Qual é o sentido da Páscoa? | Boqnews
Foto: Banco de Imagens Freepik

história

28 DE MARÇO DE 2024

Siga-nos no Google Notícias!

Qual é o sentido da Páscoa?

Data comemorativa representa pensamentos distintos em religiões

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

A Páscoa é uma data que remete aos ovos de chocolate, mas também uma data cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Com isso, diversas religiões têm sua forma de pensar sobre essa data.

Catolicismo

A Semana Santa, que antecede a Páscoa é um período de reflexão que relembra os últimos dias de Jesus na terra, incluindo sua crucificação e morte. De acordo com o bispo diocesano Dom Tarcísio Scaramussa “podemos dizer que a celebração da Semana Santa nos fazem reviver a experiência do Monte Tabor, quando os discípulos se manifestaram espantados com mistério da morte e da cruz, Cristo se transfigurou, revelando para eles a glória e alegria da ressurreição. Vamos subir o Monte Tabor da Semana Santa para atualizar esses mistérios. Estejamos renovados com a força de Cristo ressuscitado que continua presente em nossa vida e no mundo, e digamos como Pedro naquele dia, mestre, é bom estarmos aqui”.

Na missa da ceia do senhor na quinta-feira ocorre a memória da grande ceia da despedida que começa com o gesto do lava pés, onde Jesus mostra disponibilidade de amar até o fim como servo da humanidade. O bispo informa que nesta ceia pascoal, Jesus instituí a Eucaristia e sacerdócio, na Eucaristia fazemos memoria perene e sempre atual da morte e ressurreição de Cristo como ele mandou a todos,” fazer isto em memória de mim”.

Já na sexta-feira Santa, comemora-se a paixão e a memória da morte de Jesus na cruz, os católicos acreditam que por sua morte na cruz, Jesus Cristo os redimiu e libertou do pecado e da morte, entregou sua vida pela salvação da humanidade, no extremo gesto de amor. Além disso, nesses dias são feitas outras orações e práticas de piedade, como Via Sacra, procissão lembrando do sepultamento de jesus, adoração de Cristo na cruz, os católicos realizam jejum e abstinência de carne, assim como a coleta para os cristãos que vivem e trabalham na terra santa.

“A celebração principal a qual não podemos faltar é a celebração da paixão que realizamos na liturgia da tarde, depois do silêncio do sábado santo, que a Igreja medita e reflete em Cristo morto, eis que chegamos a Vigília Pascal do sábado à noite, na qual celebramos a vitória de Cristo sobre a morte, essa é a maior e mais nobre de todas a solenidades do ano litúrgico católico.

Domingo há celebração da Eucarística como uma segunda missa de Páscoa, no domingo de Páscoa é dia da alegria e vitória do senhor sobre a morte. A Páscoa é uma antiga festa judaica que lembra a libertação da escravidão do Egito, a Páscoa dos cristãos passou a ter o sentido da libertação do pecado e da morte, realizada por Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou, as celebrações da Páscoa se prolongam nas Eucaristias durante oito dias que chamamos de oitava da Páscoa”.

 

Anglicanismo

Reverendo da missão anglicana em Santos, Sérgio Ferreira comenta que a festa mais importante para os cristãos é a Páscoa. “Embora o Natal seja muito querido e comemorado, a festa mais importante é a da Páscoa. Nascer todo mundo nasce, mas voltar da vida, depois da morte, exatamente o que comemoramos na Páscoa só Jesus. A festa da ressurreição de Cristo é a mais importante, o dia mais importante e o fato mais importante do cristianismo”.

Jesus volta à vida depois de ter sido crucificado e humilhado injustamente e renegado pelo seu próprio povo. Assim, conforme Ferreira, ele volta para trazer a vitória da vida. “A festa, portanto, renova a nossa esperança na vida, na vida eterna, na volta de Jesus, na ressurreição de Jesus e vitória de Jesus sobre morte”.

Tríduo Pascal

Ele explica sobre o Tríduo Pascal, período que começa na quinta e vai até o domingo de Páscoa. “Na quinta-feira de manhã há uma missa com o clero, para renovar os votos de fidelidade e o bispo abençoa os olhos santos, que serão usados na crisma, unção dos enfermos e nos batizados. De noite, há uma cerimônia chamamos popularmente de lava-pés. Mas é uma recordação da Paixão, da última ceia de Jesus Cristo, ceia onde ele lavou o pé dos apóstolos, celebração da santa eucaristia do sangue e corpo de Jesus. Depois a igreja entra em um período de silêncio profundo, relembrando a prisão e julgamento, o açoitamento que Jesus vai sofrer”.

Na Sexta-Feira Santa há a crucificação e morte de Jesus, à tarde ocorre a celebração alguns chamam de 7 palavras, para lembrar 7 palavras da cruz. Durante sábado haverá silêncio profundo até noite. “De noite terá cerimônia da Vigília Pascoal onde se abençoa o fogo santo, uma nova vela representando Jesus ressuscitado que entra na igreja com luzes apagadas”.
“E essa vela entra mostrando luz de Cristo que ressuscita. Essa vela é acesa nas cerimônias de batismo durante o ano, em todas grandes cerimônias. Na própria missa da vigília é anunciada ressureição de Cristo. Essa é a primeira missa da Páscoa. E domingo são celebradas Santa Ceia de comemoração da Páscoa do Senhor”.

Islamismo

Vice-presidente da Sociedade Beneficente Islâmica de Santos e Litoral Paulista e representante da comunidade árabe da Baixada Santista, Salah Mohamad Ali pensa diferente.
“Na religião islâmica no mundo inteiro acredita em Jesus como profeta que operou milagres. E trouxe a mensagem de Evangelho, no entanto, a gente não aceita a divindade de Jesus como filho de Deus. Por isso, sobre a crucificação de Jesus, como via no Alcorão sagrado, ele não foi crucificado, ele foi levado de corpo e alma para céu e foi um discípulo bem parecido com ele. Por isso, a ideia da Páscoa não combina com ensinamento da religião islâmica”.

Assim, Mohamad informa que no alcorão menciona a história de Maria, mãe de Jesus e aborda sobre a história do nascimento milagroso de Jesus como profeta e mensageiro de Deus/Allah. “O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Allah e o Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito.” (Alcorão 4:171). No entanto, ele relembra que o Alcorão relata que ocorreu crucificação, porém com outra pessoa.

“E por dizerem: ‘Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Allah’, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, mas o confundiram com outro. E aqueles que discordam quanto a isso estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, mas apenas conjecturas para seguir; porém, o fato é que não o mataram.” (Alcorão 4:157)
“A religião islâmica acredita que Jesus vai voltar no final dos tempos para completar a mensagem dele e o trabalho dele que Deus enviou e para combater todas as coisas corruptas das pessoas más que estão na Terra, mas do mesmo jeito respeitamos todas as religiões, mesmo se não concordamos com ela”, conclui Mohamad.

Judaísmo

Segundo informações da Sinagoga Beit Jacob de Santos, o termo hebraico Pessach significa passagem ou travessia. Na cultura do povo hebreu, a Páscoa está relacionada com a saída do Egito, liderada inicialmente por Moisés, após 400 anos de escravidão.

Dessa forma, a Páscoa simboliza a travessia dos judeus pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida, conforme a promessa de Deus. Pessach é a festa mais antiga do calendário judaico e comemora o nascimento do povo judeu como um povo livre e independente, da saída da escravidão do Egito e a sua trajetória até a liberdade.

Comemoração

Os rituais que ocorrem na Páscoa dos judeus são: acendimento de velas; jejum, na véspera de Pessach. Assim como, a cerimônia festiva chamada Seder e leitura dos livros sagrados da religião judaica.

O início da comemoração da Páscoa é marcada pelo Seder. Nas duas primeiras noites, as famílias se reúnem para fazerem uma refeição e contarem a história do Pessach.

Em torno de uma mesa arrumada, iluminada com velas, familiares e amigos, adultos e crianças, acompanham a leitura da Hagadá (narrativa). Desse modo, um dos mais antigos livros da liturgia judaica, que é usada para relembrar a trajetória do povo judeu, da opressão para a liberdade. Os judeus celebram a Páscoa com um jantar em família. Portanto, composto por iguarias que relembram a saída do povo do Egito em direção à Terra Prometida.

A Páscoa Judaica é comemorada a partir do pôr do sol do 14º dia do mês de Nissan. Desse modo, que é quando começa a primeira lua cheia do equinócio de primavera, no Hemisfério Norte ou equinócio de outono, no Hemisfério Sul. Nissan é o primeiro mês do calendário judaico. Esse mês coincide com os meses de março e abril do calendário gregoriano, o utilizado no Brasil e na maior parte dos países.

Além disso, em 2024, a Páscoa Judaica comemora-se a partir do pôr do sol do dia 21 de abril até o entardecer do dia 30 de abril.

Desse modo, entender como as diferentes religiões pensam sobre a Páscoa, é importante para haver a conscientização, tolerância e respeito entre todas as comunidades.

 

 

 

Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.