Na tentativa de disputar novamente a sucessão ao Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), formou uma equipe para auxiliá-lo na elaboração de um discurso nacional e de um programa de governo para a disputa de 2018.
Em esforço para imprimir a imagem de liderança da oposição com alcance em todo o Brasil, ele montou um grupo para análise da atual conjuntura nacional e estrutura um plano com medidas e propostas de sua gestão que possam ser adotadas em todo o país.
A equipe do tucano é formada por secretários estaduais e deputados federais de São Paulo e tem promovido jantares na capital paulista para discutir o cenário político.
Os encontros são realizados a cada edição na casa de um dos participantes e incluem as presenças do vice-governador Márcio França, dos secretários Edson Aparecido (Casa Civil), Duarte Nogueira (Transportes) e Rodrigo Garcia (Habitação), e do secretário-geral nacional do PSDB, Sílvio Torres.
A avaliação da equipe do tucano é de que caso ele termine o atual mandato com aprovação em alta, sua gestão estadual poderá servir de credencial para uma candidatura ao Palácio do Planalto.
Com esse intuito, o presidente do PSDB em São Paulo, Pedro Tobias, tem conversado desde junho com secretários estaduais em áreas como saúde, educação, habitação e segurança para elaboração de um esboço para um plano de caráter nacional.
“Ele [Pedro Tobias] me convidou […] para eu montar um projeto de segurança pública para o governador para 2018, se ele for candidato”, disse o secretário da segurança pública, Alexandre de Moraes, que se reuniu em junho com o dirigente tucano.
“O objetivo é ajudar o governador, dentro do meu limite, a viabilizar uma candidatura caso ele seja candidato”, explicou Pedro Tobias, que em junho lançou a candidatura presidencial do governador na convenção estadual do partido.
A estratégia do governador tem sido diferente da adotada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tenta se viabilizar novamente como candidato tucano em 2018.
Enquanto o mineiro tem assumido uma oposição aguerrida ao governo federal, com a defesa da cassação da chapa presidencial pela Justiça Eleitoral, o paulista tem adotado uma postura diplomática, criticando a hipótese de impeachment da presidente.
A avaliação de aliados do governador, confirmada por pesquisas eleitorais, é de que hoje Aécio teria mais chances do que Alckmin de vencer o PT. Para eles, porém, o perfil moderado do paulista pode fortalecê-lo até 2018 caso seja mantido cenário de instabilidades política e econômica.