianças e apoios políticos das candidaturas tenham sido forjadas sem qualquer fundamento ou critérios de afinidade partidária ou ideológica.

Optou-se pela conveniência momentânea das associações efêmeras, pela junção indiscriminada de interesses que, em algumas situações, revelou-se contraditória por reunir em um mesmo palanque desafetos históricos, aliados de última hora interessados tão-somente na recuperação e manutenção de espaços de poder.

Aos vencedores caberá a difícil tarefa de pacificar os ânimos e recuperar a altivez do cargo que lhe será conferido, por meio da reconquista da confiança e respeito dos brasileiros.

O País somente conseguirá alcançar o desenvolvimento almejado com a união de propósitos e a superação das divergências políticas, que devem ficar restritas aos períodos eleitorais.

A triste realidade é que desta feita, seja qual for o lado vencedor, o ódio vencerá o ódio, quiçá seja pela última e derradeira vez.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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