O jornalista, professor universitário e colaborador do Boqnews
, Marcus Vinícius Batista, o Marcão, realiza os últimos preparativos para o lançamento de seu primeiro livro. Um conjunto de crônicas intitulado de Quando os mudos conversam. O evento de lançamento será no próximo sábado (13), a partir das 18 horas, na Realejo Livros e Edições (Avenida Marechal Dedoro, 2 – Gonzaga).
O livro reúne 80 crônicas, escolhidas a partir de 500 textos escritas nos últimos sete anos para o Boqnews, blogs e outros jornais. Após uma série de inclusões e exclusões, chegou-se ao total impresso na edição. Durante o processo de escolha e releitura de textos, Marcão percebeu que apesar da variedade, havia similaridades nos temas abordados. Por isso decidiu dividir o livro em três partes: Crônicas sobre experiências bastante pessoais (EU), comportamentos sociais (ELES) e o seu preferido, textos sobre lugares e sujeitos comuns (TU).
Marcão explica que em sua essência a crônica busca os detalhes de uma história. Dá importância a coisas desimportantes. “Como jornalista, eu sempre me interessei pelas matérias que falam de pessoas comuns. Embora até hoje entreviste políticos e pessoas engravatadas, gosto mais de assuntos sociais e culturais”. A maior parte dos textos fala da cidade de Santos, suas particularidades e mudanças de comportamento. Essa é uma das justificativas de Quando os mudos conversam. Como todo livro de crônicas, os textos são um retrato de momento do ambiente vivido pelo escritor. “Quando você lê Nelson Rodrigues, por exemplo, consegue entender o perfil da sociedade carioca dos anos 50 e notar que algumas características são atuais. Isso só é possível com um livro”.
Para o jornalista, escrever sobre onde se vive reforça o sentimento de identificação provocado pelas crônicas porque os leitores se enxergam nos textos e visitam assuntos que fazem parte de seu cotidiano. “O livro tem crônicas muito abrangentes, sobretudo na sessão (ELES). Isso acaba evitando que pessoas que não são de Santos se desliguem do tema. A geografia deixa de ser uma desvantagem”.
Quando os mudos conversam é um livro voltado ao público adulto e urbano. Nele são encontradas crônicas de assuntos variados como a quantidade de salões de beleza, relação entre pessoas e cachorros e vida e morte de abacateiros. Mas acima de tudo, histórias humanas.
Campanha
Marcão conquistou a oportunidade de colocar seu primeiro livro nas prateleiras por meio de campanha de financiamento coletivo na internet (crowdfunding), uma ferramenta que cada dia faz mais parte da cultura dos internautas brasileiros. Seu projeto arrecadou R$ 12 mil em 60 dias, num total de 152 contribuintes. A meta inicial, de R$ 11 mil foi atingida restando dez dias para o fim da campanha.
Ele conta que foi estudar o funcionamento de sites que gerenciam a vaquinha online e mecanismos de divulgação, incluindo o comportamento de usuários nas redes sociais, de modo que existisse um engajamento do público. Marcão elaborou uma estratégia de campanha junto com a esposa Elizabeth Soares, também jornalista. Usando conhecimentos de marketing, publicidade e comunicação, eles definiram o estilo e periodicidade de postagens. “Fizemos isso porque tinha que dar certo”.
Reconhecimento
Apesar de exaustiva, a campanha foi de grande valia para Marcão. Além da satisfação de ver um projeto sendo realizado, ele teve gratas surpresas, como reencontrar amigos e notar a mobilização das pessoas. “A melhor coisa de uma campanha é o envolvimento. As pessoas precisam sentir que também fazem parte do projeto”.
Próximos Passos
Com o livro na prateleira, Marcão disse que deve passar um tempo de quarentena. Após isso, há ideias para o lançamento de outros livros. Um infantil, baseado nos diálogos e pérolas ditas pelo seu filho de cinco anos que são frequentemente registradas na internet.“Elas fazem um sucesso. Já ouvi mais de uma dúzia de vezes que essas conversas dão um livro”. Há também uma vontade de se aventurar em ficção e contos. “São ideias. Não vou sossegar enquanto não lançar o Quando os mudos conversam. Mas digo que peguei gosto pela coisa”.
O livro conta com o patrocínio da Universidade Santa Cecília, Enfoque Jornal/Boqnews , Pap’Sport e Cantina di Lucca. A obra custa R$ 34,90.
