Morre aos 85 anos no Rio a atriz Odete Lara, musa do Cinema Novo | Boqnews
Foto: Divulgação

Luto

04 DE FEVEREIRO DE 2015

Siga-nos no Google Notícias!

Morre aos 85 anos no Rio a atriz Odete Lara, musa do Cinema Novo

Musa do Cinema Novo, Odete trabalhou em dezenas de flimes, além de lançar um disco com músicas de Vinicius de Moraes e três livros autobiográficos.

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

odetelaraMorreu no Rio, aos 85 anos, a atriz Odete Lara, segundo divulgou na manhã desta quarta-feira (4) o canal GloboNews. A causa da morte não foi informada.

Musa do Cinema Novo, Odete trabalhou em dezenas de flimes, além de lançar um disco com músicas de Vinicius de Moraes e três livros autobiográficos.

Filha de imigrantes italianos, a atriz nasceu em São Paulo, em 1929, como Odete Righ, herdando o sobrenome da mãe, devido ao fato de seu pai já ser casado.

Quando começou a carreira de atriz, num comercial na então recém-inaugurada TV Tupi, chamou a atenção por se recusar a sorrir, uma atitude nada comum para alguém tentando vender um produto.

O ar enigmático e sua beleza falaram mais alto, e essa musa incomum virou atriz da TV Tupi, encarnando a rainha má da Branca de Neve. Participou de telenovelas e foi estrela de um famoso programa de adaptação de clássicos da literatura, um marco no início da TV.

Odete também foi modelo, participando do primeiro desfile da moda brasileira, realizado no MASP em 1951, e cantora de shows como Skindô, ao lado de Vinicius de Morais, e Meu Refrão, com Chico de Buarque.

Também foi escritora, tendo publicado três livros autobiográficos, Eu Nua, Minha Jornada Interior e Meus Passos na Busca da Paz, além de ter traduzido várias obras do budismo.

Foi também atriz de teatro, iniciando no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), mas dizia não gostar do teatro por não suportar sua timidez. Estreou nos palcos com Santa Marta Febril SA, contracenando com Walmor

Se no teatro Odete não se dava, nos cinemas ela se destacou. Fez 32 filmes entre 1956 e 1979. Estreou ao lado de Mazzaropi até se tornar musa do cinema novo, com destaque para o polêmico Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri, e o premiado O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha.

Foi casada com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho e com o diretor de cinema Antonio Carlos Fontoura. Teve casos com o novelista Euclydes Marinho, Tom Jobim e Paulo Autran. Não teve filhos. De acordo com sua autobiografia, engravidou virgem. Queria abortar pela barriga para não perder a virgindade. Ao longo da vida fez mais quatro abortos.

Odete foi premiada no Festival de Gramado por sua contribuição ao desenvolvimento do cinema brasileiro e ganhou o APCA em 1975 pelo conjunto da obra.

Ela estava no auge da carreira cinematográfica quando decidiu abandoná-la protagonizando o movimento que sentiu ser vitima durante sua vida. Se exilou em Nova Friburgo, onde passou a se dedicar ao budismo, ocupando seu tempo com meditação, ioga, leituras, tradução de livros e escrita. Seu último longa, em 1979, foi O Principio do Prazer.

A bela que marcou toda uma geração com seu ar enigmático e despudor passou seus últimos dias nas montanhas do Rio de Janeiro, em busca de paz.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.