Técnicos diferentes, títulos em falta. Este é o cenário do Santos FC. A última conquista do Peixe foi o Campeonato Paulista de 2016. Naquela ocasião, o treinador era Dorival Júnior, que já havia sido campeão pelo clube em sua primeira passagem (Paulistão – 2010 e Copa do Brasil – 2010).
Inclusive, ele foi o último técnico do Santos que ficou por mais de um ano no cargo. Assumiu o comando da equipe em julho de 2015 e saiu em junho de 2017. De lá para cá, o time teve 11 técnicos (3 interinos) e muitas polêmicas, envolvendo os comandantes e a diretoria.
2017
Após a saída de Dorival Júnior, a diretoria do clube, sob o comando de Modesto Roma Jr, contratou o técnico Levir Culpi. Ele até fez uma boa campanha no Campeonato Brasileiro e o time brigou pelas primeiras posições.
Contudo, a eliminação nas quartas de final da Copa Libertadores, após a derrota para o Barcelona de Guayaquil, na Vila Belmiro, fez com que o treinador saísse por conta da pressão da torcida. No mês seguinte, em outubro, ele acabou saindo do comando, com a derrota para o São Paulo. A diretoria optou por deixar Elano até o final da temporada.
2018
Em 2018, José Carlos Peres assumiu a presidência do clube. Optou por trazer Jair Ventura, técnico com características defensivas, que havia feito bom trabalho no Botafogo. O resultado não foi bom, o Santos não conseguiu uma sequência, sendo eliminado na semifinal do Paulistão e brigando na parte de baixo da tabela no Brasileirão. Assim, Ventura não completou 7 meses no cargo. Serginho Chulapa ficou como técnico interino até a chegada de Cuca.
O desempenho da equipe melhorou. Entretanto, fatores extra campo como a escalação irregular de Carlos Sanchez na Copa Libertadores e um erro de arbitragem nas quartas de final da Copa do Brasil tiraram o Peixe dos torneios eliminatórios. No Brasileirão, a equipe ficou no meio da tabela. No fim da temporada, Cuca alegou problemas de saúde e decidiu não seguir no comando.
2019
Para a temporada de 2019, a diretoria do Santos fez uma contratação ousada e surpreendente, trazendo Jorge Sampaoli que havia dirigido a seleção da Argentina na Copa do Mundo. A forma ofensiva do argentino encantou a torcida.
Nem mesmo as eliminações de forma precoce em torneios mata-mata foram capazes de arranhar o trabalho do técnico.
O vice campeonato brasileiro foi a síntese do belo futebol que o Santos apresentou em 2019 e empolgou a torcida para o ano seguinte.
Contudo, as confusões nos bastidores, o aumento da dívida e o caixa sem tanto crédito para contratações de impacto fizeram com que Sampaoli não chegasse a um acordo para 2020.
2020/2021
Apostando novamente em um técnico estrangeiro, a diretoria trouxe o português Jesualdo Ferreira que não conseguiu mostrar resultados positivos e foi demitido após a eliminação do Campeonato Paulista. Devido ao transferban da FIFA por dívidas com outros clubes, o Santos foi proibido de contratar jogadores. Outro fator complicador era a pandemia, que dificultou ainda mais a receita do clube.
Inclusive, a crise política levou o impeachment de José Carlos Peres, e o vice Orlando Rollo ficou com o cargo. Novamente, Cuca assumiu o comando da equipe em agosto de 2020 com uma difícil missão. Entretanto, o time surpreendeu a todos na Copa Libertadores, com destaque para os jogadores Marinho, Soteldo, Kaio Jorge e Lucas Veríssimo que levaram o Peixe à final da Libertadores.
Contudo, a derrota para o Palmeiras foi um choque de realidade para o Alvinegro. Afinal, o clube esteve a um passo da América e no dia seguinte vieram todos os problemas financeiros.
Vale destacar que a final da Copa Libertadores foi disputada em janeiro de 2021, por conta da pandemia. O Santos já tinha um novo presidente, Andrés Rueda. Cuca saiu. A temporada de 2021 foi terrível para o Peixe que brigou contra o rebaixamento no Paulista e no Brasileirão.
Nesse período, passaram pelo clube os treinadores Ariel Holan, Fernando Diniz, Marcelo Fernandes (interino) e Fábio Carile, que foi fundamental na reta final do Campeonato Brasileiro.
Problema
2022 está ainda no início, mas o Santos já demitiu o técnico Fábio Carille. O clube da Vila Belmiro anunciou o argentino Fábian Bustos.
Segundo o jornalista esportivo Ted Sartori, a cultura da troca de treinadores no Brasil vem no fanatismo dos dirigentes e isso acaba gerando muitas injustiças com os técnicos. “É muito mais fácil você mandar um embora do que 11”, citou o jornalista. Em relação, ao Santos, Ted explicou que o time precisa de reforços.
“Os maus resultados passam pela construção de jogadas e não há um jogador com essas características no Peixe. O Ricardo Goulart joga mais à frente. Ele não é um meia. Além disso, o jogador não está bem fisicamente”.