As Forças Armadas instauraram comissões de sindicância para investigar práticas de tortura dentro de instalações militares. A iniciativa foi tomada a pedido da Comissão Nacional da Verdade, que apura crimes cometidos contra os direitos humanos no período entre 1946 e 1988, abrangendo a ditadura militar.
O coordenador da comissão, Pedro Dallari, foi informado da notícia hoje pelo ministro Celso Amorim (Defesa). “É um gesto muito importante das Forças Armadas, que pode representar um grande avanço para a apuração das graves violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar”, diz Dallari.
A Comissão da Verdade havia solicitado as sindicâncias no dia 18 de fevereiro, quando entregou ao Ministério da Defesa um relatório parcial que apontava o uso sistemático de sete instalações das Forças Armadas para a tortura e morte de opositores durante a ditadura.
As instalações envolvidas são os DOIs (Destacamento de Operações de Informações do Exército) do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Recife, além da 1ª Companhia da Polícia do Exército da Vila Militar, no Rio de Janeiro, o Quartel do 12º Regimento de Infantaria do Exército, em Belo Horizonte, a Base Aérea da Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, e a Base Aérea do Galeão, também no Rio.