Os aeroviários (funcionários das companhias aéreas que
trabalham em terra) retomarão, na próxima segunda-feira (27), as
negociações com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) para
rediscutir a proposta de reajuste salarial de 8%, apresentada esta
semana pelos patrões. A informação foi dada pelo presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.
O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), Marcelo Schmidt, adiantou, porém, à Agência Brasil
que a proposta das empresas é insuficiente. “Não toca nos pisos
[salariais], não trata de forma diferente os salários mais baixos, que
são uma vergonha, de R$ 700, e também não atinge os dois dígitos, que
são aquilo que a gente acha justo para essa repartição do bolo”.
O
pleito inicial de aeroviários e aeronautas (que trabalham embarcados)
era de reajuste de 15%. O percentual foi flexibilizado posteriormente
para 13%. As empresas, por sua vez, ofereceram aumento de 6,08%, o que
representaria a correção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), elevando a proposta, a seguir, para 6,5% e, agora,
para 8%.
Schmidt avaliou, contudo, que os 8% oferecidos pelos
patrões significam apenas o início da negociação. “A gente parte de um
patamar ridículo para um patamar inicial de negociação”. O SNA vai
procurar os sindicatos de menor representatividade, com o intuito de
convencê-los a não aceitar essa correção.
Os aeroviários vão
continuar organizando manifestações nos aeroportos, dentro do movimento
de mobilização da categoria. Eles obedecerão, entretanto, a decisão do
Tribunal Superior do Trabalho (TST), que limitou a paralização a 20% do
efetivo. “As movimentações de greve vão continuar normais, dentro
daquilo que o TST fixou”, assegurou Schmidt.
Segundo o
secretário-geral do SNA, a decisão do TST é equivocada e tem a intenção
de travar o movimento da categoria. “Depois que a gente cassar [a
decisão do TST], a gente vai se preparar para a greve novamente”,
prometeu. Schmidt chamou a atenção para o fato de que, de cada 100
trabalhadores, “os 20 que ficam [nos piquetes] são massacrados pela
chefia”.
Marcelo Schmidt esclareceu que as empresas aéreas não
têm um plano de carreira para os empregados, o que faz com que estes
permaneçam, muitas vezes, mais de dez anos com o mesmo salário. “O que
a gente quer é que se discuta a nossa pauta. E não, apenas, uma simples
mudança de 6% para 8%”, insistiu.